Capítulo 7

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Marcos e Malu retornaram para casa e foram se deitar aproximadamente duas horas depois. Eles fizeram amor demoradamente, esquecendo de todos os problemas, deixando-os trancados para o lado de fora do quarto.

Cansado, Marcos acabou pegando no sono, mas ela não conseguia dormir sabendo que a filha ainda estava do lado de fora e pior ainda, sabendo que existia um assassino em liberdade e outros delinquentes só aguardando encontrar uma vítima em potencial para cometerem um estupro ou outro tipo de violência.

Malu olhou no relógio do celular pela milésima vez e viu que já passava da meia-noite. Alice havia prometido que até esse horário já estaria em casa.

O celular vibrou, ela sabia que poderia ser Alice avisando que passaria a noite na casa das amigas ou que demoraria mais um pouco a chegar. Mas também poderia ser a polícia ligando para avisar que sua filha havia sofrido um acidente ou que o corpo dela tinha sido encontrado em algum lugar da cidade.

Malu pegou o celular e atendeu, com o coração acelerado. Ao ouvir a voz da filha sentiu um alívio enorme.

— Mãe, estou aqui na frente. Acabei esquecendo o controle do portão, só estou com a chave da porta da frente.

— Já estou indo.

Alice estava acompanhada de duas amigas que aguardaram até que Malu abrisse o portão e não houvesse mais nenhum perigo.

— Desculpa, mãe. Eu não queria te acordar.

— Não me acordou, eu não estava conseguindo dormir. Aquele caso não sai da minha cabeça — mentiu, pois na verdade estava preocupada com a filha que estava fora de casa.

— Boa noite, mãe — disse antes de entrar em seu quarto. Alice se parecia muito com ela quando era mais jovem. Só que havia escolhido uma carreira totalmente diferente. Desde pequena ela dizia que seria farmacêutica e era esse o curso que estava fazendo.

Malu bebeu um pouco de água, conferiu se havia mesmo trancado a porta da frente e voltou para a cama. Marcos estava dormindo profundamente. Ela se deitou e acabou pegando no sono, acordando na manhã seguinte com a claridade do dia atingindo seu rosto e o cheiro de café fresco invadindo suas narinas. Malu olhou no celular e viu que já passava das oito da manhã. Ainda bem que era domingo e não havia sido chamada para alguma emergência durante a madrugada, ou então estaria com o corpo todo dolorido e cheia de olheiras.

*****

O assassino

Ele sabia que não existia crime perfeito, mas aquilo tinha beirado a perfeição. Não estava em seus planos que o corpo fosse encontrado, mas pelo que estava acompanhando o desenrolar do caso, a polícia não tinha nenhum suspeito pelo crime. Estavam igual barata tonta, sem saber ao certo o que procurar.

Ele tinha tomado todas as precauções para que não deixasse evidências, sabia muito bem o que precisava fazer para não levantar qualquer suspeita. Além disso, quem iria imaginar que justamente ele era o assassino?

Pâmela era apenas a primeira, se dependesse dele a lista ainda cresceria bastante. Não tinha pressa, mas todas pagariam pelo que fizeram. Poderia demorar um mês, um ano, o tempo que fosse necessário.

*****

Na manhã de segunda-feira, Freitas chamou Malu até sua sala.

— Então, alguma novidade sobre o caso?

— Infelizmente não há muita coisa. Vamos aguardar a perícia no celular de Fernando, namorado da vítima, e também o resultado do exame de DNA. Talvez seja possível indiciá-lo pelo crime, mas se não tivermos provas fortes, dificilmente isso será possível. Não há outro suspeito, por enquanto.

Morte no lagoWhere stories live. Discover now