| capítulo 12

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Se expressar sempre fora algo difícil para Sirius, mesmo em sua infância, o único jeito em que achou, foi a arte.

Sempre comprara materiais e subia para o sótão escondido, aonde fazia seus melhores quadros com cores vibrantes.

Sirius viu que Remus estava dormindo ainda (e que visão), pegou seus materiais que sempre levava em sua bolsa, e começou a traçar o loiro adormecido.

O garoto dormia semi-nu com apenas um edredom por cima de suas costas, sua cabeça apoiada em seu travesseiro.

Cada rabisco se transformava em algo lindo, Sirius desenhava cada cacho do mesmo detalhadamente, como é possível alguém ficar tão bonito mesmo dormindo?

- O que está fazendo? - Uma voz grossa e sonolenta sussurou.

- Te desenhando, agora fica parado aí. - Sorriu.

- Eu posso ver?

- Assim que eu terminar, mon amour. - Disse concentrado.

- A cada vez me surpreendo mais com você. - Murmurou.

Os traços de Sirius, agora quase completos, acabaram por virar um desenho belo de Remus lupin adormecido.

Quando o menor entregou-o para o garoto de sardinhas ao seu lado, o mesmo fixou surpreso com o talento que Sirius tinha.

Era como se fosse algo natural para ele.

Tão natural como uma paixão, algo genuíno.

//♤//

Estava arrumando suas malas para a viajem á praia que o loiro havia planejado para o final de semana.

Remus não sabia como Sirius conseguia ir todos os dias para seu curso de artes, era como se ele fosse apaixonado pela coisa.

Havia dias em que o moreno o visitava cheio de tinta espalhada por suas mãos, rosto e até mesmo, seus pés.

James emprestou sua caminhonete para eles, bem, Sirius havia falado que sabia dirigir uma dessas, mas Remus levaria um kit de primeiro socorros, por precaução.

Colocou em sua mala shorts para nadar, protetor solar, produtos de higiene e roupas variadas.

- Está pronto? - Ouviu Sirius chamar.

Remus estava acabando de fechar sua mala, quando avistou um pequeno caderno na cômoda de Sirius.

Era seu caderno de desenhos.

Tentou se conter, mas sua curiosidade foi maior, e quando abriu, se deparou com muitos desenhos de paisagens, de algumas pessoas aleatórias, de seu cachorro, e muitas, muitas mesmo, de Remus.

Era incrível.

- Não está terminado ainda...- Uma voz profetizou da porta.

- Você é incrível. - Disse lhe dando um beijo na testa. - Vem, precisamos ir.

Alugaram um pequeno chalé com um dinheiro sobrando do café, e algumas economias de Sirius, que havia ganhando com suas artes.

No caminho, o vento da janela batia no rosto dos garotos, movimentando seus cachos bem definidos e os tirando sorrisos verdadeiros.

Sirius colocou sua mão para fora, e sentiu o vento por todo seu corpo.

E nesse momento, eu juro, somos infinitos.

O chalé tinha cheiro de madeira fresca, natureza e brisa marítima.

Logo se aconchegaram, colocando suas malas em cantos separados do lugar.

//♤//

A visita á praia foi perfeita, pássaros cantarolavam, as ondas se quebravam em seus pés molhados.

Sirius erguia Remus em seus braços e o levava até o mar.

Os dois acabaram se afogando por uma das ondas, o que resultou em um joelho ralado de Sirius (ainda bem que Remus trouxe o kit médico!).

Mas beijos molhados e salgados que foram compartilhados por eles naquele dia, nunca mais seriam esquecidos, o machucado do moreno seria temporário.

Visitaram rodas gigantes na qual Remus morria de medo, mas nunca contaria a Sirius "tá com medinho?" Black.

O pôr do sol no domingo foi a coisa mais linda na opinião do loiro.

Os garotos caminhavam pela praia.

- Ei. - Remus chamou. - Eu estava pensando...

- Você pensa? - Sirius se atreveu a dizer mas logo levou uma cotovelada do maior.

- É sério!

- Tudo bem, diga. - Sorriu.

- Sabe, nós somos namorados? - Perguntou.

Remus estava muito orgulhoso de si mesmo e das consultas psicólogas, conseguiu desabafar muito bem, e de pouco em pouco, conseguiu uma confiança inexplicável em Sirius.

Claro, seus traumas sempre ficariam marcados como uma ferida em sua fina pele, mas o moreno foi algum tipo de cura.

Sirius parou de andar, pensativo, encarou seus pés.

- Eu não sei...- Disse. - Você quer que nós sejamos?

- Sirius. - Remus se aproximou, segurando o rosto do menor em suas grandes mãos. - Você não tem ideia de como eu quero.

Sirius sorriu, um sorriso tão grande que a claridade de seus dentes estavam o cegando.

- Eu fiquei com medo de estar te pressionando. - Confessou.

- Eu quero isso, e se você quiser, não vejo o por quê não.

- Bobo, é óbvio que eu quero. - Quebrou suas distâncias colando seus lábios desesperados.

Se apaixonar é algo tão bobo, e esquisito.

Ninguém nunca consegue descrever como alguém se sente quando está assim, são tantas sensações diferentes e uma montanha russa de emoções.

Mas dizem que quando você acha sua alma gêmea, você não se sente nervoso, ou ansioso perto dela.

Você se sente calmo, como se uma dose de calmante fosse injetada em suas veias.

Remus não se sentia ansioso perto de Sirius.

Uma das primeiras pessoas a conseguir esse feito.

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Amor e café | wolfstarWhere stories live. Discover now