Capítulo 13 :

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ARTHUR

Saio do banheiro apenas de cueca enquanto seco meus cabelos. Dou de cara com Carla ainda ali na sala, sentada no sofá, surpresa com meus trajes. Coloco as mãos na cintura e suspendo as sobrancelhas. Achei que ela já tivesse ido embora, seguindo sua rotina, afinal ainda é dia de semana. É nítido seu olhar guloso, para cima de mim, ainda que disfarce. Essa mulher é orgulhosa demais para admitir o que nós dois sabemos, mas sua indiferença ao falar aquilo mexeu demais com meu ego.



Minha vontade era de rasgar sua roupa ali mesmo e a fazer implorar pelo meu pau, só que não pretendo fodê-la e me transformar em seu marido de fato, seria fácil demais para ela, que é minha inimiga número um atualmente. Ela vai ver isso tudo todo dia, desejar, querer ser consumida, mas jamais será tocada. Minha raiva por ter acabado com minha vida se sobressai a qualquer coisa, estou disposto a continuar a viver minha vida como se ela não existisse, até porque esse casamento é pura mentira, inexiste para mim.


Carla: Mais tarde vou buscar a Bella e te peço, desde agora, independente das nossas diferenças, que ela sempre seja nossa prioridade. Se não for para você ser um pai de verdade ou se vai demonstrar a cada segundo quão forçado está sendo para cumprir seu papel, prefiro que nem se apresente como pai dela. Eu vou entender, juro, não quero te obrigar a nada, até porque amor não se força nem se obriga, só não quero que minha filha perceba que o pai dela, que ela tanto sonha em conhecer, não faz questão de estar com ela ou que está presente porque foi forçado. Se não for de coração e não estiver disposto, me fale agora, eu invento uma desculpa. Digo que é um amigo, meu namorado, qualquer coisa que não seja o pai dela, só não quero que ela saiba que o pai dela finalmente voltou e não faz questão alguma de sua presença. Minha filha sempre receberá todo o cuidado e atenção para crescer bem. — Mais mansa que minutos atrás, Carla avisa, mas seu queixinho erguido continua intacto.




Arthur: Eu vou ser pai, Carla, eu me comprometi e vou cumprir. Quero inclusive montar um quarto para ela. — aviso, não dando o braço a torcer em ter de falar com ela novamente.




Há um quarto vazio no meu apartamento, sempre ficou vazio porque nunca soube como usá-lo, agora terei uma pequena e nova moradora para ocupá-lo.



Carla: Então estamos conversados. Ela gosta de roxo e ama a princesa Rapunzel, não mencione esse nome ao menos que queira vê-la surtar e falar por horas a fio sobre o assunto e te fazer assistir em loop o filme.



Carla ri de lado, claramente ficando mais mansa quando fala de Isabella.



Eu mal posso esperar para conhecê-la! Concordo com seus termos e ficamos nos encarando, com o assunto finalizado, até que ela se levanta, arrumando a bolsa nos ombros e indo em direção a porta, toda inabalável. Suspiro profundamente para tentar pôr minha cabeça no lugar, porque sinto raiva e desejo rasgarem minha pele de forma angustiante. Carla vai me pagar como merece, não porque conseguiu me dar um golpe, saindo com meu sobrenome junto ao seu, mas por me provocar. Não era na raiva esmagadora que queimava cada centímetro da minha pele que sentia por ela e pelo que me obrigou a fazer que mais me incomodava, e sim a visceralidade no qual meu corpo exigia a filha da mãe de forma crua e insensata a todo o segundo que estamos próximos.

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CARLA

Mariano: É, irmã. Palmitou bonito! Além de tudo é loiro e alto, as coisas foram piores do que imaginei. Não deixe esse sujeito te algemar!



Mariano ri, tripudiando de mim como um perfeito irmão mais velho, enquanto me ajuda a pôr as últimas malas no porta-malas da picape. Já que fez questão de me ajudar a levar nossas coisas antes de buscar Isabella, tive de voltar. Aproveitei e me dei folga hoje do trabalho para resolver todas essas pendências. Meu pai, não vi, deve estar em uma das fazendas, e prefiro assim, não estou pronta para olhar na sua cara novamente. Acho que não estarei tão cedo.



O Canalha! Where stories live. Discover now