Assassinatos no Zodíaco (Em Revisão)

Pamplona

"A preocupação de cada dia em cada dia basta."

"Me sentia presa em imensas correntes de ferro, como um pássaro incapacitado de voar livremente.

Passaram-se alguns dias desde a morte da Ariah, e cada minuto contavam como agulhadas no meu peito.

As pistas começavam a esfriar, e o delegado estava tão impaciente e furioso com o ocorrido que ele já não dormia a dias. Vivia entre a delegacia e o apartamento, ansioso com a conclusão da perícia.

No apartamento da moça não foi encontrado nada que pudesse auxiliar, nenhuma pista plausível. A não ser pequenas quantias de cocaína, que rapidamente os policiais apreenderam e identificaram sendo pertencentes de uma mulher chamada Sybil Walsh, uma atriz teatral sem futuro, e viciada.

A única pista que encontram foi um folheto da cidade de Pamplona, na Espanha, que estava colada na parede do edifício em que encontraram o corpo, próxima as pichações.

Estava a um bom tempo refletindo qual seria a ligação do caso, com uma cidade que fica a milhares de quilômetros de Lashbury.

Isso não encaixava em absolutamente nada.

O assassino atacaria em Pamplona? Temos que ligar algum elemento da cidade? Ou o que é tem lá de tão importante?

Esse nome ecoava na minha mente, e eu já não aguentava mais. Agora, com toda certeza, esse vai ser um dos destinos que vou pular no meu mochilão pela Europa, o que é uma pena, pois eu gostaria muito de ver a Largada de Touros.

Touro, é isso! Como fui tão desleixada em não pensar sobre isso antes? O assassino se denomina O Astrólogo, é claro que iria ter algo a ver com astrologia.

Esperei o meu ajudante, ops brincadeira, o Roman chegar para contar a minha suposta descoberta, já que confusamente agora dividimos o apartamento. Segundo ele, seria melhor o próprio, em pessoa, me proteger ou o que quer que fosse."

*

— Delegado, acho que descobri a ligação de Pamplona. — Comentei assim que o rapaz entrou na sala.

— O quê? Sério? Conte-me tudo, ande. — Se apressou para vir até mim.

— Levando em consideração que o assassino se autodenomina 'O Astrólogo', poderíamos ter chegado antes à conclusão que se trata do próximo signo do zodíaco, Touro.

— Isso é interessante, ao mesmo tempo que machuca o meu ego. — Coçou a têmpora irritadiço.

— Bem, eu estava refletindo sobre isso desde que saiu a perícia da cena do crime, e acabei me lembrando de que lá tem uma festa anual de São Firmino, ou melhor dizendo, a Largada de Touros. Então, apenas associei uma coisa à outra. — A minha animação é perceptível quando eu termino de falar.

— A peça vital do quebra-cabeça. — Ele me encara reflexivo.

— Às vezes só precisamos focar no lugar certo. — Um breve sorriso surge. — Você precisa de um café, e com esse estresse todo, eu também. — Disse enquanto caminhava até a cozinha para buscar as xícaras.

— Estou mesmo precisando. — Vi Roman se jogar no sofá, adormecendo em seguida.

*

"Confesso que as vezes fico com certa pena dele, tipo, é um caso complexo e que pode definir o rumo da vida de uma pessoa. Ainda tendo que lidar com a pressão da mídia, dos problemas crescentes da cidade, e da família da vítima. Se ele não fizer nada ou não conseguir resolver esse caso, a reputação dele como delegado vai por ralo abaixo e é bem capaz de que ele seja desligado.