4-Nana Shimura

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cw: intimidação

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Izuku não é estranho ao medo.

Ele é um especialista em medo. Ele respira com o coração batendo forte, acorda com frio na barriga e dorme com portas rangendo e as paredes gemendo. Quando o medo bate à porta, ele o compreende como um colega de quarto irritado e segue seu dia.

E ainda, quando o olhar de Bakugou queima um buraco na parte de trás de sua cabeça, ele quer correr. Quando Bakugou o segue para fora, ele quer se esconder. Quando Bakugou o agarra pelo ombro e o empurra contra a parede, ele quer se enrolar e esperar que ele vá embora. Mas ele não pode, não com Bakugou segurando-o na posição vertical. Então, em vez disso, Izuku sente-se congelar novamente. Rei tenta arrastar Bakugou para longe dele, mas não vai funcionar. Isso nunca acontece. Os ruídos ao seu redor soam estranhamente abafados, como se ele estivesse usando protetores de ouvido, mas não é o suficiente para bloquear o que Bakugou está dizendo.

—Que maldito truque sujo você usou para passar no exame? Responda-me, sua merdinha!—

Izuku não responde. Ele não pode, não quando sua língua está presa em sua boca. É tudo o que ele pode fazer. Apenas olhar estupidamente para o rosto de Bakugou. Isso não vai acontecer. Ele não vai fazer isso. Não há como ele fazer isso, mesmo que ele quisesse. E ele não vai. O que ele vai fazer é gritar comigo como sempre faz. Isso não vai acontecer. Não vai.

— você está me ouvindo? Eu deveria ser o primeiro a entrar em Yuuei desta escola de merda! E você cagou nisso tudo !—

Izuku o encara, silencioso e congelado e tão vazio quanto a estática da TV. Ele não fará isso de novo. Isso não vai acontecer. O aperto de Bakugou em seu ombro é forte o suficiente para machucar, assim como o fantasma na praia – a praia onde ele treinou, onde sangrou, vomitou e suou por seis longos meses até o dia do exame. O mantra desaparece e deixa novos pensamentos em sua cabeça. Não foi um truque. Fui eu. "Ganhei-o". All-Might disse isso. Não é sobre você. Não foi um truque.

—Eu disse para você ir para outro lugar, seu filho da puta !— Bakugou o sacode com força, e a parte de trás da cabeça de Izuku bate contra a parede atrás dele.

Meus amigos são mais assustadores do que você.

Izuku trava os olhos com Bakugou novamente, sem piscar, todos os seus sentidos abafados.

—Faz você se sentir grande?— ele pergunta.

E Bakugou é o primeiro a piscar.

—O que-—

—Faz você se sentir grande machucar alguém que não vai revidar?—

Os olhos de Bakugou se estreitaram. Seus lábios se curvam, mostrando os dentes cerrados. —Do que diabos você está falando—

—Faz você se sentir forte, bater em crianças que não têm peculiaridades?— Parte dele, uma pequena parte, está gritando para ele calar a boca antes que ele deixe Bakugou com raiva o suficiente para acertá-lo. Mas o que isso fará? É apenas um golpe. Tudo o que pode fazer é deixar um hematoma ou fazê-lo sangrar. —Faz você se sentir corajoso, quando eles estão com medo de você?—

—Cale a boca— Bakugou rosna, e Izuku vê faíscas e fumaça na mão que agarra seu ombro.

O pior- o pior que ele pode fazer com você, é matá-lo por acidente.

—Você vai ter que fazer— Izuku diz sem pensar.

—Eu vou ter que fazer o quê?— Bakugou cospe de volta.

Yesterday Upon The StairWhere stories live. Discover now