Capítulo 8

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Faltando três dias para voltarem, Clarke convenceu Lexa a fazer uma trilha na floresta para tentar alcançar o outro lado do lago. Do outro lado tinha um caiaque preso e a garota estava realmente curiosa. Talvez fosse um antigo acampamento de verão, com certeza seria divertido explorar.

— Calça uma bota, por favor, Clarke. — Lexa dizia pela oitava vez — Te dá mais firmeza para andar no chão úmido e também impede que algum bicho alcance sua perna.

Clarke suspirou, ouvir Lexa era como ouvir uma ligação de sua mãe.

— Vou usar tênis porque acho mais confortável, não use as botas como desculpa para esse seu humor horrível.

— Não estou com um humor ruim, apenas não tenho tempo de fazer excursões em matas, mas se você insiste nisso pode ao menos se proteger adequadamente.

Clarke jogou a última garrafa de água na mochila e cruzou os braços, deixando seu estresse transparecer.

— Você não quer ir? Você pode dizer "Clarke, eu não quero ir". Não é como se estivesse perdendo o seu tempo com uma oportunidade de se exercitar e relaxar. Não esqueça de que foi ideia sua ficar aqui mais alguns dias, então eu realmente preciso de uma pausa.

Lexa suspirou e se aproximou da loira, os olhos suaves e um sorriso no canto dos lábios.

— Bom, eu não disse que não iríamos, eu só disse para você se proteger adequadamente. — ela disse como se a discussão não fosse nada demais — Não estou cansada do trabalho, mas vamos lá. Faremos uma pausa, sem drama.

— Você nunca para de trabalhar? — Clarke perguntou se sentindo frustrada.

— Eu amo o meu trabalho e você também deveria.

Oh claro, e desistir de viver.

A loira quis dizer que não achava gratificante viver em um laboratório o resto da vida, mas segurou a língua.

— Ah, eu amo. Mas amo mais uma aventura. — colocou a mochila no ombro e piscou para a chefe — Vamos!

Mas é claro que o "vamos" não era tão simples. Lexa fez questão de parar e série de instruções para dois pesquisadores, Clarke já estava para desistir quando a morena se despediu dos homens e sorriu para ela.

— Pronto, agora podemos ir.

A loira faz questão de não olhar para ela e ir andando na frente. A trilha tinha um caminho bem marcado que indicava que era usada regularmente, Clarke não tinha certeza se a trilha dava onde ela desejava ir, mas com certeza não havia possibilidade de ficarem perdidas. Com 20 minutos de caminhada em silêncio, Clarke estava adorando sentir os músculos reclamarem e sentindo a animação com a aventura voltar. O som de um toque de celular quebrou o silêncio e Clarke ficou tensa.

— Anya?... — Lexa respondeu ao telefone — Vazamento de gás?.. Por Deus, anya você quer destruir meu laboratório? Claro que não, só quer matar a todos ai, certo? — a voz ficando cada vez mais irritada a medida que ia escutando o que Anya dizia — Claro que não... Evacue o andar, talvez até o prédio todo... isso, descontaminação de emergência, inalação de gás é perigoso — ela suspira — Certo, me ligue quando resolver.

A loira desacelerou para acompanhar a conversa de Lexa e não percebeu quando Lexa mudou o ritmo para andar ao lado da menina, mas acabou esbarrando nela na trilha estreita. As duas teriam caído no chão se Lexa não tivesse envolvido os braços ao redor de Clarke e apoiando as duas para recuperar o equilíbrio.

Lexa abraçava o corpo de Clarke de perfil, os braços segurando firmemente a cintura da garota, o rosto da morena perto da orelha da loira. As duas nunca estiveram tão próximas uma da outra na luz do dia e um lugar aberto. Em suas noites juntas nunca chegavam perto demais, cada uma mantinha a própria coberta e as mãos apenas nos rostos, ombros e braços. Lexa nunca tinha envolvido a loira daquela forma.

O "Mais" que eu preciso (Clexa) REVISADOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora