JASMINE

já fazia algumas horas desde que eu estava vagando pelas ruas da cidade, sem saber ao certo o que fazer.
até que me sentei em um banco que havia perto de uma praça, já cansada de tanto andar.

alguns minutos se passaram, até que uma senhora parou a minha frente.

-olá jovem, está tudo bem? (ela disse parecendo preocupada)

-ah... (estava sem reação, vampiros nunca haviam sido gentis comigo) -eu... acabei brigando com meus pais e sai de casa, estou um pouco perdida.

-eu percebi, parece desamparada (ela disse com um olhar de pena) -quase te confundi com uma mera humana! (me segurei para não demonstrar irritação com suas palavras)

ela me olhou por alguns instantes, parecendo pensar.

-estou precisando de uma atendente em minha loja, posso lhe oferecer um quarto e comida caso trabalhe para mim! (ela sorriu)

-sério? (eu me levantei animada) -é claro, muito obrigada, senhora!

-imagina, não precisa agradecer, venha! (ela disse de maneira acolhedora, me guiando pela rua)

• • • • • • • • • • • • • • • •

quando chegamos até lá, pude perceber que era uma casa acoplada com uma pequena loja de doces, tinham uma decoração antiga e delicada.

fiquei encantada com cada cantinho, admirando com precisão.

"venha, vou lhe apresentar o meu filho e minha neta, eles moram comigo!"

essas palavras me fizeram tremer.
ela não havia me reconhecido, mas e se eles me reconhecessem? se percebessem que eu era humana, estou ferrada.

entramos na parte do cômodo que aparentemente era a sala, sua casa era pequena e compacta, eu gostava de lugares assim.
pude ver uma pequena menininha desenhando algumas flores em uma folha de papel, enquanto um desenho antigo passava na Tv a sua frente.
olhando para o outro lado, quase me engasguei com a minha própria saliva, vendo que um homem me encarava com o semblante fechado, ele parecia ser um pouco mais velho do que eu, tinha barba e cabelos pretos, a pele pálida e os olhos vermelhos, que pareciam se misturar com um pouco de preto.

-quem é ela? (ele disse sem tirar os olhos de mim, me sentia nervosa)

-essa pobre garota está com problemas em casa, então decidi deixá-la ficar aqui, pode me ajudar com a loja também! (ela sorriu, ficava surpresa em ver que ainda existiam vampiros meigos)

-aqui não é um abrigo, mande ela procurar o que fica no final do segundo quarteirão.

-que blasfêmia! os soldados lá são rudes e pervertidos, não sabe as histórias que contam, lá? como pode me dizer para mandar ela para lá!

senti meus pelos se arrepiarem, algo me diz que nesse lugar ao qual eles falavam, eu estaria ferrada mesmo que não descobrissem que sou uma humana.

o homem se levantou, era tão alto que eu tinha que olhar para cima para conseguir visualizar bem a sua imagem.
ele se aproximou de mim, fiquei tensa.

A escrava do vampiro Onde histórias criam vida. Descubra agora