capítulo 32.

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Voltei rápido dessa vez :)

Enjoy

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A segurança da LylasFlix era boa em manter os fotógrafos do lado de fora dos portões do estúdio, mas, como o prédio estava localizado no Queens, com muitas vias de mão única, havia diversas ruas para serem ocupadas.

A multidão ao redor do estúdio da LylasFlix tinha crescido. Sempre havia um grupo pequeno mas constante de homens sentados em cadeiras dobráveis, cercados por barricadas policiais. Depois da Conferência de Arte Latina, porém, o grupo tinha triplicado de tamanho. Agora que o "escândalo" de Camila tinha vazado, esse número tinha dobrado em um dia.

Quando o carro da latina passou pelos portões, os paparazzi gritaram e acenaram, disparando os flashs de suas câmeras gigantescas. Eles gritaram perguntas sobre ela e Miguel, sobre o pai do menino, sobre Lauren, sobre o boato ridículo de um triângulo amoroso e até sobre a política de Porto Rico. Camila de fato tinha um monte de opiniões a respeito desta última, mas não cairia na armadilha.

Dentro do SUV, Camila afundou no banco de trás e tentou ignorar os fotógrafos, imensamente grata pelo vidro escuro do veículo. Ela tentou fechar os olhos para não vê-los, mas foi ainda pior - estar com os olhos abertos fazia com que se sentisse mais no controle. Se alguma coisa fosse acontecer, ela pelo menos estaria ciente de antemão.

Sendo racional, sabia que não podiam machucá-la. Provavelmente. Quase com certeza. Ok, ela não acreditava muito naquilo. Toda aquela atenção por parte da mídia havia liberado a paranoia que Camila mantinha sob controle e, toda vez que ela tentava se convencer a deixar aquilo para lá, seu cérebro a lembrava de que alguém já tinha tentado machucá-la. Então, não, ela não conseguia achar que estava segura, porque quando a polícia finalmente encontrou o autor da tentativa de invasão, o homem estava com uma faca de caça.

Além da polícia, Alejandro era a única pessoa que sabia daquele detalhe. Camila esperava que continuasse assim.

Ela enfim pôde fechar os olhos quando eles pegaram a rodovia, e não abriu de novo até que o SUV estivesse estacionado diante do apartamento onde sua família estava hospedada.

Camila esperou dentro do carro, enquanto Drew - seu novo amigo guarda-costas, uma cortesia de Kelly - checava a calçada e o hall de entrada do prédio. Camila imaginou que a barra estivesse limpa, porque alguns momentos depois Drew estava voltando. Camila saiu do SUV e eles entraram no prédio. E, ainda que se sentisse meio estranha com tudo aquilo, pediu a Drew que esperasse no lobby e garantisse que ninguém entraria às escondidas.

O guarda-costas não parecia achar nada daquilo estranho, porque apenas disse "Deixa comigo" e assumiu o posto ao lado da porta.

Naquele trabalho, Drew provavelmente já tinha visto coisas em que Camila não queria nem pensar - seus pesadelos já eram ruins o suficiente.

Lá em cima, a latina convocou o pai e os avós para uma reunião familiar, enquanto Miguel, que estava acordado muito além da sua hora de dormir e estava à toa, escalava todos os móveis da sala.

- No veo cuál es la gran cosa. - disse o pai pelo que devia ser a décima vez.

Camila cerrou os dentes e tentou, de novo, explicar porque os jornalistas de fofoca tentarem jogar seu nome na lama era uma grande coisa.

- Eu quero que o Miguel tenha uma vida normal. - Camila começou a dizer em espanhol, mas abuelito José a interrompeu.

- O que é normal, afinal de contas? - O idoso deu de ombros e gesticulou para o garoto enérgico. - Ele está ótimo. As crianças de hoje em dia crescem com uma porção de novas preocupações que a gente não tinha. Essa é só mais uma.

café e afins - adaptação camrenOnde histórias criam vida. Descubra agora