2- Será se nunca vai passar?

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Olaaaaaaa. Desculpem a demora. Eu estava de mudança tava uma correria. Agora teremos data fixa para postar. Toda terça feira ❤️

Espero que gostem ❤️❤️❤️





P.O.V Tom

Eu não pude dormir porque tive que ouvir minha consciência dizendo o quão idiota estou sendo. Eu só preciso ignorar esse sentimento e seguir porque com certeza uma hora vai passar.
Mesmo que já tenham passado anos e continue aqui.
Lembro de quando podia controlar o meu mundo com as mãos, eu tinha a chave de tudo e ela foi perdida. O sentimento arde como as chamas de um inferno próximo, me consumindo pouco a pouco.
Vejo o sol nascendo lentamente pela janela enquanto suaves gotas de chuva caem.
Um novo dia se inicia.
Me levanto da cama e posso sentir meu corpo doer pelo simples ato de dar alguns passos até o banheiro. Ligo o chuveiro e desejo de toda minha alma que a água que se derrama sobre a minha pele arranque toda essa angústia que sinto.
Depois de um longo banho, me visto e desço as escadas à procura de Bill.
O encontro escorado na porta da frente. A porta está aberta, ele está olhando para a frente, com as pernas e braços cruzados. Sua mochila está em seu ombro e sua expressão é indecifrável.
-Achei que já tivesse ido pra escola.-falo em uma tentativa de quebrar o silêncio.
-Sabe que não posso ir sem você.-sua voz sai em um tom baixo e parece bem desapontada.
Aquilo me partiu o coração e saber que ele não pode andar sozinho na escola e nem na rua me deixa muito mal.
Eu entendo perfeitamente o porquê de termos nascido juntos: eu nasci para protegê-lo e não sei em quem colocar a culpa por ter me apaixonado por ele.
Me aproximo dele e o abraço.
-Me perdoe.-peço em um sussurro.
Ele demora um pouco, mas me abraça e encaixa seu rosto sobre meu peito.
Eu peço perdão por não poder conter meus sentimentos, mas sei que o perdão que ele pensa é por ter o tratado tão mal.
-Tudo bem. Todos nós temos dias ruins. Você quer passar pela praça?-ele fala se afastando de mim e sorrindo.
No seu sorrisinho, apesar de ser sincero, eu consigo ver no fundo que ainda está magoado. Sorrio para ele e respondo:
-Vou só pegar minha mochila.
Ele me dá um selinho e se afasta dando leves pulinhos e sorrindo. Parece estar bem empolgado.
Eu acho que se eu fosse algo sensível ao sol, com certeza já teria derretido.
Pego a mochila e saímos de casa após nos despedirmos de nossa mãe.
-Hey! Estão apressados assim por que?-ouço a voz de Georg atrás de nós e olhamos para ele ao mesmo tempo enquanto o mesmo se aproxima de nós.
-Estamos indo na praça.-Bill fala todo animado.-Vamos?!
-Ja é!-Georg fala sorrindo.-Cada dia mais parecido com uma menina.-ele fala olhando para mim.
-Uma linda mocinha.-falo sorrindo e olhando para Bill que apenas sorria com aquele sorriso.
Se eu pudesse... Ah se eu pudesse.
Fecho minhas mãos e aperto para poder conter a vontade louca que tenho de pegar ele e amar aqui mesmo nessa calçada.
-Tom?!-ouço Georg me chamando e saio do transe que nem percebi que havia entrado.-Ta tudo bem?
-Ta sim. Vamos logo antes que a gente se atrase pra escola.
Dou passos largos para a frente e logo eles me acompanham.

***×***

O doce sabor da ilusão. É literalmente isso que eu sinto observando o amor da minha vida cozinhando na minha frente enquanto tagarela sem parar sobre alguma coisa que eu já deixei de ouvir há muito tempo.
Estou com os braços largados em cima do balcão e a cabeça por cima deles.
Só vejo sua boca se movendo enquanto desejo com todas as minhas forças beijar ele.
-Pois é, Tommy. É por isso que eu queria terminar com ela.
Opa! Essa parte eu ouvi.
-Desculpa, eu me distraí. Qual o motivo mesmo?-pergunto me ajeitando melhor e sentando em cima do balcão para prestar atenção.
-Tudo bem. É que eu não consigo mais sentir o mesmo por ela sabe?!-ele para de mexer a comida e olha para a frente como se tivesse refletindo.-Ela parece gostar de mim, mas não sei se é isso que eu quero sabe?! Ainda não me descobri. Não sei nem se gosto de menina.-isso fez o meu rosto ruborizar em tons que eu nem imaginaria ser possível.-Enfim. Está quase pronto.-ele fala e volta a mexer alguma coisa na panela.
-É... É... Bom... Eu acho que...-fiquei totalmente sem palavras.
Bill me olha com o cenho franzido e eu posso jurar ver um ponto de interrogação em cima de sua cabeça.
-Por que você está parecendo um pimentão?
-Eu?!- me olho no reflexo da geladeira e consigo ver perfeitamente meu rosto.-Nao sei. Acho que é o calor.
-6 graus, Tom. 6 graus!-ele fala ainda meio confuso.
-Eu sou estranho. Vou banhar.-falo e pulo rapidamente do balcão e vou saindo da cozinha quando sinto seus braços envolverem minha cintura.
-Eu te amo muito.-ele fala baixinho.
Posso sentir meus pulmões se enchendo de ar e logo em seguida ele se esvazia em uma longa respiração.
Coloco minhas mãos em cima das suas que estão entrelaçadas por cima da minha barriga e olho para elas pouco antes de me virar para ele e o abraçar forte.
Não consigo evitar de leves lágrimas escorrerem quentes dos cantos dos meus olhos.
-Eu também amo você. Você não consegue ter ideia de quão grande é meu amor por você. Eu mataria e morreria por você. Eu poderia agora mesmo me jogar na frente de um carro em alta velocidade apenas para ver o seu sorriso encantador. Você não merece alguém que te ame menos que isso.-falo em um desabafo que me doeu como uma faca atravessando meu peito.
-Voce é o melhor irmão do mundo.
Aquela frase. Aquela maldita frase aterrissou em mim como uma granada e fez meu coração se partir em pedacinhos minúsculos.
-Vai lá terminar o almoço. Eu vou tomar um banho e já venho te ajudar.-falo rápido e saio dali sem olhar para ele não perceber o meu choro que descia sem controle.
Isso nunca vai passar?!

The color of hellWhere stories live. Discover now