Sasuke

493 66 9
                                    


Sexta-feira a noite, nós dirigimos para a floresta e estacionamos ao lado da longa fila de carros alinhados ao lado do portão, ignorando as correntes enferrujadas e as placas nos alertando para não invadir. Podemos ter muitos problemas por isso, especialmente considerando o que estamos fazendo aqui quase todos os fins de semana, mas estamos vindo há anos e ninguém foi pego ainda. Depois de ajudar Naruto a subir a cerca de quase 2 metros, tomamos o caminho antigo em direção a igreja abandonada a cerca de 800 metros de distância, seguindo o som da música estridente ao longe. Logo atrás do prédio apodrecido, há uma pequena clareira entre as árvores, cheia de alunos do ensino médio e universitários andando com copos cheios de cerveja barata. O local que usamos é apenas um poço de terra afundado, cercado por alguns troncos em que as pessoas se sentam para ficar chapadas e assistir ao derramamento de sangue. O cara que dirige essas coisas estava um pouco assustado por me ter no começo, considerando que sou filho de um policial conhecido, mas não demorou muito para ganhar meu lugar aqui e provar que não sou um informante.

Kiba e os meninos nos alcançam e eu olho em volta, encontrando Kabuto conversando com um grupo de caras perto da fogueira, provavelmente fechando a última de suas apostas antes que seja minha vez de lutar. Ele é um merdinha magricela com cabelo platinado amarrado num rabo de cavalo frouxo, e mesmo sabendo que é velho demais para continuar festejando com um bando de garotos do ensino médio, ele precisa do dinheiro para pagar o aluguel e a faculdade, da mesma forma que preciso do dinheiro pra levar Naruto e eu para algum lugar longe daqui. Ainda não consegui um emprego de verdade, principalmente porque não posso ficar longe de Naruto por horas a fio, mas também porque nosso pai não quer que sejamos independentes assim. Ele não quer que deixemos esta cidade de merda em alguns meses como estamos planejando. Papai nos quer presos aqui sob seu polegar, pra ficarmos assim até que tenhamos idade suficiente para ingressar na academia de polícia como ele fez. O maldito quer nos controlar de todas as maneiras possíveis, e eu serei amaldiçoado se sentar e não fazer nada para detê-lo.

Eu lutaria com 100 homens crescidos, se fosse necessário para proteger meu irmãozinho.

__ Ei, Sasuke. - Kabuto chama assim que me vê, caminhando para me dar um tapinha nas costas. __ Opa, baby Uchiha? - Ele brinca, bagunçando o cabelo de Naruto sob o capuz.

Minha mandíbula aperta e eu agarro seu ombro para empurrá-lo pra trás, fazendo com que ele tire sua mão de Naruto.

__ Não faça isso!

__ Desculpe. - Ele ri, me lançando uma coca-cola. Quando pego minha carteira para pagá-lo, Kabuto faz um gesto de descaso com uma das mãos. __ Esqueça isso, cara. Esta é por minha conta.

Balanço a cabeça e o pago mesmo assim, ele sabe que não aceito esmolas de ninguém. Naruto toma a coca-cola da minha mão e eu a pego de volta, olhando para ele por baixo dos meus cílios, enquanto abaixo minha cabeça para tomar um gole. Uma vez que estou convencido de que é mesmo só refrigerante, entrego a lata ao meu irmão e ele sorri para si mesmo. Examino a multidão procurando o veterano da faculdade que Kabuto conseguiu arranjar esta noite, estou ansioso pra me livrar de toda essa energia reprimida dentro de mim.

__ Onde ele está?

__ Ali. - Kabuto responde, inclinando o queixo para o cara ruivo de aparência de quarterback que por acaso está conversando com minha ex-namorada. __ O nome dele é Sasori. Ele é bem arrogante, sabe?

Sorrio para isso, levantando uma sobrancelha quando pego meu irmão aceitando um baseado de um estranho. Kabuto se afasta para falar com o cara que vou lutar, aproveito a oportunidade e agarro rudemente a gola do moletom de Naruto.

__ Você acha que eu não posso te ver? - Pergunto baixinho, inclinando-me sobre ele até que nosso narizes quase se toquem.

O pirralho apenas sorri, sua pequena língua quente presa entre os dentes, seus olhos azuis brilhando com algo que parece muito com um desafio. Minhas narinas se dilatam e eu o puxo junto comigo, empurrando sua bunda para baixo em um dos troncos ao lado dos meninos, onde posso ficar de olho nele. Tomo o baseado de sua mão e o jogo chão, pisando em cima em seguida.

Entre Irmãos Onde histórias criam vida. Descubra agora