-Oliver, você não tinha o direito de pegar meu telefone e falar com meu pai sem me consultar antes. Eu sei que eu deixei meu telefone ligado e sei bem o que falamos e o que ele ouviu. E não é questão de mentir ou não. É uma questão de você me consultar e saber se eu quero ou não que você tenha essa conversa com ele agora. É uma questão de saber se eu estou ou não preparada pra isso!

Meg fala e sua voz sai mais exasperada que o normal. De certa forma, suas palavras me machucam, porque eu tenho medo de Meg andar pra trás e não seguir mais com nosso relacionamento e, com isso, uma dor invade o meu peito.

Pego meu telefone, envio uma mensagem de voz para Paul.

-Paul, acabo de ser chamado para uma cirurgia de emergência e não sei a que horas irá terminar. Nossa conversa terá de ser adiada, me desculpe.

Vejo que Paul já visualizou minha mensagem e me retorna com outra mensagem de voz.

-Não se preocupe, Oliver. Leve o tempo que precisar!

Olho para Meg que parece não acreditar no que eu acabei de fazer.

-Você não tem nenhuma cirurgia agora, por que você mentiu?

-Pelo mesmo motivo que você! Agora sou eu quem está confuso. Eu não sei se você quer levar nosso namoro à frente!

-Merda, Oliver! Eu só estou confusa e não sei se estou preparada para encarar nossos pais depois de tantos anos de amizade com você. Tenho medo de pensarem que eu sou interesseira, sei lá... A verdade é que eu estou com medo e estou confusa. Eu acho que é cedo para falar com nossos pais sobre isso. Podemos falar que aconteceu, mas que não é nada sério... Oliver! Fala alguma coisa, merda! Eu tô confusa e do jeito que você fica me pressionando, não ajuda em nada!

Diz, passando a mão em seu cabelo e, mais uma vez, a dor me invade. Olho para Meg e caminho até minha mesa, pegando meu jaleco, minha carteira, meu celular e meu relógio. Respiro fundo e vou em direção à porta.

-Não precisa ficar confusa com nada, Meg. Seja livre para fazer suas escolhas, em seu tempo e se sua escolha for optar por nossa amizade, somente, eu irei respeitar sua vontade. Eu não vou mentir e dizer que te levei pra cama e que não foi nada sério! Desde o início eu disse que você era diferente e não vai ser agora que eu vou te comparar com as outras mulheres que já levei para cama, Meg!
Mas, de qualquer maneira, bem, eu te agradeço pelos dias que passamos, Meg, principalmente pela noite que tivemos e não estou me referindo somente ao que aconteceu e sim por ter feito a noite, como um todo, especial. Foi a primeira vez que eu me senti tão especial para uma mulher!

-Oliver, não leva para esse lado... Tenta me entender. Você só está pensando em você, que merda!!!

Olho mais uma vez para Meg.

-Estou indo para a sala de emergência. Quando sair, não se esqueça de fechar a porta, sim? Só para lhe avisar, amanhã você está livre também, não precisa se prender ao nosso jantar, eu já irei desmarcar. Bom serviço para você, Meg.

Saio de minha sala e vou para a sala de emergência. Vou enfiar a cara no trabalho para ocupar minha mente. Dentro do elevador, envio um e-mail para o restaurante e o hotel, desmarcando nosso horário. Não quero prender Meg e nem pressioná-la.

Eu tô na merda e jamais imaginei que ficaria assim por alguma mulher. Mas Meg não é qualquer mulher!

Atendo alguns pacientes, faço a revisão em outros e nem vejo a hora passar. Já são quase uma da tarde. Vejo Harry vindo em minha direção.

-Que cara de enterro é essa, brother?

Harry sempre foi um amigo e tanto. Acho que desabafar com ele não me fará mal.

-E aí, amigão. Vai almoçar com Mariah hoje?

-Não, ela me mandou mensagem dizendo que ia almoçar com Meg. Quando você fala assim, eu já sei que está com problemas. Estou errado?

Até pensei na hipótese de Meg ter ido almoçar com Mariah para desabafar, mas do jeito que ela tem medo de expôr nosso relacionamento e que o ela diz sentir por mim, eu descarto completamente essa hipótese!

-Queria conversar um pouco. Topa almoçar comigo?

-Nossa! Falando desse jeito, acho que Mariah vai me perder para você! Claro que eu topo, seu lindo. Eu pago a conta!

-Sai daí, você está andando muito com o Andy! Te vejo às duas na recepção.

Saio e volto para minha sala.

Vejo que Meg levou suas bolsas que estavam aqui e arrumou a sala, mesmo sem precisar.

Olho para o sofá e vejo Meg brigando comigo para que eu pudesse deitar para descansar, olho para o banheiro e lembro dela se arrumando. Em minha mesa, vejo meu notebook e lembro dela me ajudando a organizar minha agenda. Tudo me faz lembrar de Meg.

Como as coisas mudam em questão de segundos...

Como as coisas mudam em questão de segundos

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