Capítulo 5

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— Oi, querida! Estava te esperando para o jantar. Pensei que chegaria mais cedo.

— Desculpa, tive um dia cheio novamente, fiquei analisando um caso e nem vi o tempo passar. Vou tomar um banho rápido.

Algum tempo depois...

— Cadê a Alice? — perguntou ao se dar conta que ainda não tinha visto a filha. — Não me diga que está com as amigas, outra vez?

— Não, ela está no quarto, assistindo a um filme. Jantou antes de você chegar.

— Que bom!

— Ainda trabalhando naquele caso de ontem?

— Sim, não evoluímos muito, na verdade. Enquanto não encontrarmos o carro da vítima e tivermos todos os resultados da perícia, não há muito o que ser feito. Não sei, mas tem alguma coisa que não faz sentido, não é um crime comum como o outro que solucionei recentemente.

— Como assim! Você acha que esse pode ser apenas o primeiro de uma série, é isso?

— Não, Marcos. Ainda não cheguei a pensar sobre isso. Sei que assassinos em série aqui nessa região é uma coisa muito rara, mas já tivemos um. Você se lembra daquele caso em que trabalhei?

— Claro, impossível de esquecer, ele marcou nossas vidas, foi quando começamos a namorar e nos casamos.

— Faz bastante tempo e desde então não há mais nenhum caso do qual eu tenha conhecimento. Realmente é muito difícil de acontecer, mas como eu disse, não impossível.

— Em todos os lugares só se fala nisso, até os clientes do banco, quando puxam assunto, logo falam: Ficou sabendo daquela mulher que foi assassinada e teve o corpo jogado no lago?

— Isso chama bastante a atenção da população. Crimes, assassinatos acontecem com frequência, mas não é todo dia que se encontra o corpo de uma mulher em um lago. Todos querem saber o que aconteceu. Ficam inventando um monte de teorias sobre quem é o assassino. Só que geralmente as pessoas desconfiam do namorado, marido, ou qualquer outra pessoa com qual a vítima estava se relacionando.

— Então, supondo que se algum dia você fosse assassinada e seu corpo fosse encontrado por aí, eu seria o principal suspeito? — perguntou, arqueando as sobrancelhas.

— Com certeza, mesmo que eu imagine que você não tenha motivos para fazer isso, ainda assim você seria o primeiro a ser investigado. Isso não é à toa, em grande parte dos casos em que a vítima é uma mulher, o companheiro costuma ser o responsável pela morte. Ciúmes, traição, por não aceitar o fim do relacionamento e achar que ela não pode ser de mais ninguém. Mas também tem aqueles casos em que o cara quer se livrar da mulher para ficar com outra e ainda herdar todos os seus bens. O ser humano é capaz de coisas horríveis, em todos esses na polícia já vi quase de tudo.

— Bom, ao menos você não precisa se preocupar com isso, sabe muito bem que não tenho coragem de fazer mal a uma mosca, muito menos matar uma pessoa. Se eu tivesse que matar os animais para poder comer sua carne, provavelmente eu acabaria me tornando vegetariano, com toda a certeza — completou sorrindo.

*****

Malu acordou mais cedo do que o costume, olhou pela janela e viu que o dia estava começando a clarear, sem sinal de chuva. Ela se trocou rapidamente e saiu para correr. Ela passava grande parte do dia sentada em frente a um computador ou fazendo diligências com seu carro. Precisava se exercitar para manter a musculatura em dia e evitar o ganho de peso. Não que precisasse conquistar alguém, mas se preocupava bastante com a saúde. Nunca havia fumado e raramente consumia bebidas alcoólicas. Queria um dia se aposentar e ainda ter condições de curtir um pouco a vida.

Morte no lagoWhere stories live. Discover now