A escrava do vampiro

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•JASMINE•

quando fiz 18 anos fui mandada para um leilão de escravos, onde diversos vampiros podiam escolher entre eu e mais alguns escravos qual lhe agradava mais.

"mas por que se submeter a isso, não é melhor ser morta?"

não.
perdi meus pais naquele dia, mas minha irmã mais velha não estava lá, ela estava em casa.
depois daquele acontecimento nunca mais há vi, não posso deixar ela.
tenho esperanças de que ainda esteja viva, preciso reencontra-la.

sentia vontade de vomitar com tantos vampiros passando suas mãos por mim, me olhando de cima a baixo como se eu fosse um pedaço de carne.
até que um deles me escolheu, estava com os olhos em mim desde o momento em que eu cheguei até aquele local.
tinha um sorriso malicioso no rosto e quando sorriu para mim senti minha pele se enrijecer ao ver suas presas.

fui torturada, insultada e estuprada diversas vezes na mão dele.
era chefe da cidade que vivíamos, mas tanto na sua mansão quanto nas festas que ele me levava em uma coleira, como um animal, nunca vi minha irmã.
aparentemente ela não estava nessa cidade, eu não iria reencontrar ela aqui.

então, em uma tarde que ele saiu para resolver negócios aproveitei a chance para fugir, sabia que se me pegassem por ai e me perguntassem do meu dono eu precisaria dar satisfações ou então morreria.

então, tive uma idéia.

corri, corri e corri pelas ruas até achar guardas que tinham por lá, eles fizeram uma careta e pareciam confusos quando me viram se aproximando.

eu disse que o guarda do chefe disse que não me queria mais com ele pois eu já não lhe agradava tanto.
falei que ele mandou que me levassem para o leilão de escravos da cidade vizinha.

eles se olharam por um tempo mas por fim acreditaram, me colocaram dentro do carro e me levaram até a cidade vizinha, como estavam com pressa imagino que o leilão aconteceria em breve.

as garotas se amontoavam ao meu lado enquanto os vampiros chegavam.
aparentemente estavam todas eufóricas e querendo ser escolhidas pois o rei de todos os vampiros escolheria uma escrava hoje, depois de tantos anos sem participar de nenhum leilão e não ter obtido nenhuma escrava.

eu não me importava com quem me escolheria, desde que me levasse até minha irmã já era o suficiente.

continuei encolhida e nervosa enquanto as outras garotas continuavam tentando se arrumar e até olhavam em volta procurando pelo rei.

até que um grito as fez parar exatamente no lugar em que estavam.

-SILÊNCIO, HUMANAS! (um homem com pouco cabelo e meio baixinho disse dando uma chicoteada no palco em que estávamos) -vamos começar o leilão, agora que nosso querido rei chegou!

então, olhei para frente, tentando controlar minha curiosidade de como seria ele.

meu corpo gelou, não era possível.
não foi difícil reconhece o homem na frente do palco, vampiros costumam demorar muito para envelhecer.
logo o olhar do homem que matou meus pais se encontrou com o meu.

ficamos assim por alguns instantes, parados, olhando intensamente um para o outro.
ele me reconheceu?
ele vai mandar me matar imediatamente agora que não sou mais uma criança e sou filha daqueles que arrancaram a cabeça do seu pai?

até que a voz do homem baixinho me chamou a atenção novamente.

-rei, deixarei que você seja o primeiro a escolher qual escrava quer, é uma honra tê-lo aqui! (o homem disse se curvando)

minha respiração estava desregular, ele olhou novamente na minha direção.
então, começou a caminhar devagar até o palco, fazendo meus pelos inteiros se arrepiarem.

então, parou na minha frente, me olhando de cima por nosso tamanho ser bem diferente.

-vou levar essa. (ele disse friamente sem tirar os olhos dos meus, engoli em seco)

-oh... você tem certeza? ela foi devolvida por não agradar mais ao seu dono, talvez seja melhor escolher... (ele estava falando quando o rei o encarou em silêncio, fazendo ele arregalar os olhos) -sim, sim! ela é sua, meu rei.

-vamos. (ele disse se virando e indo em direção ao seu carro, eu corri para alcançar ele, pude escutar os xingamentos furiosos das garotas que estavam ao meu lado)

então, depois que ele entrou no carro, eu entrei do outro lado, me encolhendo no banco.

ficamos por alguns minutos em silêncio, até que eu decidi dizer algo.

-por que me escolheu? (eu disse receosa, ele suspirou)

-nunca quis uma escrava, não achava necessário. mas ver a foto dos meus pais novamente em um álbum antigo me lembrou que eles não foram vingados, não o suficiente (seu olhar se direcionou para mim) -e quem melhor para descontar o ódio que sinto dos humanos do que a filha de quem matou um deles, foi perfeito te encontrar hoje.

ele sorriu, seus caninos eram grandes e afiados, senti meu coração disparar, estava com medo, com muito medo.

não consegui dizer nada, meu antigo dono me ensinou que se rebeldiar ou implorar só iria me trazer coisas piores.
então abaixei minha cabeça e fiquei em silêncio.

podia estar ruim com ele, mas tenho certeza que esse homem vai me fazer sofrer muito mais.