Prólogo

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"Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo."

Quando eu era mais nova, minha mãe costumava dizer que em determinados momentos da minha vida eu precisaria parar de fugir dos meus medos e começar a enfrentá-los.

Aos 12 anos, presenciei a morte do meu pai em frente a nossa casa. Ele era o professor de uma universidade renomada e estava saindo para trabalhar, quando houve uma breve "confusão" e ele acabou sendo baleado.

E foi nesse momento que me predispus a seguir com o que mamãe falava.

Sempre fui uma garota "meio" excêntrica, preferi estudar grego na faculdade ao invés de latim e assistir algumas aulas de astrologia para concluir a carga horária, enquanto trabalhava em uma cafeteria do Brooklyn afim de conseguir sobreviver até a minha formatura, que se aproximava.

Recém-formada em jornalismo, segui rumo para Nova Iorque em busca de grandes oportunidades, mas acabei me frustrando e regressei para a pequena cidade em que cresci, Lashbury.

Consegui um trabalho no jornal local meses depois, não ganhava muito, mas já era o suficiente para um começo. Aos poucos fui conseguindo subir de cargos, e enfim cheguei onde queria.

Fiquei responsável pelas páginas principais, e meu nome, Stella Stone, virou uma referência para os leitores, que me chamavam de 'A dama das páginas quentes'. Eu adorava ler os comentários nos fins dos meus turnos, mas nunca me dei conta de que essa não era eu, não como eu era realmente.

Meus longos cabelos castanhos e ondulados traziam uma aparência jovial, as poucas sardas no rosto, olhos cor de café e os traços delicados da minha mãe contribuíam também. Ah, e um olhar que revelava curiosidade e inteligência, mas também solidão e saudade.

Foi em um desses dias que eu recebi uma mensagem de uma leitora desesperada. Seu ex-namorado havia publicado fotos íntimas dela na internet, com ofensas horríveis sobre o seu corpo. Eu senti uma ira crescente dentro de mim que quase acabei explodindo. No dia seguinte, eu usei o meu espaço no jornal para denunciar o canalha, que tinha uma ficha suja de crimes e dívidas, e que acabou tendo que fugir da cidade para não ser linchado. O bom de ter ajudado a polícia em alguns casos me davam essa boa colher de chá.

E a partir deste ato comecei a ter mais notoriedade, então minha vida só decolou, se eu podia fazer melhor, eu fazia sem hesitar. Mas, como nenhum voo dura eternamente, uma hora ou outra iria ter que pousar. Infelizmente, acabou sendo um pouso de emergência.

Esse foi o começo da minha fama, que só cresceu com o tempo. Eu me tornei uma jornalista investigativa de sucesso, que tinha acesso as melhores ferramentas e apoios. Mas tudo tem um preço, e eu paguei caro por isso. Um dia, depois de um trabalho exaustivo, eu resolvi tirar um breve cochilo, e se eu soubesse o que me aguardava, teria dormido por uma eternidade.

Assassinatos no Zodíaco (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora