— No começo ela tentou meter o louco pra cima de mim com essa história de ancestral. Eu disse que ia abrir um processo de reconhecimento de paternidade e ela ficou louca.

— Eu não entendo o motivo dela ficar reafirmando que o Levi é do Guto, essa é a desculpa perfeita pra vocês ficarem juntos. — Rolou os olhos e ouviu um suspiro. — Ah, não vem dizer que não é, Raquel sumiu tem mais de um mês!

— Eu nem penso na Raquel mais e olha que gostava dela, mas era uma doida, né? Como que some assim do nada? — Balançou a cabeça. — Sophia não quer sair daquela casa porque não tem pra onde ir. Disse que não tem emprego e que ninguém vai empregar ela com um bebê, disse na minha cara que eu sou um fodido.

— Com essas palavras? — Arthur deu risada imaginando aquela briga. — Escrotinha interesseira.

— Não, ela disse de uma forma mais sútil, mas não deixa de ser verdade. Eu tenho mais nove anos de condicional pela frente, sem poder sequer sair da cidade pra passear, ou sair a noite. Olha a droga da minha vida.

— Para de se lamentar, agora você tem um filho. — Arthur deu de ombros. — Eu sei e você também sabe o que vai ter que fazer.

— Falar com o meu pai e deixar ele me humilhar bastante antes de ajudar. — Trincou o maxilar. — Amanhã eu vou lá, pela manhã. Acho que apesar de me odiar, ele vai ficar contente de saber que tem um neto.

— E como é que você vai registrar o garoto se o Guto já fez isso? Justiça?

— Sophia me pediu um tempo pra conversar com ele, mas sim, justiça. É meu filho, tem que ter meu nome.

— Tá certo... — Ia completar a frase, mas o barulho da campainha o interrompeu. — Ué, estamos esperando visitas?

— Eu com certeza não. — Deu de ombros. — Quer que eu abra? — Mas Arthur já estava de pé caminhando até a porta.

— Mas o que vocês estão fazendo no meu apartamento? — Arthur tinha uma expressão de surpresa que deixou Micael curioso. O moreno ficou de pé, mas não precisou ir até lá, poucos instantes depois, ouviu a voz de Raquel.

— Precisamos falar com o Micael, ele está?

— Ela não pode falar com o Micael! — Tinha um tom ofensivo que o moreno não tinha visto o amigo usar. — Dá o fora da minha casa.

— É muito importante. — A voz de Raquel reafirmou e Arthur olhou na direção de Micael, que tinha a testa franzida tentando imaginar quem estava com Raquel.

Tomou um susto e deu uns cinco passos pra trás, até encostar na parede. Parecia ter visto um fantasma, estava até pálido.

— Eu sou tão feia assim? — Carol brincou quando viu a reação de Micael. — Fiquei decepcionada com essa recepção.

— Não pode estar aqui, eu não posso chegar perto de você, isso viola a minha condicional e eu não estou disposto. — Falava alto, estava realmente assustado com a presença de Carol ali.

— Relaxa aí, bonitão. — Se sentou no sofá de Arthur sem fazer qualquer cerimônia. — Eu vim em missão de paz, senta aqui pra gente bater um papo! — Apontou pra poltrona que tinha de frente a ela. Micael olhou pra Arthur que deu de ombros e foi se sentar ao lado de Carol, afim de evitar qualquer incoveniente.

— Você devia ter medo de chegar perto de mim. — Micael caminhou e se sentou no lugar indicado. — Mas diferente disso, me parece que eu tenho medo de você.

— Como é que se conhecem? — Arthur perguntou quando Raquel se sentou ao lado da amiga.

— Somos melhores amigas há muitos anos. — Carol sorriu. — Imaginem a minha surpresa quando ela foi até a minha casa em Santa Catarina pra me obrigar a vir aqui conversar com você?

— A troco do quê? — Micael encarou a Raquel. — Você terminou comigo do nada e foi embora como uma louca.

— Não fui embora como uma louca, está na hora de você saber a verdade sobre as coisas. — Intrigou o ex-namorado. — Eu fui embora da festa porque o seu amigo me ameaçou.

— Que amigo?

— Augusto. — Contou e Micael virou os olhos sem acreditar. — Ele me mandou terminar e me afastar. 

— Para de falar merda, que motivo ele teria pra te fazer terminar comigo, sendo que ele estava feliz que eu não estava mais atrás da Sophia? — Rolou os olhos. — Voltou somente pra fazer intriga?

— Ele queria que eu me afastasse de você porque ela é minha amiga. — Apontou pra Carol. — Ele não queria que eu contasse a verdade.

— Que verdade? — Ergueu uma sobrancelha encarando as duas.

— Micael, chegou a hora de você saber a verdade sobre aquela noite.  — Carol falou tranquilamente.

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