Capítulo 8

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5 meses para o casamento

Renan

- Prova esse. - Ângela dá um pedaço de bolo de frutas vermelhas para Júnior. - Qual é o melhor?

- Esse - Ele aponta pro bolo de chocolate.

Ela faz uma cara de decepção que eu consigo notar até se estivéssemos um de costas para o outro.

- Ganhei. - Rio.

Estamos decidindo o sabor do bolo. Quer dizer, eu e Júnior acabamos de decidir que o bolo vai ter sabor de chocolate.

Ângela não gosta de bolo de noiva, então decidimos experimentar outros sabores e decidir o melhor.

- Tá certo. Temos de escolher também a decoração. - Ela puxa um livro com fotos de vários bolos de casamento.

Já que eu escolhi o sabor, nada mais justo do que deixar que ela escolha a decoração.

Depois de passar inúmeras páginas, ela me mostra um bolo que com certeza era o certo. Um bolo branco de três andares e detalhes dourados, flores das cores rosas e brancas e duas polaróides com fotos dos noivos no topo. Concordamos que aquele modelo era perfeito para nós e acertamos tudo com a confeitaria.

[...]

- Isso não vai pintar meu rosto, não né? - Pergunto preocupado com a massa verde que Ângela passa no meu rosto.

- Claro que não. - Ela continua espalhando essa melequeira no meu rosto com um pincel. - Depois a gente tira com água.

Sinceramente, não entendo a necessidade de fazer skincare e não acho que essa gosma verde vai deixar minha pele hidratada, mas Ângela disse que isso é relaxante e se ela consegue relaxar com isso, é claro que vou fazer junto com ela já que daqui algumas horas ela vai ter um momento extremamente estressante.

- Você tá nervosa em relação a conversa?

Ela para de espalhar e pousa o pincel na bancada do banheiro.

- Eu acho que tô ficando louca com esse assunto. - Suspira. - Não acredito que vou tentar fazer um acordo de paz com uma mulher que apoia um perseguidor e espancador.

Minha mãe abandonou a minha família quando eu ainda era pequeno mas ela nunca tentou nada de ruim contra nós. É realmente perturbador ver uma mãe que concorda em ter a sendo perseguida e podendo apanhar em qualquer momento.

Não tenho palavras para confortá-la ou simplesmente não acho que essa situação deva ser amenizada com alguma frase consoladora, por isso, a envolvo com meus braços e permito que ela chore no meu ombro.

Nós queremos por um fim em todos esses xingamentos e desentendimentos entre as duas. E digo nós porquê não quero estar brigado com minha própria sogra.

Nós chamamos Jaqueline para jantar na minha casa para evitar que Anthony ou até os pais dela ficassem no meio conversa. Precisamos por um basta nisso pra ontem.

Depois muitas lágrimas e mais algumas horas preparando o jantar e se arrumando, Jaqueline bateu no portão de casa. Ela não pareceu nada contente em me ver quando abri o portão.

- Ele vai ficar aqui. - Apontou para mim depois que nos sentamos.

- Ele é meu noivo e faz parte da nossa família. - Ângela respondeu. - Além disso, ele me apoia mais do que você por isso vai ficar aqui.

- Parece que esqueceu os bons modos que te ensinei.

Parece que ela também esqueceu, que coincidência!

- Estamos aqui justamente porque tenho bons modos, senão, você estaria presa por cúmplice.

A mãe dela faz pausa. Não sei se está sem argumentos ou se está só calculando qual o momento certo para soltar mais veneno.

- Quero resolver tudo entre nós duas. - Ângela continua.

- Não sei se quero resolver. - Jaqueline cruzou os braços.

Essa mulher já está passando dos limites.

- Você deveria querer. - Me intrometo.

Nós estávamos em dúvida se iríamos ou não chamá-la para o casamento e essa conversa que iria nos dizer, mas, pelo rumo que está tomando duvido que Ângela vá querer convidá-la.

- Não me importa se você abre ou não a sua porta para Anthony. Ele é seu filho e eu entendo isso. - Ângela começa. - Mas não quero que se envolva entre nós dois. Nós iremos resolver e você não pode estar a favor de nenhum dos lados. Nós dois somos adultos e nós vamos no acertamos.

Jaqueline parece pensativa. Nunca sei se ela concorda conosco ou se está se preparando para o próximo golpe. Mas no fundo ela deve saber que nós estamos certos.

- Tudo bem. - Suspira. - Não vou interferir nos problemas de vocês.

Ela parecia relutante mas não tinha nada que pudesse fazer e ela está ciente disso.

O resto do jantar se tornou mais desconfortável do que a conversa em si, já que não me tornei melhor amigo dela de uma hora para outra.

Agora temos um problema a menos, faltam só vários.

* Por favor, não esqueça de curtir o capítulo.

Ângela e Renan Where stories live. Discover now