🐫 Capitulo 27 🐫

Start from the beginning
                                    

Quando fito seus olhos negros como a noite, tenho a minha resposta: ele não me deixará ir, nunca. E isso me assusta. Esse sentimento me apavora.

Sua voz potente logo se faz presente:

— Layla não precisa usar nenhum artifício. Sua beleza é natural e ela está belíssima. — Observo a expressão de Jade se fechar com o comentário dele. Ele também parece perceber, então trata de complementar a fala. — Aliás, sou um homem de sorte. Tenho as duas esposas mais belas de todos os Emirados.

Que descarado! Ele é um pervertido. Isso sim.

Percebo que seu elogio pareceu agradar a Jade.

— Venham, esposas! Vamos tomar o café da manhã!

Jade se agarra ao seu braço como se ele fosse um bote salva vidas. Quando seu outro braço é oferecido a mim, minha vontade é de recusá-lo e sair andando, mas vejo em sua expressão determinada que ele não permitirá isso. A muito contragosto, aceito o convite e caminhamos para a sala de refeições, onde já se encontram presentes a minha mãe e meu sogro em um diálogo bastante animado. Assim que nos vê, o senhor nos olha surpreso, cumprimenta-nos e dá as boas-vindas ao filho. Eu aproveito a oportunidade para me desvencilhar do domínio do meu marido e ir sentar perto da minha mãe.

Observo que Jade se acomoda ao lado dele, demarcando seu lugar de soberana.

— Está bem, meu amor? Parece um pouco cansada. — minha mãe me perguntou de um modo que só eu pudesse ouvir.

— Estou perfeitamente bem, mamãe. Só não consegui dormir muito na noite passada.

O sheik pervertido sorri na minha direção, e isso me causa uma raiva tremenda. Tenho vontade de jogar o chá que estou tomando na cara dele, para tirar esse sorriso presunçoso da sua face, mas me controlo. Também noto o olhar de cúmplice da minha mãe, que nos avalia minuciosamente. Neste momento, quase me engasgo com o chá habitual que tomo em todas as manhãs. Ela me encara como se soubesse exatamente o que eu e meu marido fizemos na noite passada.

Graças a Deus, o resto da refeição ocorre sem maiores imprevistos.

Após tomar o café da manhã, por fim, encontro a Marília, que parece um pouco sem freio. Por pouco não esbarrou em mim.

— Minha senhora, perdoe-me por não ter lhe arrumado nesta manhã, nem preparado o seu banho! Eu tive problemas pessoais e precisei me ausentar.

— É compreensível, Marília. Não precisa temer nada! — tranquilizei ela.

— Obrigada, senhora!

Os cabelos dela estão assanhados. Pobrezinha! Nem os penteou por medo de chegar ainda mais atrasada.

— Ah, senhora Layla! Estou tão feliz. Os empregados só falam sobre isso. — disse com um ar sonhador.

— Sobre o que, Marília?

— Oh, senhora! Perdão! Não quis ser indiscreta, mas estou... Quero dizer que estamos todos muito felizes com o retorno do príncipe Ahmed.

— O sheik Ahmed está voltando para casa?

— Sim, senhora. Depois de muitos anos sem manter contato com a família Youssef, parece que o príncipe deseja voltar para o seu lar e reassumir seus compromissos. — Olha-me com uma certa empolgação. Eu diria que até demais.

Se não fosse pelo fato de eu estar altamente curiosa, teria lhe questionado sobre sua alegria.

O que será que ocasionou o afastamento do meu cunhado? Por que ele se distanciou da família? Estranho! Nem no meu casamento, o príncipe compareceu. Pensei que odiasse as tradições e que levasse uma vida de libertino inveterado, sem se importar com nada.

Sob O Domínio do sheik Where stories live. Discover now