Entre Lobos

Capítulo 12

— Cadê meu parabéns? Hoje é meu aniversário. — fala arqueando uma sobrancelha não respondendo minhas perguntas. Ele nunca responde.

— Parabéns! — zombo. Ele revira os olhos de forma relaxada.

— Simpática como sempre — ironiza. — Me deram a tarefa de chamar você para o almoço. — fala voltando para minha cama se jogando na mesma, ficando na posição em que estava antes. — Nossos pais estão esperando.

Eu tinha me esquecido completamente. Era meio que uma tradição das nossas famílias sempre ter um churrasco de comemoração.

— Se não vai responder minhas perguntas, pode ir. — falo finalmente desgrudando meus pés do chão e indo para o guarda roupa. — Preciso por uma roupa. Se puder me dá licença.

— Mas aqui tá tão confortável — reviro os olhos. Lobo idiota sem vergonha.

— Não vou pedir de novo. Saia do meu quarto. Você anda estranho, muito estranho Kyle. Já falei isso? — falo sem olhar para ele. Procuro um roupa confortável. E tento a todo custo acalmar meu corpo idiota que está a um passo do descontrole.

— Como presente de aniversário você poderia me deixar aqui apreciando essa bela visão. — fala na maior cara de pau. Me viro em sua direção pegando a primeira coisa que estava em meu alcance e jogo nele. Um tênis.

Mas o desgraçado consegue desviar gargalhando da minha cara. Aproveito sua distração pegando o outro par do tênis o jogando bem na sua parte sensível. Ele para de rir no mesmo instante.

— Aiiii, CACETE!! — fala se contorcendo na cama com a mão onde joguei o sapato.— Como vamos ter filhotes assim... — fala choramingando.

Que papo é esse??

— Sai do meu quarto, cachorro! — falo já estressada. — Sai. Agora. — com uma mão tento puxar ele para fora da cama, a outra segurava firmemente a toalha. Ele ainda choramigava e estava quase ficando com pena, até esse lobo idiota me puxa e com um movimento rápido fica por cima de mim. Prendendo a minha mão livre com a sua.

Meu corpo entra em sinal de alerta. Muito perto. Muito contato.

— Me solta, cachorro! — falo quase gritando. Tenho certeza que nossos pais estão ouvindo tudo, mas por que ninguém apareceu pra me salvar ainda??

— Peça desculpas. — ele fala com a voz dois tons mais grave, colocando um pouco mais de força na minha mão. Suas pernas grandes prendem as minhas com força, uma de cada lado.

— Você que tá no meu quarto falando merda. Me solta, cachorro pulguento. — ele tem um sorriso malicioso no rosto. Kyle pega minha outra mão levando para o alto da minha cabeça junto com a outra. Entro em desespero, qualquer movimento a toalha pode soltar. Eu vou matar esse lobo safado.

Cachorro bipolar do caramba.

— Se você soubesse o que acontece todo vez que você me chama de cachorro, pararia de chamar. — fala bem próximo da minha boca, eu sinto seu hálito quente bater em mim. — Peça desculpas, Flor, que eu solto você.

Sua boca desce para meu pescoço dando beijos quentes. Queria dizer que estou odiando isso, mas estaria sendo uma tremenda mentirosa por não dizer que a sensação dos seus lábios na minha pele é uma coisa de outro mundo. Não bem explicação para o que estou sentindo, em cada lugar que seus lábios tocam minha pele queima de uma jeito que nunca senti antes. Em um momento de sanidade eu tento mexer minhas pernas, mas é em vão. Tento sair dos seus braços. Sua boca tá indo por um caminho perigoso.

Uma parte minha quer saber de fato o que acontece quando o chamo de cachorro. Será que é o que estou pensando? Não pode ser, porque se for, seria muito loucura. Faz anos que chamo ele de cachorro.