Capítulo 14

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Clarke elaborou um plano terrível, sem base e com 95% de chance de erro, os 5% de chance de dar certo era um cálculo baseado na sorte e no otimismo. A garota não sabia quanto tempo havia passado desde a conversa com Anya quando um homem apareceu com a comida, não deveria ser muito tempo porque tinha luz natural ainda estava forte. O homem fechou a porta e acionou o interruptor de luz. O homem não parecia considerar Clarke uma prisioneira inofensiva e a olhava atentamente, ele virou a cadeira dela para que ficasse de costas para a porta e soltou as algemas para que ela pudesse se alimentar. Com a luz e a nova posição, Clarke podia avaliar melhor o ambiente. Ela pegou a garrafa de água e deu pequenos goles enquanto tentava absorver os detalhes do lugar discretamente, o chão estava coberto com lona, só tinha uma espécie de báscula no extremo da porta e na parede da báscula tinha prateleiras com... a garota estreitou os olhos para definir as formas e engasgou quando percebeu que eram ferramentas. A colocaram uma casa de ferramentas!

— Ei, anda logo, tem uma coisa que você precisa fazer. — o cara sacode os ombros dela.

A menina parou de tossir e começou a mexer na comida, precisou disfarçar o sorriso. Uma casa de ferramentas, era por isso que a cadeira ficava de costas para aquela parede! Isso era incrivelmente conveniente.

Lexa pov.

Um silêncio pesado pairou sobre a sala depois que Lexa verbalizou suas suspeitas em voz alta. Anya, sua amiga, mentora, irmã, ela não era capaz de algo assim, não é?

— Lexa. — Ryder falou depois de um longo tempo de reflexão. — Isso faz todo o sentido.

As palavras dele parecem tirar todo o ar dos pulmões de Lexa. Era ainda pior ouvir uma confirmação de suas suspeitas. Ela tirou o celular da bolsa e discou o número de Anya.

Este número de telefone está desligado ou fora de área de cobertura...

— Desligado — suspirou pesadamente.

— Talvez você devesse.. -— Ryder começou a falar, mas foi interrompido por um toque de celular.

Lexa quase deixou o celular cair de susto.

— Alô? — atende aflita, um silêncio se seguiu do outro lado da linha ela repetiu — Alô?

Lexa — alguém fungou do outro lado da linha.

O coração de Lexa afundou no peito, a voz estava trêmula e ela parecia estar chorando, mas ela era. Era Clarke.

Clarke pov.

O homem com a comida tinha acabado de sair quando Anya voltou. Ela estava acompanhada por dois homens.

— Viu como eu te trato bem, Clarke? — ela perguntou docemente.

— Ah, sim. Tratamento VIP. — Clarke esnobou.

— Muito bem, você precisa de força para o que faremos agora. — ela piscou para Clarke e um sorriso sem humor passou por seu rosto quando ela fez sinal para os homens e deu um passo para trás.

Clarke não teve tempo de questionar antes de ser atingida na bochecha esquerda. A loira fechou as mãos em punhos nas algemas e tensionou a mandíbula, o segundo tapa foi mais forte que o primeiro e fez lágrimas brotarem em seus olhos, Clarke mordeu o lábio inferior para evitar que um gemido de dor escapasse, mas isso só fez com que o próximo tapa arrancasse sangue se seu lábio. Ela encarou Anya com ódio. Anya sorriu quando um soco atingiu o estômago de Clarke com um tapa no rosto simultaneamente. A garota se curvou de dor, arfando por ar e com lágrimas caindo contra a sua vontade. Seu rosto ardia muito, seu orgulho estava ferido e ela estava paralisada de medo. Suas dúvidas sobre Anya tinham acabado, ela podia ser ainda mais perigosa.

— Já chega. — ela se aproximou devagar e ergueu o queixo da menina, Clarke não conseguia parar de chorar e soluçava baixinho — Acho que agora você vai colaborar, não é?

Anya largou o queixo de Clarke e pegou o celular e discou um número. Ela mandou soltar as algemas de Clarke a entregou o celular. Quando a voz saiu pelo fone do celular o tempo pareceu parar, o sangue parecia ter sido congelado no corpo de Clarke, a garota perdeu momentaneamente capacidade de falar e apertou o celular em sua mão.

Alô? — a voz veio de novo.

Quando finalmente falou, a voz de Clarke saiu como um choro:

— Lexa...

— Clarke? — veio a pergunta ansiosa.

— Sim. — a loira respondeu de olhos fechados, aliviada por finalmente falar com Lexa.

Você está bem? Preciso saber onde você está, Skygirl — seu tom de voz era urgente, preocupado e Clarke sorriu entre os soluços com o apelido — Quem fez isso com você?

Clarke tentou desajeitadamente limpar as lágrimas que escorriam por suas bochechas, mas antes que pudesse responder, Anya tomou o celular de volta.

— Essa cena foi realmente... tocante — Anya disse para Lexa no telefone com um bocejo de tédio.

Ela colocou no viva voz e demorou algum tempo para a resposta vir do outro lado da linha:

Que merda é essa, Anya? Por que está fazendo tudo isso? — ela fez uma pausa e então voltou a falar, seu tom era ameaçador — Se você encostar nela... Se tirou um fio de cabelo dela...

Anya fez um sinal para os homens e um agarrou os braços braços de Clarke e o outro desferiu um tapa no rosto da menina.

— Desculpe, você disse que não era para encostar nela? Acho que seu aviso veio tarde demais, sinto muito — Anya falou dissimuladamente.

O que você quer? — Lexa perguntou, a voz cortante, pura raiva.

— Que bom que perguntou... Na verdade, não é bem o que eu quero: é o que eu preciso. — ela disse, não tinha sarcasmo em sua voz, ela estava séria — Quando a polícia for a sua procura graças a uma denúncia anônima dizendo que você ia vender uma arma biológica, você vai assumir a responsabilidade e vai ser presa.

— O quê? Ela não pode fazer isso, vai destruir a carreira dela! — Clarke gritou.

E se eu não fizer? — a voz de Lexa estava trêmula de emoção.

— Então eu terei uma conversa com Clarke. — Anya volta a olhar para Clarke, sorrindo de orelha à orelha. — Acredite em mim, ela vai implorar pelo fim.

Clarke entendeu a ameaça do que poderia acontecer. Ela sabia que Lexa também tinha entendido.

— Não, não importa o que ela diga, não faça isso Lexa! — Clarke gritou e se debateu, se conseguisse se soltar teria atacado Anya ali mesmo. — É a sua vida e você precisa lutar por ela.

Ela bufou:

Você está em perigo e acha que estou preocupada com a minha carreira?

Se Clarke achava? Ela sabia sabia que Lexa era boa demais e que não ia querer a morte da garota e colocaria tudo a perder para salvá-la. A carreira que significava tudo para ela, tudo pelo qual ela lutou. Como Clarke poderia ser egoísta e deixar isso acontecer? Tinha que ter outro jeito. Lexa poderia recorrer à polícia, uma investigação rápida poderia funcionar. Anya não poderia sair impune.

— Tem que ter outro jeito, Lexa. — Clarke choramingou — Por favor... não faça o que ela está pedindo!

Quando ela falou, estava sendo sincera, sem máscaras, só a Lexa, a mulher que estava conquistando o coração de Clarke.

Nós podemos reconstruir tudo depois, Clarke. A carreira não é a coisa mais importante aqui. — Lexa suspirou — Eu aceito, Anya.

O "Mais" que eu preciso (Clexa) REVISADOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora