Fragmentos de Nós

Capítulo 11 - Uma Lágrima Solitária no Escuro

"O passado pode ser uma sombra constante, mas não deve ser permitido que nos impeça de viver o presente."

Após chegar em casa naquela noite em que Alex a acompanhou, Hannah sentia-se exausta. Ela caminhou lentamente em direção ao banheiro, tentando não pensar em nada além de seu chuveiro quente e a sensação de alívio que ela esperava sentir quando a água caísse sobre seu corpo. Aquele dia tinha sido difícil e estressante, e a presença reconfortante de Alex tinha sido a única coisa que a mantivera sã. Enquanto se despia, Hannah tentou afastar os pensamentos de sua mente e se concentrar em seus sentidos.

Assim que a água quente caiu sobre ela, Hannah fechou os olhos e deixou escapar um suspiro de alívio. Ela se permitiu relaxar completamente, permitindo que a água quente aliviasse a tensão de seus músculos. Ela tentou se distrair pensando em algo neutro, mas a imagem de Alex insistia em surgir em sua mente. Ela se perguntou se ele pensava nela tanto quanto ela pensava nele, ou se ele tinha coisa melhor pra fazer.

Depois de sair do chuveiro e se enxugar, Hannah vestiu seu pijama e deitou na cama. Ela olhou para o teto e suspirou, sentindo-se ainda mais cansada do que antes. Enquanto a escuridão envolvia o quarto, Hannah fechou os olhos lentamente, buscando o refúgio do sono reparador. No entanto, antes de se entregar completamente à sonolência, seus pensamentos foram atraídos irresistivelmente para Alex. Seu sorriso caloroso e seus olhos azuis penetrantes permeavam sua mente, trazendo uma sensação de calma e felicidade.

Ela se viu relembrando os momentos compartilhados, as palavras trocadas e as emoções que pulsavam entre eles. Cada detalhe de seu encontro naquela noite se tornou vívido em sua imaginação, como se pudesse reviver cada instante. A presença reconfortante de Alex a acompanhando pelas ruas tranquilas da cidade ainda ecoava em seu ser, como um bálsamo para sua alma.

Hannah suspirou suavemente, permitindo que a imagem de Alex permanecesse em seu pensamento antes de dormir. Seu coração estava cheio de esperança e curiosidade, ansiando por explorar mais a fundo a conexão que estava se formando entre eles. Enquanto as pálpebras se tornavam pesadas, Hannah abraçou aquele sentimento de esperança.

Quando finalmente se entregou ao sono, Hannah foi transportada para um mundo de sonhos. No início, ela se viu em um cenário agradável, caminhando ao lado de Alex por um parque ensolarado. Sentia-se feliz e radiante ao lado dele, desfrutando da sua companhia. Os pássaros cantavam melodias suaves e o aroma das flores perfumava o ar. O sol brilhava intensamente no céu azul e as árvores projetavam sombras frescas pelo caminho.

Eles caminhavam sem pressa, desfrutando da tranquilidade do local. Alex contava piadas engraçadas e Hannah ria com gosto. Em determinado momento, ele parou em frente a ela e a encarou com intensidade. Seus olhos brilhavam com uma luz suave e sua boca se curvava em um sorriso gentil.

- Hannah, eu preciso te contar uma coisa. - Ele disse, segurando as mãos dela.

Hannah sentiu um frio na espinha e seu coração começou a bater mais rápido. Alex pediu para ela fechar os olhos, ela se perguntou o que ele iria lhe dizer, mas antes que pudesse perguntar, ele a surpreendeu com um beijo suave na bochecha.

Quando ele se afastou, Hannah abriu os olhos e viu que o parque havia desaparecido. Agora ela estava em um quarto escuro, desconhecido para ela. Olhou ao redor e viu que estava sozinha. De repente, a porta se abriu e Alex entrou, mas algo havia mudado. Ele não era mais o mesmo homem gentil e amável que ela conhecera. Seus olhos brilhavam com uma intensidade sombria e sua boca se curvava em um sorriso malicioso.

- Olá, Hanny. Sentiu saudades minha? - Ele disse, se aproximando dela com passos lentos.

Hannah recuou, sentindo o medo crescer dentro dela, só havia uma pessoa que chamava ela de Hanny, alguém de seu passado. Olhou para Alex e percebeu que ele se transformara em alguém que ela já não via há muito tempo, seu ex-namorado, Ethan, aquele que lhe causara tanto sofrimento. Ele a agarrou com força, obrigando-a a ficar parada enquanto ele a insultava e a ameaçava.