06

2.7K 213 130
                                    

As aulas haviam começado a mais ou menos dois meses e graças à Deus aquele era meu último ano, bom, graças a Deus não, até porque eu gostava um pouco daquela escola, havia tido bons momentos lá e sem contar que a vida seria bem mais complicada depois que tudo acabasse, então eu sentiria falta de Sweet Amories.

Enquanto assistia as aulas chatas do professor de geografia, algo ainda me atormentava: Minha terrível ( ou maravilhosa? ) noite com Gojo, confesso que já haviam passado quase três meses e aquilo não saía da minha cabeça. Durante esse tempo, eu evitei tudo que me levasse até ele, principalmente aquela ruazinha endemoninhada. Quando eu tinha que ir na casa de Maki ou algo do tipo, aquela rua era um ótimo atalho, me fazia chegar nos lugares bem mais rápido. Pena que as coisas tiveram que ser assim. Que drama. As vezes via Gojo de longe e fazia o máximo para ele não me ver.

Ok, era exagero eu sei, mas acontece que ele era um cafajeste e mesmo eu sabendo disso, fui pra cama com ele, porque eu não tive a capacidade de resistir, ou de inventar uma desculpa do tipo " estou menstruada " e também, por Aoi. Eu havia feito tudo por Aoi, o que fazia eu me sentir mais idiota ainda. Ao mesmo tempo, Gojo havia me dado sensações que até então eram desconhecidas por mim.

Então, até agora eu não sabia dizer se aquela noite havia sido terrível ou maravilhosa, eu estava confusa e quanto mais eu pensava, mais eu piorava a situação.

- Então, senhorita (Nome). Você não respondeu minha pergunta. - Ouvi o Sr.Claus dizer, e tipo, que pergunta? Ah, eu não sabia, porque tinha algo me atormentando. Decidi me arriscar, foda-se: - Hã... É 10. - Falei e pude ouvir a risada de todos da classe.

- Claro, pode ser 10... - O professor disse. - Se eu tivesse te perguntado alguma conta e se isso fosse aula matemática ou sei lá o que, que envolva números. - Ele respirou, pois havia falado rápido demais, como sempre. - Geografia, senhorita (Nome). Geografia.

- Ah, obrigada pelo " senhorita ", me sinto super importante. - O professor me fuzilou com os olhos, mas continuou com sua explicação.

Logo bateram na porta da sala e o Sr.Claus murmurou algo do tipo: " Droga, adoram interromper minha aula. " E foi abrir.

- Bom dia... - Era a diretora. Mal dia, isso sim. - Espero que todos estejam tendo uma boa aprendizagem. - Ela disse sendo formal. - Mas vamos direto ao assunto, agora nós temos um " faz tudo " da escola. Ele vai ajudar o professor Marcelo de educação física a monitorar vocês no intervalo, e se vocês quiserem algum tipo de ajuda podem falar com ele, mas não abusem, é claro. Ele vai ficar conosco mais ou menos seis meses. - Coitada dessa pessoa, deve ser um cara tão bom e vai ter que viver esse inferno. Pensei comigo. A diretora deu uma olhada na porta e fez um sinal com a cabeça para que a pessoa entrasse. - Entre, por favor.

PUTA MERDA. Que droga é essa? Por um momento eu não acreditava no que estava vendo. Em um movimento super ninja coloquei meu capuz e fiquei de cabeça baixa na classe. Se eu estava me escondendo? Não... Imagina. Mas foi algo inútil. Totalmente inútil.

- Srta (Nome), você está bem? - Pude ouvir a voz do professor. Filho da mãe. E quando levantei a cabeça, todos olhavam para mim, inclusive... Gojo, que fez uma cara estranhando o fato do professor me chamar de (Nome), pois para ele eu havia dito que meu nome era Luíza. Respirei fundo.

- Sim, só um pouco de dor de cabeça. P-pode continuar. - Gaguejei quando meus olhos se encontraram com os de Gojo, ele estava parado ao lado da diretora com os braços cruzados, usava uma camisa preta simples e uma calça jeans escura, o que era raro. Seu cabelo estava como o de sempre. Ele me olhou e deu um sorriso sacana bem discreto. Desviei o olhar, que diabos ele estava fazendo aqui? Pode ter certeza que o que ele menos precisa é da merreca que essa escola oferece, porque boatos dizem que ele vem de uma família japonesa que possui um poder aquisitivo. Aí tem algum dedo podre... Pode ter certeza.

Pude ver as garotas tudo babando enquanto Satoru se apresentava. Ridículo. Inclusive ela, a rainha das putas, Iori. Eu odiava essa garota. Odiava.

- Então... - Ele tentou ser um pouco formal, mas aquilo não combinava com ele. - Eu vou estar aqui para o que vocês precisarem. Qualquer coisa já sabem, me procurem. Gojo falava isso com um ar do tipo " Para tudo mesmo, inclusive sexo ".

Enquanto ouvia Gojo falar, evitava totalmente contatos visuais, tentava me concentrar nos rabiscos que eu havia feito em meu caderno. Aquilo estava estranho o suficiente.

- Para tudo que a gente precisar mesmo, Sr. Satoru? - Iori disse com o cu piscando e o olhando maliciosamente e Gojo retribuiu o olhar. Daqui há uma semana todas as garotas dessa escola dessa escola já estariam em sua cama. Ah, e sem contar que, Sr.Satoru não combinava com Gojo.

- Sr.Satoru?? Hum... Gostei. - Ele disse. - E sim, para tudo que vocês precisarem mesmo. - Gojo sorriu e deu uma piscadinha, em seguida ajeitando algum fio rebelde de seu cabelo, o que fez as garotas babarem mais ainda.

- Ele é gostoso pra caramba, ter uma noite com ele é tudo o que eu mais quero agora. - Ouvi uma garota falando para outra atrás de mim.

Eu poderia simplesmente me aparecer e dizer: " Chupem, eu já tive esse privilégio " mas eu era humilde... E aquilo não era um privilégio. Mal sabiam elas o tipo de pessoa que Gojo era.

- E você... - Gojo disse e apontou para ninguém mais, ninguém menos do que... Euzinha. - Tem alguma pergunta? - Ele deu um sorriso, pois ele estava fazendo aquilo por pura implicância, óbvio.

- Não. - Respondi severamente.

- Tem certeza? - Ele insistiu e pude ver diversão em seus olhos.

- Absoluta. - O encarei confiante e levantei uma sobrancelha, ele ficou me olhando profundamente por alguns segundos, piscou e desviou o olhar. Estremeci, droga.

Gojo logo se retirou da sala com a diretora, que se duvidasse, até ela, ele lenhava. E possibilitou o professor de continuar sua aula.

- Srta. (Nome), você pode me fazer um favor? - O professor perguntou.

- Sim... - Respondi.

- Vá na secretaria e me traga algo que preste e que não fique se desgastando para que eu possa escrever na porcaria desse quadro. - Senti irritação em sua voz, quase ri.

- Ok. - Levantei-me e saí da sala, desci algumas escadas meio que correndo, porque eu simplesmente adorava fazer isso, mas dessa vez não foi uma ideia muito boa, pois pisei em um degrau em falso e caí escada a baixo.

- Droga! - Falei alto, não havia me machucado muito, só havia causado uma dor suportável no meu tornozelo.

- Você está bem? - Uma voz rouca disse entre risos, enquanto eu tentava me levantar com certa dificuldade. - Você é uma anta mesmo. Como conseguiu cair desse jeito? - Satoru riu mais uma vez.- Eu queria que o corredor estivesse cheio para ver todos rindo da sua cara.

- Idiota.

𝐏𝐎𝐒𝐒𝐄𝐒𝐒𝐈𝐕𝐄 - s, gojoWhere stories live. Discover now