Capítulo 4

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Kaleb Rivers

Neste momento, estava sentado na poltrona macia da recepção do senhor Mesquinho.
A secretária dele estava lá, digitando alguma coisa no computador. Audrey a chamou de Karina. Tentei puxar assunto algumas vezes, mas ela não me respondeu, então me contentei em admirar seu corpo.
Karina, claramente, era muito mais bonita que Audrey, mais alta e mais elegante também. Tenho certeza que ela não é daqui. Primeiro: pelo seu corpo e seu tom de pele bronzeado, as canadenses não costumam ter um bronzeado natural. Segundo: pelo seu sotaque quase imperceptível.
Ela tinha um corpo esguio, complamente definido e uma bunda do caramba. Observá-la estava me deixando duro, então tratei de desviar o olhar, mas só por alguns minutos.
Levei um susto quando a porta foi aberta, me levantei e caminhei até Audrey.

- Podemos ir - ela disse.
-  Entrarei em contato, srta. Laurent.
- Certo.

Revirei os olhos e comecei a traçar meu caminho até o térreo com Audrey ao meu lado.
Comecei a bater meu pé no elevador e não a olhei em momento algum. Ela percebeu isso e quando estávamos na metade do térreo e parou para me encarar.

- O que foi?
- Você aceitou não foi?
- Sim.
- Por quê? - Só a ideia dela perto daquele arrombado perto dela já me dá nos nervos.
- É uma boa oportunidade pra mim, Kaleb. Vou poder abrir meu próprio orfanato mais rápido e também vamos poder comprar nossa própria casa e quem sabe abrir sua...
- Não devia ter aceitado - tentei falar suavemente, mas saiu pior do que pensei, então simplesmente saí andando.
- O quê? - Ouvi ela exclamar e vir na minha direção. - Mas por quê?
- Surgiu um imprevisto no escritório, preciso ir. Pode voltar pra casa de ônibus? - Mentira! Não tinha nada no escritório, disse aquilo só para encerrar o assunto.
- Mas...
- Até mais tarde.

Sem mais nem menos, atravessei a rua e deixei ela pra trás. Fingi receber uma ligação para parecer mais convicente, entrei no carro e saí sem direção, só queria pensar um pouco.
Acabei parando em uma loja de conveniência num posto de combustível, abri os vidros e puxei, de dentro do porta-luvas, um maço de cigarro. Tirei um, acendi, coloquei na boca e deixei que a fumaça quente invadisse meus pulmões e saísse pela minha boca, formando um círculo de vapor em minha volta.
Falei para Audrey que tinha parado de fumar só para não ouvir suas reclamações, já estavam me irritando.
Levantei a manga da camisa social que usava até os cotovelos e respirei fundo.
Dentro da loja de conveniência, vi uma silhueta conhecida, e muito bem conhecida. Dos tempos da escola, ela não mudou nadinha. Julie Watson, uma das putas do terceiro. Não sei o que viu em mim, mas insistia em me dar todo fim de semana. Só de lembrar já estava ficando com calor.
Em movimentos rápidos, saí do carro, joguei a bituca de cigarro no chão e apaguei com o pé. Caminhei até ela e analisei seu corpo de longe, ela andou malhando. Esperei que ela viesse até a entrada e me visse.

- Rivers, quanto tempo.
- Devo dizer o mesmo, Watson - ela sorriu e colocou as mãos em meu peitoral.
- Sabe... Senti sua falta.
- Você tá ocupada?
- Não pra você. Tá de carro?
- Sim, senhorita.

Ela sorriu e mordeu o lábio inferior, o que só aumentou meu tesão. Envolvi sua cintura em meus braços e a guiei até meu carro. Julie entrou no banco do passageiro com uma puta cara de safada. Ela levantou sua saia e deixou a calcinha vermelha de renda a mostra. Puta que pariu, ela estava me deixando doido.
Dei partida no carro e saí o mais rápido que o carro conseguia ir. Fui até um motel que eu sempre frequentava. Na recepção, estava uma recepcionista incrivelmente gostosa, claro que já comi. Começar a fazer academia foi uma das melhores coisas que já tinha feito, as mulheres gostavam de músculos.
Fiz o check-in e em questão de minutos eu já estava trancando a porta do quarto e tirando os meus sapatos.

- Tire a saia! - Ordenei.
- Ainda tá com aquela sem sal? - É claro que ela estava falando de Audrey, meu sangue subiu no mesmo momento. - Qual é, Kaleb, sabe que posso te satisfazer muito mais do que aquela menininha, né?
- Vire-se!

A culpa é dos seus olhos - Parte 1 "A culpa é da sua beleza"Where stories live. Discover now