𝐀𝐔𝐆𝐔𝐒𝐓𝐈𝐍𝐄 𝐆𝐑𝐀𝐇𝐀𝐌

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   𝐌𝐀𝐒𝐓𝐈𝐆𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐀𝐑𝐓𝐎 𝐏𝐈𝐑𝐔𝐋𝐈𝐓𝐎 meus dentes começam a doer com tanto açúcar. Estou no quarto de Gisele, a garota me arrastou para cá após nosso treino essa manhã. Não posso continuar sendo autocentrada em manter nossa relação apenas no gelo, é meu primeiro ano como capitã, quando ganhei um voto de confiança do treinador e do time presumia que faria amigas para vida, assim como meu pai e tios. Contudo, tirando meus discursos e trabalho árduo no hóquei, só tínhamos almoçado juntas algumas vezes.

— Não coma tanta açúcar — ela me adverte. Embora esteja fazendo o mesmo, eu observo. Arqueio minhas sobrancelhas e ela sorri.

    Gisele dá de ombros e começa a trançar seus cabelos cacheados. Ela é tão bonita, meus lábios se comprimem enquanto observo seus olhos avelãs. Seus dentes diferentes dos meus, são alinhados. Me pergunto como as coisas seriam se ela fosse a capitã, a garota é calorosa o suficiente para manter aqueles presentes eufóricos pela sua atenção, diferente de mim.

— Prometo que deixo você escolher a música do próprio carro, se me contar o nome do seu perfume — a garota diz quando senta-se ao meu lado na cama.

— Foi feito para mim, um presente de aniversário da minha madrinha — Dou um sorriso amigável.

      Observo seu quarto. É pequeno, sua cama possui um tamanho comum embora muitos travesseiros e lençóis aquecidos. Havia um banheiro, uma penteadeira e seu armário.

— Não trago muitas minhas amigas para cá — Gisele diz. Me sinto desconfortável, fiquei analisando seu quarto por tempo demais.  — É o que eu consigo pagar.

— Não me importo — dou de ombros. Recordo-me do Tio Dean, e não posso deixar de o fazer: — Prometo que vamos ao cinema quando você puder pagar meia. 

— Graham! — Ela exclama quando me empurra da cama. Meus olhos estão lacrimejando de rir. Acabei de chamar minha nova amiga de pobre, e me sinto muito bem.

       Ligo meu aquecedor, "Betty" da Taylor Swift soa pelo meu carro.  Sinto imenso orgulhoso, mamãe a ajudou no solo de algumas canções da mesma. Em uma das músicas se ouve sussurros meus, gosto da sensação.
        Estaciono em duas vagas. Logo corrijo minha posição no estacionamento, dirigir na neve é um porre.
     Minhas primeiras aulas são como de costume, faço algumas anotações no meu iPad. Não gosto das minhas aulas seguintes, meu professor da matéria central de comunicação me tira do sério, como é possível? Suas aulas sempre destacam figuras masculinas de grande porte na televisão e indústria esportiva, raramente mulheres. Tio Logan já foi um motivo de suas aulas, alguns fatos eram verdadeiros outros deveras aumentados pela mídia e por ele. Meu professor faz algumas anotações no quadro de giz, e sugere que nós escrevessemos em algumas opções de estágios na próxima semana.
             Temos um campeonato importante se aproximando, não quero distrações. Se eu conseguisse um estágio agora algumas coisas iam ficar mais rápidas no meu curso, ao menos eu pensava assim. Faço comunicação porque quero me manter no hóquei, mesmo que não seja na ativa. Mas, me comprometer na busca de café para outras pessoas  parece inútil. Não que eu não vá fazer o estágio, só não agora.

— Augustine Graham — ele diz meu nome ao entregar os papéis com algumas opções para preencher. Folheio os olhos, todas são geridas por homens exceto três.

       São opções ótimas. Mas, não sei se conseguiria me dedicar. Não como eu quero, volto para meu assento e reparo um nome em específico: Brenna Jensen Connelly.
          
— Senhor? — Seus olhos me encaram e desço as escadas novamente — Brenna Jensen está mesmo como opção?

505Where stories live. Discover now