O Jantar azul

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Era difícil ignorar a presença de Pater, ele ao mesmo tempo que possuía um semblante calmo e tranquilo, em minha cabeça só vinha o homem responsável pela morte de meu consorte. Me perguntava como que um homem tão asqueroso carregava a aparência jovem, de um homem que foi símbolo de paz para nosso reino. Eu não conseguia olhar Pater sem encarar suas mãos, elas pareciam ensanguentadas, e seu primeiro sangue era do homem que eu amava.

Me vi obrigada a ignorar Pater assim que estava perante a algumas escadas do trono. Abaixei minha cabeça junto de minhas pernas, começando a me curvar, seguida por minha corte. Assim que tomei minha posição inicial, pude ter certeza de que a aparência de Merthen, era de alguém pronto para jogar fogo no mais inocente homem, caracterizado principalmente, por um sorriso diabólico em seu rosto ao ver a submissão de uma corte perante a ele. Seus cabelos eram grisalhos e curtos, seus sapatos eram botas de couro marrom que fazia contraste com o dourado de sua vestimenta, sua coroa exagerada e grande com pedras em cada ponta, se os caídos de meu povo tivessem uma pequena lasca do fino material daquela coroa, estariam ricos para o resto de suas miseráveis vidas.
Fui posicionada ao outro lado, vago para minha corte, estava de frente para Pater, nós dois nos olhávamos como se fossemos capazes de mandar que nossos guardas começassem um massacre dentro daquele palácio. Nossa tensão foi mudada apenas ao ouvirmos a voz grossa e estranhamente cativante do rei.

– Meus caros, imagino que estejam surpresos com este convite. Reunindo duas grandes cortes em meu palácio, ao qual tem seus meios e táticas de governo. Quero agradecê-los de certa forma por virem até aqui. – Fez uma breve pausa pondo sua mão sobre seu coração enquanto me encarava com olhar de pena – Infelizmente tive notícias de que uma nuvem escura pairou sobre o território de Pointsville nessa última semana, ofereço minhas condolências a rainha Cathenys pela morte de seu... companheiro. Vejam este encontro como uma forma de me fazer presente no confronto que se ocorre sobre nosso continente. Vendo todos vocês aqui, vejo que essa ideia foi o mais brilhante concelho que poderia receber de alguém e não imaginaria que seria vindo de um parente, do meu sobrinho, do filho de minha falecida irmã, meu querido Belchior.

Os olhares todos se voltaram ao princípio daquele corredor e nele havia um homem, um homem que conhecia muito bem, mas aparentemente não sabia mais nada sobre ele. Seus cabelos longos e brancos, fazendo contraste com a roupa completamente preta com alguns brasões de prata, junto de sua pele completamente pálida, nenhum toque de cor, seus olhos eram acinzentados, era como se tudo tivesse perdido cor, mas ainda tinha perfeição em sua aparência se não fosse por uma enorme cicatriz em seu olho direito, feito por alguma coisa bastante forte, impossível de adivinhar o que seria, tinha uma espada em sua cintura, que continha um único rubi como decoração. Ele andava estranhamente confortável, não possuía a formalidade, talvez por aquela ser sua casa há muito tempo e nós sermos os invasores, se ajoelhou somente perante a Merthen, subiu as escadas ficando ao lado do rei, que em um gesto permitiu sua fala.

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