luffyness 2

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Tudo vale a pena quando Ace corre da casa até suas pernas, caindo sobre ele e o abraçando mais forte que poderia. Vale a pena porque Ace é um menino forte e fofo de 2 anos. Porque é por ele que Ace procura quando chora, quando se magoa com algo ou quando tem um sonho mau. 

Luiy larga a roupa que estava pendurando no varal e os joga no cesto novamente. Ele se abaixa a altura de Ace, o menino com lábios tremendo e olhos prontos para chorar. Luffy se preocupa. - Oi, pequenino. - diz Luiy, garganta ardendo toda vez que fala. Mas ele continuara falando, porque Ace precisa ouvir e aprender também.

Ace resmunga. Pequeno demais para dizer palavras inteiras. Luffy nota como Ace sempre fica agitado quando não consegue verbalizar, e então ele chora. Antes que pudesse derramar lágrimas pelas bochechas gordinhas, Luiy o pega no colo, levando-os até as escadas da casa de madeira - no meio da floresta, não tão longe de Dandan, porque Ace precisa ficar por perto para ir até Sabo. - ele se senta com um bebê já soluçando e agarrado ao seu pescoço.

- Fala para mim, pequenino, o que te fez chorar? - tanta Luiy novamente, já acostumado a acolher o bebê. Ele tenta incentivar a comunicação de Ace igual fizeram com ele, Luffy lembra de como a dificuldade de Ace em verbalizar seus sentimentos e como parecia ser esmagador para seu irmão. Até mesmo o mínimo de toque físico o deixava agitado de maneira ruim. 

Ace mostra o braço, erguendo-o e mostrando um pequeno corte. Ace explica que caiu de cama quando tentou se levantar. - No outro dia, Ace acorda com uma escadinha ao lado da sua cama.

Vale a pena parar de velejar por alguns anos, vale a pena ficar em um só lugar - mesmo que o mar continue me chamando, quase me arrastando para a água. - vale a pena, porque Ace o chama de papai.

Lu volta para casa depois de ir dar alguns bons carvão para o pai da Makino, a menina tendo 9 anos ainda, ele encontra dois montinhos de baixo dos cobertores. Luffy sabe, Sabo deu as caras finalmente.

Quando baby Ace e baby Sabo tem quase 6 anos, não importa a idade, ele os viu crescer em duas vidas. Em uma noite na mesa de jantar com a comida preferida deles, carne, Sabo pergunta sobre a mãe de Ace. O silêncio que fica na mesa é engraçado, Luiy engasga com a carne de javali enquanto tenta pensar. Ace fica cauteloso em relação a pergunta de seu irmão e sabo se preocupa com os engasgos.

- B-bem... - começa Luiy, pensando sobre como começar com isso tudo. - Primeiro, Sabo-chan, você é meu filho também. - ele diz olhando para seus meninos nos olhos querendo os fazer entender. - Mas, biologicamente... Ace tem outros pais. - Ele sorri quando lembra de Roger, e queria ter conhecido Rouge. Ace e ela são tão parecidos que Luffy as vezes se perde olhando para Ace.

Ele explica, então, para Ace, o que significa biologicamente.

- A mamãe de Ace não pode cuidar dele, e seu pai pediu ao vovô para cuidar de seu filho, mas quem resolveu cuidar fui eu. - Diz Luiy baixinho, tentando ignorar a sensação da lâmina imaginaria em suas cordas vocais. Iluminados pela lual, entrando pela janela aberta, que os abençoa todas as noites, ele observa as reações de seus meninos. Sabo está triste, mas parece ainda ter perguntas. E Ace, doce Ace está olhando para seu prato de comida enquanto brinca com a colher.

- Por que o papai de Ace... Não quis? - pergunta Sabo, olhando para Luiy assustado. Que criança mais fofa.

Explicar sobre a morte de Rouge e a execução dos reis dos piratas foi difícil. Ace se manteve quieto olhando para eles durante toda a história - contada da maneira mais infantil e leve que pode - e Sabo, que ainda brilhava em curiosidade, fazia perguntas o tempo todo.

No final da noite, quando Luiy põe os meninos na cama, Ace chora. Suas perguntas teriam o quebrado se ele já não soubesse delas antes, teria feito Luiy chorar se ele já não conhecesse aquele olhar em Ace. Com todo amor que pode dar em um grande abraço, Luiy explica que a morte de sua mãe não foi sua culpa, e que seu pai era um grande homem.


*
Paternidade.

É a palavra que todos os piratas daquela embarcação descreveria seu capitão. Mas não Ace. Não. Por que ele já tinha um pai- não, dois pais. Um infame pirata que se tornou o rei, e um pai que o criou da maneira mais amorosa, gentil e idiota que poderia se criar um menino.

Ele sabia que esse velho (seu pai o contou sobre como ele sequestrava e adotava filhos) bigodudo era o único rival que poderia se igualar ao seu outro pai. Ele ficou animado no início. Sede se superação correndo por todo ele, querendo e exigindo que Ace derrotase aquele homem.
Claro que, infelizmente, seus planos não saíram como queria.

Ace ouve as risadas - morram, idiotas. - ele afunda ainda mais a cabeça nos joelhos. Ele ouve os passos de danças que batem forte no convés. Sente pelo haki o ar leve que cheira a alegria e carne assada. Ele sente raiva, por que esse é o mesmo cheiro quando ele e sua família ficavam em uma roda frente a uma fogueira.

- Ei garoto, com fome? - pergunta o primeiro comandante. Voz vindo de forma gentil e quase sarcástica. Ace se aborrece ainda mais, ele odeia aquele pássaro idiota.

- Morre! - grita. Ok, ele sabe que está sendo mesquinho. Sabo teria dado tantos socos em sua cabeça desde que ele chegou... Ele não consegue ser educado com esses piratas!

Ele ouve o suspiro, ouve seus passos indo embora e o cheiro de comida ao seu lado. Ele come, no entanto.

No cair da noite, um Ace dormindo levanta pelo barulho de tábuas rangendo. Ele fica de pé mais rápido do que sua mente drogada consegue agir. Barba branca está a uns 5 metros de distância. Ace nunca foi bom em ler emoções, não como seu pai ou Luffy, mas ele queria poder ser, mais do que nunca, agora.

O velho bebia naquele jarro de barro branco que estava sempre em sua cintura. Linhas finas da bebida transparente escapando por seu queixo enquanto suspiros eram soltos. - Pirralho, porque quer tanto me matar? - Pergunta o velho, ainda olhando o mar escuro.

Ace não pode evitar o sentimento estranho dentro dele. Ele sabia que queria, mas responder era estranho. - Sempre me disseram pra ficar longe de piratas. - Ace segura o riso sarcástico na garganta, mas o velho não se faz, ri pela piada e raiva na voz do menino.

- Sim, e no entanto, você se tornou um bem conhecido. - responde. Eles ficam em silêncio por um tempo, Ace desconfortável por não saber o que dizer, ele queria mesmo era lutar - mas sabia, à essa altura, que não estava no nível ainda. Mesmo com todo o treino que teve com papai e Rayleigh, ele não conseguia superar aquele haki do armamento. Embora seu haki da observação fosse melhor.

*






No passar dos anos, Ace mostra uma grande evolução em suas emoções e pensamento limitantes desde sua vida passada. Luiy se sente orgulhoso de ter criado não um, mas duas crianças com comportamentos normais de crianças. e não feras da floresta que não entendiam nada além de como sobreviver. Ele ama ouvir Sabo lendo seus livros com um olhar tão infantil e curioso, ama ver Ace cuidando de passarinhos machucados em vez de dizer ''mata logo, vai morrer mesmo.'' 

Chega então, junto do passar dos anos, o Luffy dessa realidade. Junto dele e toda a bagunça na pequena cidade portuária que é Fuusha, uma grande embarcação pirata; com toda sua glória e cor, o dragão vermelho o encara. Luiy sabe que tem que descer lá e conversar com sua antiga figura paterna e que agora o vê como um irmão mais novo, mas sua coragem está realmente no chão.  Do alto da montanha de onde está, ele sente com seu haki seus meninos escondidos na floresta perto da cidade, olhando e certamente muito curiosos sobre os primeiros piratas de verdade que veem - Bluejam não conta, no entanto.

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