I: Dia de mudança

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O jedi caminhou em direção ao elevador do lugar com um leve sorriso no rosto. Ele entrou e apertou o botão para o apartamento dos níveis altos de Coruscant.

Anakin se sentia livre. Pela primeira vez em sua vida.

Ele sempre esteve preso a algum lugar. Quando nasceu e era escravo, quando foi recrutado pela Ordem Jedi e teve de seguir suas regras, quando se casou com Padmé escondido e se viu preso nas suas próprias mentiras... quando Darth Sidious o manipulou.

Seu comunicador apitou antes que chegasse ao seu destino.
— Anakin, chegamos. — a voz de Obi-Wan soou do dispositivo em seu pulso.

— Vamos descer em um minuto, Obi-Wan. — ele respondeu.

— Para alguém que acabou de ser expulso da Ordem você parece estar de ótimo humor. — seu mestre disse, sarcástico — Apesar de que não posso te culpar. Muita coisa aconteceu nos últimos dias. A Ordem está quase desmoronando. — sua voz se tornou mais sombria.

— Nada disso me importa mais, mestre. — Anakin respondeu seriamente — Agora eu tenho algo muito mais importante para cuidar.

Obi-Wan riu do outro lado.
— Imagino que sim. Como as coisas podem mudar em questão de dias... — Anakin revirou os olhos com o comentário. — Boa sorte com isso, Anakin.

— Obrigado Obi-Wan. Nos falamos daqui a pouco.

Ele desligou o comunicador no mesmo tempo que as portas se abriram. Anakin entrou no apartamento, dando de cara com C3-PO, que caminhava carregando uma caixa desajeitadamente. R2 estava em seu encalço, disparando apitos de protestos contra ele, que respondeu à altura.

— Ora sua pequena lata monocromática, tente carregar você então, com suas pequenas garras de droid astromec. Ao menos eu sou útil para a senhorita Amidala... — quando se deu conta da presença de Anakin, ele completou: — digo, senhora Skywalker. Desculpe, senhor. R2 ainda vai me enlouquecer! — ele levantou os braços dramaticamente na última palavra, e Anakin teve que segurar a caixa para que não caísse.

— Ora essa. — ele reclamou enquanto colocava o objeto no chão. — O que é isso? — ele disse com uma pressa mal disfarçada.

— Esqueceram de levar esta última caixa. — 3PO respondeu, educadamente.

— Está bem, não me importa. — ele acenou com a mão rapidamente. — Onde está Padmé? — ele perguntou, já desviando dos droides e adentrando mais o lugar.

— Ela está em seus aposentos, senhor, sugiro que não faça barulho, pois...

Anakin não ouviu o resto. Ele já estava do outro lado do lugar, entrando no quarto onde sua esposa estava.

— Padmé! — ele falou alto, e foi repreendido por um "shh" da mulher sentada numa cadeira no canto do quarto.

Ele se encolheu e sorriu para ela, pedindo desculpas silenciosamente. O quarto estava iluminado pela luz dourada do pôr do sol, trazendo ao ambiente uma sensação de conforto. Ou talvez a sensação fosse algo na cabeça de Anakin. Ele não se importava se fosse.

Padmé estava no canto do quarto, perto da janela, no meio de dois berços, balançando um enquanto olhava para a pequena criança do outro. Ele se aproximou e ela se levantou, envolvendo os braços ao redor de seu pescoço, e apoiando a cabeça em seu ombro. Ele retribuiu o abraço, sentindo o cheiro de flores do cabelo dela.

Anakin fechou os olhos. Ele esteve tão perto de perder tudo isso.
— Como foi com o Conselho? — ela sussurrou em seu ouvido.

— Do jeito esperado. — ele respondeu no mesmo tom — Fui expulso.

Ela se mexeu, fazendo menção de quebrar o abraço, mas ele a impediu, a abraçando mais forte.
— Eu não estou triste, Padmé. — ele sussurrou — Eu estou feliz. Mais feliz do que jamais estive. — ela relaxou novamente em seus braços. — Eu tenho você. E é tudo o que eu preciso. Nós vamos para longe daqui, e nós vamos viver.

Ela suspirou de forma aliviada.
— Nós vamos viver. — Padmé concordou. — Quer mesmo fazer isso? Deixar tudo para trás?

Anakin finalmente abriu os olhos. E então, não pôde evitar que eles pousassem nas duas pequenas figuras respirando levemente em seu sono. Ele sorriu.

— Sim. Sim, eu quero.

Ele finalmente se afastou dela, os olhos fixos nas crianças. Padmé tocou nos berços e fez menção com a cabeça para a criança no lado direito.
— Luke. — ela sussurrou, e então gesticulou para a outra — Leia.

Anakin se aproximou com cautela, pegando a mão de Luke entre dois de seus dedos.
— Oi Luke. — então ele pegou a pequena mão de Leia. — Oi Leia. — ele sorriu, desajeitado. — É o papai. — a palavra soava estrangeira em seus lábios. Mas ele gostava de como soava.

Padmé sorria e não conseguiu conter a leve risada que saiu de seus lábios. Anakin retribui o sorriso dela.

— Isso é meio estranho. E um dia vocês vão entender o porquê. Mas por hora, vamos apenas levar vocês para sua nova casa.

Padmé o abraçou novamente, e eles observaram as crianças dormirem até que chegou a hora de partir.


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804 palavras

E se... as guerras acabassem? (Star Wars)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora