II: O melhor lugar da galáxia

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Eles já haviam decidido previamente que morariam em Alderaan. Um planeta onde nenhum deles foi para lutar uma guerra.

  Coruscant era o lugar que eles mais queriam evitar. O planeta natal de Anakin era o lugar com as piores lembranças de sua vida. E o planeta natal de Padmé tinha muitas memórias da guerra, apesar de ser onde eles se casaram.

  Padmé conhecia a região do planeta, e o senador Organa foi muito gentil ao oferecer um lugar para eles. Além disso, o fato de Alderaan ser um dos lugares mais lindos da galáxia ajudou muito na decisão.

  Anakin desceu da nave com Padmé ao seu lado, o carrinho duplo flutuando com os gêmeos à sua frente.

  — E então? O que acha? — Anakin disse gesticulando em direção à casa que ficava na base de uma das muitas montanhas do lugar. Dali era possível ver a cidade abaixo, com casas elevando-se do verde que cobria a tudo ao redor, desde a cadeia de montanhas atrás deles, até o vale onde o palácio do governo ficava, a vários quilômetros dali. O céu estava azul, as nuvens brancas eram esparsas, e o brilho do sol parecia deixar a grama ainda mais verde.

  — Eu acho que é o melhor lugar na galáxia. — ela disse, sorrindo.

  — Não ainda. — ele respondeu. — Mas acho que podemos fazer ele ser o melhor.

  — Vocês e suas conversas filosóficas. — Obi-Wan disse, surgindo por trás deles. — Vamos, estou aqui para ajudar. Levem essas criaturinhas para dentro. Ou melhor, Padmé as leva pra dentro e Anakin me ajuda a levar as caixas. Por que insistiram em trazer tantas coisas?

  — Você que insistiu em vir junto, Obi-Wan. — Anakin retrucou — Por falar nisso, não disse que tinha assuntos jedi para tratar aqui perto?

  — Eu disse. Mas sinceramente, acho que mereço uma folga depois de, sabe... salvarmos a República e os Jedi.

  Anakin revirou os olhos.
  — É claro, mestre.

  — Obrigada por ajudar, Obi. — Padmé disse com sinceridade. — Vou esperar vocês lá dentro.

  Ela partiu e eles voltaram para a nave.
  — Eu sei que está aqui apenas pra ficar com as crianças. — Anakin disse acusadoramente, mas bem humorado.

  — Não sei do que está falando. Mas em minha defesa, eu nem segurei um deles no colo ainda. — ele sorriu sarcástico. — Por quê? Está com ciúmes? Todos sabemos que eu vou ser o tio favorito deles.

  — Ah, eu não apostaria nisso. — o mais jovem sorriu de lado, ganhando em troca um olhar comicamente ofendido — Você vai ter que competir com Ahsoka.

  Compreensão atingiu o rosto de Obi-wan e Anakin riu enquanto eles levavam as caixas para dentro.

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Os pequenos passos eram leves sobre a grama, mal fazendo som quando tentavam manter um padrão para caminhar na direção que queria tanto ir.

O sorriso no rosto da menina evidenciava seu deleite frente ao desafio. A pequena careta de esforço do menino mostrava sua impaciência e vontade de tirar sua soneca.

  Os Skywalker estavam num bosque perto de sua casa, longe do centro da cidade, onde havia um lago cristalino no centro e as mais belas flores nas árvores ao redor. Era onde eles costumavam ir ao menos uma vez por semana, para aproveitar o ar fresco e um dia de sol em Alderaan. 

Anakin riu enquanto os dois vinham em sua direção, e manteve os braços estendidos para os gêmeos. Padmé mantia certa distância, incentivando as crianças a caminharem sozinhas.

Depois de três passos eles haviam quebrado seu último recorde, e Anakin deu um brado de vitória muito mais animado do que deveria. Padmé riu com a cena, então correu para ajudar quando Luke segurou no braço de Leia, derrubando os dois no processo.

Anakin pegou a menina em seus braços enquanto Padmé segurou Luke perto de si. Mas nenhuma das duas crianças estava chorando realmente: Luke estava feliz por não ter mais que se esforçar para se manter de pé sozinho, e Leia estava feliz por finalmente ter chego ao seu objetivo.

— Amanhã serão quatro passos e em pouco tempo eles vão estar andando sozinhos, cozinhando sozinhos e vivendo sozinhos sem precisar de nós dois. — Anakin falou dramaticamente.

Padmé revirou os olhos bem humorada.
— Eles sempre vão precisar da gente. Ao menos, eu sei que sempre vou estar com eles.

— Mesmo que eles não queiram, nisso eu concordo. — ele respondeu comicamente, mas nenhum dos dois teve tempo de retrucar, pois duas pequenas mãozinhas continuavam a alcançar seu rosto, junto com palavras incompreensíveis em busca de atenção.

— Pa...pa!

Anakin congelou.

— Papai! — vozinha de Leia chamou pela segunda vez, enquanto dois grandes olhos castanhos o encaravam.

O sorriso do jedi se alargou ainda mais, um olhar incrédulo invadindo sua face.
— É isso aí. Papai. Sou eu. — ele olhou para sua esposa, que tinha a mesma reação que ele frente às primeiras palavras da menina. — Eu tô aqui, princesa. Vamos, fala de novo. — ele deu cócegas na barriga dela, que desatou a rir e se remexer nos braços dele. — C3-PO não está aqui bem no momento em que devia gravar as coisas! — ele reclamou, mas sem raiva de verdade.

  De agora em diante, Anakin pensou, aquele pequeno bosque de Alderaan não era mais apenas um bosque onde eles iam passear. Era onde sua filha tinha dito sua primeira palavra.

  E então, anos mais tarde, era o lugar onde Luke se conectou com força pela primeira vez. Onde um dia Ahsoka brincou com Luke e Leia. Onde Padmé deu dezenas de aulas de oratória para Leia na adolescência, quando a menina decidiu seguir os passos da mãe. Onde ele e Padmé conversaram sobre seus bebês crescendo cada vez mais.

  E aos poucos aquele se tornou o melhor lugar da galáxia.

— E você, Luke? — Padmé se pronunciou — Não tem nada pra mim?

Mas o menino já estava a beira do sono com a cabeça apoiada em seu ombro. Anakin riu.
— Ele tem baba pra deixar no seu ombro.

  Padmé lhe lançou um olhar inflamado que ele não levou a sério, muito ocupado tentando fazer Leia repetir a palavra.

Padmé teve de admitir sentir certa inveja no momento, mas durou apenas uma semana, quando Luke a chamou de "mamãe" e Anakin não conseguiu fazê-lo dizer "papai".

  Eles consideraram um empate.

  E depois disso, cada palavra que veio depois – mesmo as inventadas – era uma comemoração exagerada dos Skywalker, regada a abraços, beijos e olhares de pura admiração sobre os dois pequenos.

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1063 palavras

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⏰ Última atualização: Aug 26, 2023 ⏰

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