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"Amber...não precisa ir se não quiser" disse a mãe beijando-a na bochecha.. Ela estava preocupada... Realmente Amber não queria ir... Onde já se viu? Os boatos eram terríveis, pelo que havia ouvido, já tinha mil nomes em mente para compará-lo, um homem viciado em trabalho e perfeição, e Amber sabia que não era tão perfeita, Que todas as garotas que trabalharam para ele tiveram que fazer anos intermináveis de terapia... E que algumas estão internadas em um hospício.. Com toda a certeza esse não era o futuro que queria para si... Mas não podia se dar ao luxo de faltar a uma entrevista de emprego.. Esperou um mês para que a chamassem. E no inicio da semana finalmente haviam feito, mas, ela não chegou a fazer a entrevista, Uma das garotas que estavam lá foi contratada e acabou voltando para casa, Tomou susto quando nessa manhã a ligaram perguntando se poderia ir a entrevista, Ao que parece a garota olhou para o chefe de uma maneira que ele não gostou só talvez rolasse um boato sobre agressão física, talvez fosse por isso que havia sido indicada para o emprego, alguém queria a ver sofrendo, e sabia muito bem quem, claro que Amber tinha outros receios para se preocupar, como o fato de nunca antes ter trabalhado em um escritório, e que nunca antes tivera um chefe, já teve treinadoras, professoras, mas nunca chefe, não sabia se seria pior ou melhor, porque Deus sabia que não era fácil ser uma dançarina profissional, e sabia o quanto Amber tinha ansiado por isso, durante toda a vida nunca tinha pensado em ter outra carreira se não bailarina, nunca antes tinha pensado que poderia trabalhar em um escritório, quando na verdade queria estar em uma competição dançando tango, dominava todas as danças de salão, e era uma bailarina esplendida desde os seis anos de idade, e nisso se fixou toda sua vida, ir para outra área aos 26 anos, a atormentava, respirou fundo e voltou a olhar para mãe.

"mas do que esta falando? É claro que vou.... Ele não deve ser ruim e eu me garanto mamãe, pior que a professora La clair? Aquela mulher quase arrancou meus pés, eu sou durona, esqueceu?" Amber afirmou com uma convicção que a levaria a ganhar algum premio, Na verdade estava tremendo, Morrendo por dentro. Preferia parar um ônibus com seu corpo do que ir a entrevista de emprego... Mas a mãe não tinha que saber disso... Nessas horas sentia falta de Theodore, quando amber parava para pensar, sentia que isso havia sido o começo, de algo que ela não conseguia sair, o começo da sua tristeza e desespero, sem seu irmão mais velho, sentia que não era nada, que não conseguia, não podia dar conta de tudo como Theodore, sentia falta ate mesmo do tempo em que ele nunca ficava em casa, de quando estava em missões para as forças armadas, de quando chegava uma carta com seu nome nela, ou quando o telefone fixo tocava inesperadamente era o único motivo pelo qual possuíam telefone fixo, e amber ainda não havia conseguido se desfazer dele, já havia passado anos, lembrava de como ele era autoritário, possessivo, e bravo, que faria qualquer coisa pelo que amava, e esse era seu problema, se não fosse um idiota, estaria vivo, se não fosse a droga de um herói, se não tivesse aquele senso de justiça, tudo em que pensava era que queria que seu irmão tivesse seguido uma profissão diferente, amber quis chorar apenas de pensar, de lembrar daqueles homens do governo batendo em sua porta em pleno domingo, do pai que caiu chorando de joelhos, ao saber que seu único filho, o amor da sua vida, estava morto, amber levou meses dizendo que se não tinha corpo, não se podia provar nada, mas a verdade é já fazia tempo demais, ainda tinha vivido em sua mente, o dia que o irmão decidiu ir para o colégio militar, tinha apenas 12 anos e já sabia o que queria, era o orgulho da casa, de toda vizinhança, e quando o conhecia, era impossível não se apaixonar por ele, sentia-se culpada por ter passado tanto tempo viajando com a companhia, se tivesse ficado em casa, teria visto mais o irmão, e não sentiria tanta saudade, ele gostava de fazer reparados na casa, de ajudar sua mãe e seu pai, e era o melhor irmão que alguém poderia ter, amber se sentia aliviada de não ter que contar para ele sobre o acidente, mas tudo que seu coração ansiava era pelo abraço do irmão, não queria nada além disso, e não podia demonstrar isso na Frente da pessoa que mais estava sofrendo, sua mãe, não podia, tinha que ser forte, Theodore era uma mistura de calmaria e tornado, não existia outra explicação, por isso se dava tão bem no exercito, amber queria ter conhecido a namorada, queria ter conhecido a mulher que o irmão amava e lhe dado um abraço, mas, ninguém sabia onde ela estava, ou o que acontecia entre eles, amber apenas sabia que os últimos dias do irmão, haviam sido os mais tristes de sua vida, e pelo relatos, ele se entregou a morte, ela tentou desviar os pensamentos, pensar em qualquer coisa que não a fizesse querer desistir.

VolúpiaWhere stories live. Discover now