05- Bom dia, Niklaus

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Olho atentamente cada pessoa daquela cidade, cada carro que passa, cada ação cometida. Seria um blefe da minha parte dizer que não estou com medo, porque estou. Eu não sei nada desse lugar, mas ainda sim estou aqui, mesmo sabendo ser o lar da família do meu pai. A minha estadia é mais perigosa do que eu gostaria.

Suspiro, contendo meu medo e ansiedade, deito a cabeça para trás e a encostando no banco de couro vermelho. O sol que entrava pelas janelas de vidro é tudo que ilumina o local e ainda assim parece claro de mais, a comida não é digna de um hotel cinco estrelas, mas é comestível.

- Por que está fazendo isso? Pelo Elijah ou por mim? - Klaus não foi nem um pouco gentil desde que acordamos, gritou quando acordei, gritou quando usei o banheiro, gritou quando bateu o dedo na porta. Seu estresse está ultrapassando os limites. Ele molhava suas panquecas no mel pronto para mais uma garfada.

- Eu fiz isso por causa do seu filho. - afirmei, fechando minhas mãos e às apertando, minha unha penetra a minha pele machucando levemente.

- Meu filho?

- Nenhuma criança deveria crescer sem um pai, sem o apoio de um pai.

- Não, não deveria. Mas o que te faz pensar que eu seria um bom pai? - seus olhos focaram nos meus lábios, percebendo o quão machucados eles estão.

- Você protege sua família, do seu jeito louco e esquisito, você protege todos. Um nível que pode chegar a ser tóxico. Mas ainda sim, você não mede esforços para salvar ninguém que ame.

- Sabe que eu não gosto do seu envolvimento com meu irmão, não sabe?

- Sabe que não tem nada entre nós, não é? - o meu tom ácido faz com que Klaus recue.

- Não acredito nisso. Sei que você, ele e Damon não tem o relacionamento mais fraternal do mundo. - afirma.

- Ainda acha que envolvemos o Damon nisso? Você é, realmente, paranoico.

- Eu caminho pela terra há mil anos. Sei como meu irmão age quando está apaixonado. Sei como ele age quando está realizado. Sei que no seu aniversário ele foi comemorar na casa do Damon, e também sei que foi ele quem te deu aquele carro que tanto exibe. - sua voz é séria. - Meu irmão não oficializou nada ainda. Está lutando contra os próprios sentimentos, ele gosta do Damon desde antes de você chegar, mas devo dizer que quando você apareceu... - ele para um pouco, pensando nas palavras. - parece que tudo se aflorou, o sentimento predatório...o desejo, a impulsivisade...acredito que amar mais de uma pessoa possa ser...devastador e exaustivo.

- Não temos nada. - minto, não posso permitir que ele faça mais loucuras.

- Não minta para mim. Não existe motivos para isso.

- Está me dizendo que, se, em um mundo hipotético, eu, Damon e Elijah estivéssemos tendo um relacionamento, estaria tudo bem? - levanto as sombracelhas, esperando a única resposta possível vindo de Klaus Mikaelson: surtar.

- Sei que não tenho o melhor histórico do mundo, mas gosto de você, nem tanto do Damon, mas o suficienfe...sei que vocês realmente fazem bem para ele.

- E sobre todas as outras namoradas que você matou, como se fossem descartáveis?

- Meu pai ainda era vivo, ele não podia se apegar a ninguém ou poderia ser uma arma contra nós.

- Então vai me dizer, que se eu fosse a namorada de Elijah, não me mataria? Espalhando sua forte fúria de híbrido incompreendido? - levanto as sombracelhas enquanto tomo o Milk-shake, olhando atentamente em seus olhos segurando um sorrio que tenta escapar de meus lábios. Ele gargalha, passando a mão pela nuca.

- Não, não você, mataria depois que fizesse algo. E o Damon, eu o mataria, mas não por estar com meu irmão, eu não gosto dele mesmo. - a risada entre as palavras fez com que a frase parecesse aceitável.

- Você não ajudou a salvar a vida dele há pouco tempo atrás?

- Sim, mas foi pela Caroline.

- Sou amiga da Caroline, o Damon também. Isso te empediria de nos...assassinar?

- Talvez, depende do meu dia, do que foi feito...

- Não acha errado você poupar a vida de alguém pela garota que você gosta e não se importar em matar alguém que faz seu irmão feliz? - questiono, vendo seus olhos brilharem, confusão passando por cada um deles.

- É por amor; nós somos família, sempre e para sempre! Eles não precisam de mais ninguém...eu estou aqui por ele.

- Assim como você quer ter a Caroline eles querem outra pessoa. Me diga, você ama a Caroline? - pergunto, Klaus não responde com palavras, apenas balança a cabeça em confirmação, mas não chega a ser uma surpresa. - Deixou de amar seus irmãos por que começou a amá-la?

- Não...mas eles são bons para, sempre se sacrificaram por mim, eu sou o louco que acaba com a felicidade de cada um, o bastardo...não faço parte da família.

- O que une vocês vai muito além de sangue, Niklaus, Elijah nunca, escuta o que eu digo, nunca vi alguém ser tão leal a outra pessoa quanto seus irmãos são a você, e para ser sincera, invejo isso. Não importa quantos anos e coisas se passem, as coisas horríveis que se causaram, vocês sempre estão juntos quando realmente precisam. - afirmo, observando as lágrimas que encharcam os olhos do mesmo. - Quando voltarmos para New Orleans, quero que chame a Caroline para sair, e não importa o que ela diga, você vai insistir até que ela aceite. Ela também gosta de você, mesmo que tente fingir que não. Mas viva um pouco da sua vida pela primeira vez durante esses mil anos, aproveite o que puder, não importe o quanto seja difícil.

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