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As fortes e geladas rajadas de vento fizeram Millie encolher todo o seu corpo; em pleno final de outono o frio castigava quase severamente

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As fortes e geladas rajadas de vento fizeram Millie encolher todo o seu corpo; em pleno final de outono o frio castigava quase severamente. A garota estava guardando seu crachá em sua bolsa quando suas chaves caíram no chão. Imagine ter que tocar no metal, agora molhado, em pleno nove graus.

Sereno devido à hora: Pouco mais das onze da noite. Millie fez o que agora ou mais tarde teria que fazer e acabou pegando a chave do chão. A garota voltou a se levantar, todavia, algo não a deixou se mover. Ela fechou os olhos ao cair em percepção de que deveria ter ido visitar a senhora Lori e Sadie.

Seus passos foram desajeitados e apressados para dentro do hospital e logo ela estava no elevador rumo ao quarto da garota. Por sorte não precisou ter que gravar outros números de quartos naquele dia, se não, com certeza teria problemas em se lembrar do número do quarto de Sadie várias vezes.

Assim que chegou ao piso em que deveria descer, ela rumou para o quarto. Deu três batidas na porta e logo a mesma foi aberta.

── Olá. ── ela disse docemente ── Muito tarde? Se quiser eu posso voltar amanhã e...

── Não se preocupe, criança. Entre. ── Lori disse, vendo Millie ( agora não uniformizada ) entrar. A garota deixou a bolsa no canto da sala e se aproximou de Sadie.

── Olá, Sadie. Como está? ── Millie disse, vendo Lori voltar a se sentar em sua cadeira ── Vejo que pentearam seus cabelos. Está incrivelmente linda! Perfeita, na verdade.

── Ninguém a visitava e, bem, ela sempre gostou de ficar arrumada para as visitas. Dei uma leve ajeitada. ── Lori disse sorrindo fraco e Millie se agradeceu mentalmente por ter lembrado de visita-lá. A mulher teria se chateado caso o cérebro de Millie resolvesse falhar em lembrá-la de algo novamente.

── Oh! ── Millie disse. A maior analisou a expressão da mãe de Sadie. Aquela mulher carregava consigo uma dor tão profunda que transparecia no brilho de seus olhos ── Viu só, Sadie? Sua mãe ainda se lembra de seus gostos. ── Lori riu baixinho e assentiu.

── Você é muito especial, Millie. ── a mais velha disse, causando um sorriso no rosto da maior ── Muito mesmo, criança.

── Obrigada, senhora. ── disse sentindo-se lisonjeada ── Sadie, vou contar para você e sua mãe sobre o meu chefe, quer escutar? ── Millie perguntou sorrindo ── Ele brigou muito comigo por ter entrado aqui mais cedo. Ele realmente não deve gostar de mim. ── falou sorrindo para a garota.

── Oh, querida. Enganos acontecem. Por que ele brigaria com você criança?

── Por importunar a paz de uma família. Eu deveria ter ido à outro quarto. Levei bastante xingo, mas sabe, Sadie? Gostei de conhecer vocês duas. ── a porta foi aberta de supetão, roubando a atenção do momento para o doutor que entrava na sala.

── Boa noite, moças. Como estamos aqui? ── o homem que aparentava seus quarenta e poucos anos era ligeiramente grisalho, mas incrivelmente lindo e simpático ── Temos visita nova para você, Sadie? ── o homem disse em um tom alegre e empolgado.

── Millie é nossa nova amiga, Doutor Derek. ── Sink disse sorrindo, se afastando para dar lugar ao médico, que retirava sua pequena lanterna do bolso de seu jaleco.

── Vamos lá. ── ele disse, abrindo um dos olhos de Sadie e jogando luz neles. Millie pôde ver que os olhos eram azuis também, uma tonalidade incrível, para ser honesta.

── Você não se incomoda com isso, Sadie? Se alguém jogasse luz nos meus olhos eu choraria de raiva. ── Millie disse rindo ── Sou meio explosiva na TPM.

── Como disse que se chamava? ── o médico perguntou, se virando para Millie.

── Bem, eu não disse. Lori que me apresentou. Sou Millie Bobby Brown.

── Certo, Millie...

── Já sei. Pedirá silêncio. Desculpe! ── ela disse rindo um pouco envergonhada.

── Muito pelo contrário. Continue falando. ── Millie arqueou uma sobrancelha.

── Bem, eu não entendi, mas tudo bem. Sou fácil em falar coisas aleatórias do nada. Isso me faz parecer bastante louca? ── ela perguntou, vendo Sink rir.

── Não, querida. ── a mulher respondeu gentilmente e sorrindo bobiamente.

── Millie, ande até a porta, por favor. ── o homem pediu e a garota assentiu confusa ── Vá falando. ── que espécie de louco aquele médico era? Brown resolveu acatar seu pedido mesmo assim ── Continue.

── Eu não posso ficar falando sozinha doutor. O senhor me pede para falar, mas é complicado e isso compromete a minha imagem na frente de Sadie.

── Repita o nome dela.

── Está tudo bem, doutor? ── Sink perguntou preocupada. O homem jamais fizera algo assim em todos os anos que estivera ali. Ele era apenas um interno quando foi apresentado ao caso e permaneceu ali até os dias atuais ao lado daquela família. Sempre ao lado das duas.

── Sim, só preciso que Millie repita o nome.

── Claro. Sadie, eu não sei o porque o doutor quer que eu repita seu nome, mas gosto de "Sadie". É um bonito nome e por isso repito várias vezes sem problemas.

O homem soltou uma risada animada e apagou a lanterna, olhando para Lori visivelmente comovido. Ele havia se apegado à garota e dizia naqueles quatorze anos Sadie The ensinava sobre perseverança todos os dias. Talvez tivesse esperanças.

── Senhora Sink, podemos trocar uma palavra? ── ele perguntou e a mulher olhou confusa e assustada para o homem.

── Eu prefiro que Millie esteja comigo. ── ela confessou ── Você sabe que eu não tenho... Mais ninguém, doutor. ── os olhos negros se direcionaram para Millie antes dele assentir ── Obrigada.

── Tudo bem. ── ele disse ── Senhora Sink, de alguma maneira a sua filha parece responder quando ouve. As pupilas se dilatam e se movem, porém...

── Oh meu Deus. ── disse levando sua mão à própria boca ── Ela nos ouve? Oh meu Deus. Minha filha... ── a mulher começou a chorar e o doutor respirou fundo.

── Preciso que se acalme, senhora. Ainda tem mais. ── ele disse, vendo-a limpar algumas lágrimas e voltar a fitá-lo. Lori sentiu um aperto cálido em sua mão, virando-se apenas para ver que era de Millie.

── Prossiga, doutor.

── Bem, o mais estranho de tudo é que, bem... Sadie só responde à voz de Millie. Eu falei e nada, a senhora falou e nada, Millie falou e seus olhos a seguiram. Quando Millie proferiu o nome dela era como se seus olhos quisessem se aproximar dela.

── Está dizendo...

── A voz de Millie é o estímulo que procuramos todos esses anos para Sadie, Lori. ── a morena piscou lentamente, tentando processar o que acabara de escutar. Como raios seu dia se tornou tão louco?

𝗘𝗠 𝗨𝗠 𝗣𝗜𝗦𝗖𝗔𝗥 𝗗𝗘 𝗢𝗟𝗛𝗢𝗦  ∫  sillieWhere stories live. Discover now