Secondo Capitolo

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Luccas Santinelle

Quinze Anos Depois

Me disseram durante muito tempo que o amor é uma coisa idiota, que não deveria amar, meus pais sempre foram diferentes, nunca me falaram nada além de que quando eu encontrasse meu amor saberia na hora.

Quando conheci Hericco senti meu corpo inteiro se arrepiar, meu estômago parecia que não estava bom de uma hora para outra, era como se tudo estivesse fazendo sentindo, como se o mundo finalmente começasse a girar da forma certa.

Ao mesmo tempo que esse misto de sensação passava por minha cabeça uma coisa que ouvi a muitos anos atrás.

Pensava que o amor dos pais por seus filhos era a maior coisa do mundo, puro e inquebrável. Acreditava nisso fielmente, até aquele dia.

Vinte e Seis Anos Antes

Olhando pela janela eu o vejo chegar, já faz alguns meses que ele não aparece, da última vez ficou apenas alguns segundos comigo e depois foi embora como se nem mesmo me visse aí, como se eu não existisse de fato.

Papà Nicolló diz que ele só está confuso por perder minha mãe, mas acho que ele está mentindo para mim, meu pai na verdade me culpa por sua morte, tenho certeza.

Papà James estava sentado ao meu lado na janela de seu quarto quando a campainha tocou, sai praticamente correndo do quarto para ir à porta e consegui chegar lá antes de papà Nicolló.

Quando a abri me deparei com ele, com seus um metro e noventa, cabelos negros iguais a noite e olho azuis tão profundos, sua expressão estava como sempre será, nem mesmo um pequeno sorriso se era visto em seus lábios.

- Papà – digo baixinho ainda olhando para ele com um grande sorriso nos lábios, esquecendo da última vez e focando no agora, que é o que importa.

- Não sou seu pai – disse entrando na porta e se distanciando de mim.

- Já disse que não deve falar assim com ele Gianluca – papài James disse descendo as escadas com um de seus semblantes sérios de quem não gosta de alguma pessoa – ele é seu filho, tente ao menos tratá-lo com desencia – disse chegando perto de mim e me colocando em sua frente, com as mãos em meus ombros me passa do confiança.

- Esse menino é apenas um erro – disse e essas palavras atingiram no fundo da minha alma, como uma adaga em meu coração – deveria ter morrido não a mãe dele – completou com um cara imensa de desgosto me olhando, mas essa cara é apenas temporária já que depois é substituída pela feição natural de não me importa.

- Já dissemos que não deve falar uma coisa dessas – papà Nicolló intervi chegando mais perto de mim – sabe que isso não é verdade, está aqui agora Gianluca, tente passar um tempo com seu filho – disse doce, com um grande sorriso carinhoso nos lábios olhando-o.

- Sabe que só estou aqui porque Edoardo me obriga – respondeu alguns segundos depois – sabe que não quero ter nada a ver com essa coisinha – completou.

As lágrimas queriam começar a rolar por meus olhos, porém, eu as impeço, não quero me mostrar ser fraco na frente dele.

- Luccas não precisa ouvir isso – papà Nicolló disse pega na minha mão e começando a me conduzir para as escadas.

Antes que ele pudesse dizer ou fazer alguma coisa eu saio correndo para o topo das escadas. Fingi que bati a porta do quarto, mas volto para o topo da escada e fico escutando a conversa.

- Ele é seu filho – papà James disse com a típica voz de irritação dele – deveria tratá-lo com um pouco de simpatia ao menos nessas visitas que você faz a cada meses e mais meses – disse começando a se acalmar.

- Além disse deveria começar a vir mais vezes – papà Nicolló disse alguns segundos depois – Luccas pergunta por você e porque não vem vê-lo.

- Ele pode perguntar o quanto quiser, as mentiras que você está inventando pode até convencer esse pequeno infeliz, mas em algum momento ele saberá a verdade e eu farei questão de contar pessoalmente o quanto eu o odeia, que ele matou a própria mãe e que eu desejo que ele morra da forma mais lenta possível – disse, a cada palavra foi como uma nova facada no meu coração, eu já sabia que ele me odiava, porém, não imaginava que fosse algo desse livro de ódio.

Alguns segundos depois eu só ouvi um tapa, quando olhei para baixo, me expondo um pouco vejo que quem bateu nele foi papà Niccolo, um tapa bem na cara.

- Vá embora Gianluca Santinelle – papà disse com a voz embriagada pelas lágrimas que queriam descer de seus olhos – nunca mais apareça em nossa porta, conversaremos com Edoardo, Luccas está muito melhor sem você – completou seriamente.

- Não há necessidade de pedir duas vezes – falou sorrindo brevemente, um sorriso falso – qualquer coisa que me leve para longe daquele monstrinho já é animador.

Não me aguente, segundos depois sai correndo pelas escadas e parei na frente dele. Com a cara mais séria que consegui e um olhar de indiferença no rosto olhei em seus olhos.

- Espero que saia por essa porta e tenha uma morte terrível – digo alto o suficiente para chamar a atenção dele – eu tenho dois pais e uma irmã maravilhosos não estrague isso com sua presença odiosa nunca mais – continuei, e isso pareceu realmente tê-lo pegado de surpresa – eles são minha família, e você é apenas um intruso – completei decidido.

O silêncio que atingiu a entrega de casa naquele momento foi enorme, poderia ouvir-se até o respirar de nos quatro de tão quieto que estava.

- Como já havia dito, não há necessidade de se pedir duas vezes – disse Gianluca saindo de sua surpresa – mas sabe Luccas, você matou sua mãe, não me surpreenderia se fosse a causa da morte de James, Nicolló e da pequena Isabela. Um dia tenho certeza de que decepcionará eles, sei lá se envolverá com uma prostituta e tentará trazer isso para a famiglia – disse com uma pitada de deboche na voz.

- Nunca farei isso – afirmo com a maior convicção da minha vida.

Vinte e Seis Anos Depois

Fiz um juramento naquele dia, um que por muito tempo cumpri, esse meu orgulho custou muitos anos que eu poderia ter caído muito mais feliz na minha vida, e tudo isso porque prometi que não faria algo que Gianluca considerava como uma coisa deplorável.

A infelicidade que sinto toda vez que lembro que poderia ter magoado bem menos o amor da minha vida se não fosse tão orgulhoso.

Meus pais e minha irmã amam Hericco, dizem que ele é a melhor coisa que já me aconteceu, realmente sou mais feliz com ele por perto.

Eu o amo, mas o que eu fiz com ele por anos não prova em nada isso.

- Ti voglio bene, lo sai? (Te amo sabia?) – perguntei enquanto levava as mãos de Hericco para os meus lábios e beijava ela.

- Ti amo anch'io stupido (Também te amo seu bobo). 

Luccas Santinelle (Spin-off da Trilogia Meu Criminoso)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt