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𝐀𝐔𝐆𝐔𝐒𝐓𝐈𝐍𝐄 𝐆𝐑𝐀𝐇𝐀𝐌

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     𝐅𝐈𝐂𝐀𝐌𝐎𝐒 𝐄𝐌𝐏𝐀𝐓𝐀𝐃𝐎𝐒. Ficamos empatados, estamos empatados! Minha cabeça está impedindo meu corpo a situar o ataque, estou no vestiário e sinto calor sob minha pele, náusea, dor de cabeça, são efeitos da ressaca. Abomino meu ego, sou tão estúpida para admitir que estava querendo provar ao Connelly que sou grandona, não só no hóquei mas para bebida. Maldito seja, maldito seja!

– Capitã? – A voz de Gisele me força a tomar uma postura mais ereta – Hora de passar às estratégias com o treinador.

     Gigi oferece um sorriso divertido, seus cachos estão amassados e a garota sopra aqueles que caem nos olhos. Ela é linda, sua pele é dourada, os lábios possuem um formato de coração e os olhos lembram o olhar do Bambi. Gisele é filha do treinador do time masculino de Harvard, Poirot. Não somos amigas, mas ela é uma querida para mim, atuamos como dupla no ataque e funcionamos mais do que bem.

– Graham? Precisa ceder seu tempo com o disco para sua lateral, não ouse dar uma de estrela! – Afirmo e me permito sorrir com seu comentário.

     Minha cabeça dói quando Gisele faz a tacada que nos dá vitória. Solto um suspiro leve e ouço meus patins brilharem no gelo, meu corpo precisa de um banho frio.

– Agora nossa menina sabe o motivo – tio Logan diz ao me entregar uma dose razoável de café, ele olha para o meu pai e dispõe um sorriso presunçoso.

      Estou rabugenta e faminta, minha má-fé de entrar no ônibus e ouvir "Red" da Taylor Swift entregaram minha ressaca. E então meu pai me trouxe para cá, um dos meus lugares favoritos na cidade, uma cafeteria com tortas maravilhosas e bolos vermelhos.

– Cara, sua filha fica igualzinha a Wellsy quando tá com raiva – meu padrinho diz enquanto observo com desgosto a tela do celular, nela está escrito: Chad Connelly te mandou um Snapchat.

      Me recuso a abrir.

– E eu não sei? – Meu pai diz em um tom ofendido - Ela é uma pequena Wellsy – ele beija o topo da minha cabeça – Contudo, sua aptidão no gelo é toda minha.

– Sempre me perguntei: Hannah ia ser grandona no hóquei, sim ou não? – Não sinto humor em suas palavras e me encontro curiosa, ele me encara antes de dizer: Sua filha te daria uma surra no gelo, G.

Dou um sorriso caloroso entre as garfadas de bolo.

– Eu era uma das garotas do tio Dean, – lembro-me com orgulho – não é só talento e sim esforço.

    John Logan dá uma risada alta que atrai olhares, papai revira os olhos e me sinto carmim com a situação. Dean é meu padrinho também, sempre o achei o mais bonito, mas não tenho um tio preferido, ele foi meu treinador até o epílogo do fundamental e meu pequeno coração palpitava pois eu tinha uma quedinha por ele.

– Uma das garotas do Dean? – Ele está se divertindo com cada palavra que diz.

    Gosto de como eles são, as piadas sujas, poemas sobre bundas e lágrimas de felicidade com nossos gestos de criança. Semana passada minha mãe me contou que achou um cabelo branco em meu pai, o mesmo a fez prometer não dizer-me ou falar sobre com qualquer pessoa presente no almoço de domingo, ela o fez de uma forma gentil e senti uma felicidade genuína provindo de Garrett Graham, aliás, ele estava envelhecendo ao lado da sua garota. Sou uma vadia estúpida, não retribuí o calor e aquelas palavras de Nate e o perdi, éramos perfeitos um para o outro, sinto vontade de chorar e quase o faço.