1- Izuku

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— Com licença? Hum, desculpe-me?—

A mulher demora um pouco para notá-lo, e mais ainda para erguer os olhos. Ela está sentada de pernas cruzadas no banco do parque, enrolada em si mesma enquanto se balança e chora, e ela está sentada, se balançando e chorando desde que Izuku chegou pela primeira vez, dez minutos atrás. Ele pode sentir uma pressão dolorosa em sua garganta só de olhar para ela, e seus olhos ardem. Ele força o sentimento de volta. É difícil não chorar quando outras pessoas estão chorando, e essa mulher está chorando de tanto chorar enquanto Izuku esperava que todos ao alcance dela saíssem.

Ele gostaria de poder dizer que ficou surpreso, mas apenas três dias atrás um supervilão estava na área. Heróis de uma agência local o derrubaram, mas não antes que ele derrubasse alguns prédios com ele. O dano ainda persiste.

Finalmente, lentamente, ela levanta a cabeça.

— Você estava falando comigo? — ela pergunta baixinho.

Izuku desculpa.

 —Sim—, diz ele. Não há nada para se envergonhar, não agora, quando não há ninguém perto o suficiente para ouvir. — D-desculpe incomodar você. Se você quer que eu saia—

A mão dela se fecha em torno do pulso dele, e Izuku consegue ficar parado e calmo em vez de se assustar. Ela não pode evitar, ele sabe que ela não pode evitar, mas de vez em quando ele ainda assusta.

— Não— diz ela. —Não, por favor, não vá.—

Izuku se senta ao lado dela cautelosamente.— Está tudo bem— diz ele. — Qual é o seu nome? Eu sou Midoriya.—

Depois de um momento, ela sussurra:— Y-Yamamoto.—

— Prazer em conhecê-la, Sra. Yamamoto.— Ela ainda está segurando o pulso dele.— Você precisa de ajuda com alguma coisa?—

—Sim— ela engasga, e a solução não é apenas de medo e tristeza - há alívio nele também.

—O que é?— Izuku pergunta gentilmente, sempre gentilmente. —Com o que posso ajudar?—

—Eu...— Com a mão livre, ela enxuga em vão as lágrimas que lhe escorrem pelo rosto. —Eu... eu estou tentando . Eu não consigo me lembrar. Por que não consigo me lembrar?—

—Está tudo bem, Sra. Yamamoto— ele repete. — Tudo bem. Nada vai te machucar. Apenas Respire. —É uma coisa absurda para dizer a ela, mas ele não consegue pensar em mais nada, e fazer os movimentos de inspirar e expirar parece acalmá-la de qualquer maneira.

—Eu, hum,—a Sra. Fungo Yamamoto. —Foi... foi algo importante.—

—Você precisa dizer algo a alguém?— Izuku pergunta.

—N-não, na verdade não, eu não... eu não tenho ninguém para contar... não tem ninguém...—

-OK. Você precisa encontrar alguma coisa?—

— Sim! Sim, eu... hum... — Ela faz uma pausa, e seu aperto frio no pulso dele aumenta. —Ou talvez...—

— Você perdeu alguma coisa? — Izuku pressionou. — Você... deixou alguma coisa em algum lugar?

—Sim!— A voz dela range estranhamente em seus ouvidos, causando arrepios em sua espinha, mas ela está sorrindo em meio às lágrimas. — Sim Sim! Era isso! eu saí... eu saí...—

— Foi em casa? Sem trabalho? Onde você deixou?—

—Casa— diz a Sra. Yamamoto. —Lar. Me leve para casa.—

Yesterday Upon The StairOnde histórias criam vida. Descubra agora