Capítulo 2

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Penélope ficou olhando para Colin, na expectativa por sua resposta. Ele parecia pensar muito no que dizer, o que estava deixando-a nervosa, além do pânico crescente. Se foi Colin que me trouxe para casa, foi ele que acordou ao meu lado nessa manhã. Se ele não fez nada de errado, então ela tinha feito e agora ele estava...

"Você sabe que somos amigos há muito tempo e que você sempre pode me dizer qualquer coisa, não sabe?" Ele disse interrompendo seus pensamentos e então ela teve certeza de que tinha feito algo. "Eu nunca te julgaria e não há nada capaz de abalar o que a gente tem."

"É bom ouvir isso, Colin, mas eu ainda não sei o que fiz." Ele sorriu e levantou. Pegou-a pela mão e foi para o sofá, sentando-se ao seu lado.

"Você me disse algumas coisas, me pediu algumas coisas." Ela arregalou os olhos e sua pele ficou carmesim quando ele aproximou o rosto do seu, o suficiente para ela sentir seu hálito quente sobre seus lábios. "O que você quer, Pen?"

Sua voz estava rouca, seus olhos abertos em expectativa e talvez um toque de vulnerabilidade. Num estalo, ela se lembrou de boa parte do que aconteceu.

(Noite anterior)

"Cols" ela pulou alegremente em seus braços e ele riu enquanto a abraçava com força. "Eu estou indo pra casa, acho que já bebi o suficiente. Só vim me despedir de você." Ele a encarou por alguns segundos.

"Eu te levo pra casa. Vamos." Ele pegou em sua mão e ela o encarou, confusa.

"Não precisa. É sua festa e você está acompanhado." Disse e apontou para uma mulher que a encarava com olhos assassinos. "Eu pego um táxi ou uber."

"Eu não vou te deixar sozinha e bêbada no carro de um estranho, Pen. Estou te levando pra casa. Sem discussão."

"Mas..." ela tentou, mas ele a calou com o arquear de uma sobrancelha. Colin passou o braço por seus ombros, falou algo para a mulher e seguiu na direção de Anthony e Benedict que estavam acompanhados de Kate e Sophie. Colin se despediu deles e seguiu com ela até o carro e só então a soltou.

Ela não se lembrava do caminho para casa, nem de como entrou. Só lembrou de estar sentada no sofá e Colin ajoelhado à sua frente tirando seus sapatos como se ela fosse incapaz dessa tarefa simples.

"Eu vou sentir sua falta, Cols."

"Eu também vou sentir a sua, ginger" e ela pensou tê-lo ouvido complementar num sussurro "mais do que imagina."

"Então por que você está indo embora de novo?" ela questionou com a voz baixa.

"É meu trabalho".

"Não dessa vez. Parece que você está fugindo de algo" e ele a encarou de boca aberta e olhos arregalados. "Não vai, Colin. Não me deixa aqui sozinha."

"Hey, você não está sozinha. E a gente vai continuar da mesma forma. Nada vai mudar, Pen." Ele limpou as lágrimas que caiam de seus olhos e acariciou sua bochecha. Com um sorriso triste no rosto, ele se levantou e deu um beijo em sua têmpora.

Penélope segurou sua mão e ele parou, fitando-a. "Eu te amo, Colin." Ela se levantou e sentou logo em seguida, sentindo-se zonza.

"Você está bêbada ainda" ele riu e sentou-se ao lado dela no sofá.

"Pode ser, mas não muda nada. Eu te amo há anos, Colin. Se é pra você ir embora e não voltar mais, me dê algo para me lembrar de você. Fica comigo. Eu juro que vou manter isso pra mim e que nada vai mudar entre nós."

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