Nomes importam

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Primeiramente, bem vindes! Está á a versão reescrita desta fanfic, ou seja, se vc já leu isso, pode encontrar algumas coisas diferentes da primeira vez, mas é um trabalho em andamento, faz parte refazer. Espero que se divirtam!  
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Aoishi se ergueu lentamente, a faca deslizou em sua mão, como se não pesasse sequer uma grama, trazendo espetado em sua ponta um olho azul frio sem vida. O silêncio no galpão era pesado e assustado quando o rapaz de cabelos brancos ergueu a mão livre lentamente, sem sequer um tremor, limpando o sangue que escorria de sua bochecha, balançando a lâmina para o lado, fazendo a esfera de carne voar para longe. Seus olhos de um azul quase sobrenatural, tão parecido com aquele que acabou de arrancar que poderia dizer ser dele. De pé, ele encarava o corpo caído ensanguentado ao seus pés parecendo saborear a cena, como alguém que se senta a uma mesa fartamente servida.

— Então, quem será o próximo? — questionou Aoishi lentamente, olhando ao redor.

O sorriso, tão parecido com o de seu pai, se abriu em seu rosto de forma mais bizarra por ter suas próprias notas, convidava qualquer um a o desafiar com uma promessa. Ele se divertia. Era claro pela forma como seus olhos brilhavam e ele girava a faca em sua mão como se fosse um brinquedo e não uma arma. Ele estava vibrando pelo seu feito e confiante. Não era um desafio vazio apenas para assustar, ele poderia acabar com muitos ali sem problemas antes de se cansar.

Olhando ao redor, buscou em expectativa por alguém, mas ninguém queria ser parte dos peões que iriam ser sacrificados para o enfraquecer antes de alguém conseguir o derrotar. Ninguém disse nada. Ninguém fez nada.

— Covardes. — Soltou o rapaz parando a faca em seus dedos, virada para baixo.

Com um suspiro quase decepcionado, Aoishi pisou sobre o corpo de seu pai como se não fosse nada, tirando algumas respirações da plateia, enquanto seguia para os grandes portões de ferro do galpão. Apenas seus passos faziam som, o grudar no chão pelo sangue e água criavam uma sinfonia nauseante aos ouvidos dos mais assustados.

A respiração dentro do galpão ainda era presa quando os homens mais próximos de Nathan Wesninski se aproximaram do corpo, parecendo desacreditados. Passos lentos, olhares frios e quebrados ao verem o homem que todos imaginavam inquebrável e admirável morto no chão como qualquer mortal comum. Ele era um homem apesar de tudo, não uma besta. Mas era mais fácil acreditar no contrário para que o terror não consumisse as almas. Mas ali, caído no chão, o olho restante sem vida encarando ainda surpreso o que alguns minutos foi a figura de seu filho rejeitado o apunhalado no coração, ele apenas parecia algo podre, velho e patético.

Parado, ainda no portão, Aoishi deu as costas à cena, se dando por satisfeito e, do mesmo jeito que havia chegado, desapareceu com o barulho de um motor de moto disparando pelo porto de Baltimore.

Haviam se passado oito anos desde que aquele rapaz havia sido visto pela última vez e agora ele havia acabado com o maior assassino da costa leste e mão direita do chefe da máfia japonesa nos Estados Unidos. Oito anos que Nathaniel foi dado como morto no mundo do crime, notícia dada pelo seu próprio pai com um desdém e dose de desgosto palpáveis. "ele era fraco, de qualquer jeito." era a frase que mais se ouvia sobre o assunto. "Eu já o estava negociando com os Moriyamas, ao menos me renderia alguns trocados. E apenas por isso sinto.".

E como se todos estivessem presos em um pesadelo, aquela tarde comum acabou se tornando o retorno de um fantasma.

Por dias a fio depois daquilo foi ouvido pelos corredores, bordeis e becos sobre como Nathaniel havia retornado dos mortos e assassinado seu próprio pai, saindo sem muitos ferimentos e assustando todos ao ponto de sair andando do lugar sem ninguém ousar o parar. Em histórias mais empolgadas ainda, era dito que ele havia chegado em silêncio, caminhando até Nathan e, enquanto o homem parecia querer começar uma provocação, apenas o esfaqueou sem aviso. Frio como as lâminas que sua família tanto era conhecida por usar com maestria, o menino morto havia assassinado seu pai sem lhe dizer uma palavra, o esfaqueando tantas vezes que, pelo choque do que acontecia sem qualquer presságio, ninguém conseguiu sequer agir antes que fosse tarde demais.

The 4 dog (T⁴D) ~reescrevendo~Onde as histórias ganham vida. Descobre agora