Capítulo 2

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Renan

- E tu tá pensando em colocar o que pro povo escutar? - Gabriel coloca Júnior na cadeira.

- A gente não sabe se coloca poesia acústica ou samba. - Olho pela janela.

- É só escolher algumas músicas dos dois jeitos.

Verdade. Parece que até coisas assim que são tão simples ficam difíceis. A gente nem pensa direito mais.

Hoje a barbearia tá fechada e nós vamos pro Veneza.

- Pai. - Júnior grita.

- Que foi papai? - Gabriel se abaixa pra falar com o filho que explica (ou tenta explicar) como quer o corte.

Eu fico impressionado como Gabriel é bruto e chato mas fica todo dengoso pro lado do filho. Espero ser assim um dia se eu tiver filho.

Sinto cheiro de café e desço pro salão pra tomar um pouco. Não dormi muito bem pensando no casamento e só isso me deixar acordado.

- Gabriel já terminou o cabelo de Juninho? - Ela deita no estofado.

- Não, ainda tá cortando. Tem café?

- Tem, acabei de fazer. - Aponta para a cafeteira.

- Eu tô precisando, não dormi a noite pensando no casamento. - Encho a xícara.

- Ah que fofinho. Não consegue nem dormir querendo deixar tudo perfeito pra tua amada.

- Tu num fala assim. Tá lendo muito livro que Jamilly manda.

Ela ri.

Pouco tempo depois Jamilly aparece e Gabriel e Juninho descem pra a gente sair.

[...]

- Vem bincar. - Júnior me arrasta pra uma piscina que só cobria meus pés.

- Vai Renan. Vai brincar com ele.

- Ah, tu vem também. - Puxo ela junto.

Depois de alguns minutos brincando nos chuveiros, Jamilly e Gabriel voltaram do rio lento.

Almoçamos em uma lanchonete de lá mesmo. Depois, fomos jogar vôlei aquático (ou melhor, eles foram jogar vôlei e eu fiquei cuidando de Júnior).

No fim da tarde, fomos embora e eu levei Ângela para casa dela. Decidimos ir na orla pra ver o mar.

- Você tá muito linda hoje. - Senti na areia.

- Só hoje? - Deita na minha perna.

Sorrimos.

- Sempre, sempre. - Faço cafuné nela. - Era pra ser só uma ficada e agora a gente tá planejando o nosso casamento. Como que isso aconteceu?

- E eu lá sei, criatura? Foi tu que me pediu em namoro e em casamento.

E tenho certeza que essa foi a melhor coisa que eu fiz.

- Lembra quando a gente se conheceu? - Ela se senta do meu lado e se encosta no meu ombro.

- Lembro. Tu tava se mudando pra casa do teu pai e eu fui jogar videogame com teu irmão.

- Foi assim não visse. Eu lembro e foi diferente. Eu tava de boa arrumando minhas coisas no quarto, tu aparecesse na porta do meu quarto e por uns segundos ficou parado me olhando ao invés de entrar no quarto do meu irmão.

Eu não lembro disso não.

Ela passou o dedo por cima das cicatrizes na minha mão.

- Ele te machucou feio naquele dia. - Aperta minha mão. - Me desculpa.

- Tu para de falar besteira visse. Não tem que se desculpar por nada, eu que tava errado. Foi por minha causa que ele me bateu e que vocês brigaram.

Ângela nunca admitiu mas sei que se eu não existisse na vida dela, Anthony ainda estaria morando com ela e os pais e eles não teriam brigado.

- Eu tinha o direito de ficar contigo, eu tinha o direito de namorar contigo, eu tenho o direito de estar noiva. Mas ele não tinha o direito de querer me bater e não tinha o direito de te bater.



*Se você leu até agora, dá uma forcinha pra autora. Meu objetivo é que essa parte alcance a mesma quantidade de visualizações que a primeira.

*É só apertar na estrelinha cara. Não custa nada. Por favor.

Ângela e Renan Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora