Um Jeito Diferente

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[...]

- Eu não podia simplesmente acordar na manhã seguinte, te beijar e fingir que nós éramos um casal perfeito, Darius!! Eu e a Odália ainda estávamos juntos!

- Caralho, Alador, eu não aguento mais escutar o nome dela!! - o Deammone revirou os olhos, parecendo farto daquela mesma história. - Ela te roubava de mim no colégio, na faculdade, e a gente quase nunca mais se viu depois que vocês casaram. Será que você não entende o quanto eu fiquei mal por conta desse casamento??

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[ Darius ]

Eu não preciso dizer o quanto eu fui infeliz por conta desse casamento, preciso?

Eu não acreditei quando soube... Claro, eu sabia que eles estavam juntos, e já fazia anos que o relacionamento deles se estendia e parecia não terminar nunca, mas, acho que mesmo que nada estivesse exatamente ao meu favor, uma pequena parte de mim ainda tinha esperanças de um término. Uma pequena parte de mim ainda tinha esperanças de que ele pudesse voltar 'pra mim e se arrepender do tempo perdido... Parecia que essa possibilidade, por menor que fosse, estava sempre ali.

E, de um dia 'pro outro, sem mais nem menos, um convite de casamento chega na minha correspondência e destrói toda e qualquer ponta de esperança que eu ainda pudesse ter. Primeiro a história de "relacionamento sério", depois o casamento, depois filhos... Quando foi que isso aconteceu? Quando foi que eu perdi ele de vez? Quando foi que tudo aquilo que sempre tivemos não importou mais?

Eu tentei esquecer, tentei me distrair com coisas novas, pessoas novas... Mas todas as pessoas por quem eu me interessava, me lembravam ele. Todos os corpos que me atraíam, me lembravam o dele. Todos os cheiros que eu sentia sem razão e que aceleravam meu peito, eram parecidos com o dele...

Eu não queria esquecê-lo, eu queria que ele voltasse, queria ele de volta 'pra mim. Queria segurar ele nos meus braços e não deixar que nada, nem ninguém tirasse ele de mim. Queria reviver os momentos que nós dois nunca vivemos, queria que ele me tocasse enquanto sussurrasse palavras fofas no pé do meu ouvido, e que partilhasse comigo a intimidade que eu tanto sonhei 'pra nós dois... Quando foi que tudo deu errado? Quando foi que eu o perdi de vez?

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Alador ficou em silêncio durante alguns instantes a fim de assimilar aquelas emoções despertas em seu peito antes de dizer:

- Será que você não entende o quanto eu fiquei mal por conta desse casamento? - ele repetiu a pergunta, fazendo com que Darius se calasse durante um instante por conta do impacto daquelas palavras. Um silêncio se fez presente até que o Blight retomasse o discurso: - Você acha que eu não queria te ver? Acha que eu não queria fazer as coisas que nós fazíamos antes? Acha que eu estava feliz sendo praticamente um empregado não-remunerado dela?

O mais alto não parecia estar esperando por algo daquela magnitude.

- Al... M-Me desculpa, eu...

- Darius, se você soubesse quantas noites eu me pegava dormindo na mesma cama que ela e me perguntando se aquela tinha sido a melhor decisão... - ele tornou a falar. - Eu sabia que não tinha!! Eu sabia que o nosso casamento já estava falido há anos e que nós continuávamos juntos só porque era prático, só porque eu me contentava em viver daquela forma... Mas era claro que eu não queria aquilo. - ele confessou. - Era claro que eu pensava em como a minha vida teria sido diferente se eu tivesse ficado naquela cama com você. Em como as coisas teriam sido diferentes se eu tivesse dito que gostava de você, que pensava em você, e que queria ter convidado você 'pro Grom no lugar daquela... - ele se interrompeu, fechando os olhos e respirando fundo antes de retomar o raciocínio: - Ah, Darius... Tudo saiu do jeito que não devia... Tudo. E eu precisei de um pós-apocalipse e um divórcio 'pra conseguir te contar tudo aquilo que eu nunca disse... Eu queria poder fazer as coisas de um jeito diferente... - ele encarava o chão, sentindo um pequeno alívio por finalmente ter tirado tudo aquilo de dentro de seu peito. Estava tão envolvido em dizer o que sentia que em nenhum momento cogitara pensar em como Darius reagiria.

No entanto, essa pauta se fez presente no instante em que a destra do mais alto tomou lugar no rosto do Blight. Alador ergueu os olhos, vendo o olhar profundo no rosto do Deammone.

- Nós podemos fazer diferente, agora... - ele sugeriu, fazendo o peito de Alador errar uma batida. Seus olhos continuavam se observando entre si, e Alador sabia perfeitamente bem o que aquelas palavras queriam dizer.

Depois de alguns instantes de silêncio, os olhos verdes do Deammone passaram a mirar os lábios do Blight, consequentemente deixando ambos um pouco mais ansiosos pelo fato de aquele momento parecer real e significativo pela primeira vez. Não iriam mais fugir nem transformar aquilo num tabu; o que acontecesse ali seria lembrado por ambos.

Darius começou a se aproximar primeiro, hesitando conforme a distância parecia ficar menor, mas Alador fez questão de se aproximar também. E assim, a distância foi ficando cada vez mais curta até que seus lábios finalmente se reencontraram após vários anos.

Começou como um beijo calmo; as mãos de Darius seguiam segurando o rosto de Alador, tocando sua barba rala conforme o contato se estendia. O Blight tentava não pensar em nada, queria aproveitar aquele beijo e se deixar levar até onde bem entendesse.

Era diferente. Era diferente de todas as outras vezes porque, pela primeira vez, parecia ser real. Alador deixou que seu rosto se inclinasse para o lado, facilitando o encaixe e dando espaço para que suas línguas se reencontrassem, e elas o fizeram.

Se aproximavam mais e mais, embora já não houvessem distâncias para anular. Alador tentou manter o controle durante a maior parte do tempo, como uma forma de compensar por todas as vezes em que Darius o fizera e para reafirmar que aquilo era realmente o que queria.

Darius sentiu as mãos do Blight tocarem seus ombros e puxarem sua capa e se permitiu relaxar durante um momento. Estava tudo bem. Suas línguas se enroscavam, sem pressa e sem receio. Ambos sabiam que estavam seguros.

Em um certo momento, Darius se desvencilhou e olhou fundo nos olhos amarelos do Blight.

- Tudo bem? - ele perguntou, querendo garantir que não estava indo longe demais. Alador colocou um sorriso travesso nos lábios e deixou que suas mãos escorregassem até o pescoço alheio.

- Melhor do que nunca... - ele confessou, arrancando um sorriso do mais alto antes de fecharem os olhos uma nova vez e voltarem a um novo beijo.

A invenção teria de esperar até amanhã para terminar de ser consertada...

[fim.]


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Notinhas!! 😗

Obrigado por terem lido até aqui!! Peço desculpas por qualquer erro ortográfico que eu tenha deixado passar sem querer... Gosto muito desses dois e com certeza pretendo escrever muito mais sobre eles ^^
(E caso essa seja a primeira das minhas histórias que você esteja lendo, dá uma passadinha no meu perfil!! Temos várias fanfics de TOH de vários shipps diferentes por lá!!)

Tudo aquilo que eu nunca disse (Aladarius)Where stories live. Discover now