🌪🍃˚ ⩩ 𝐕𝐞𝐧𝐭i 𓏲𓄰𓂃𝐂𝐔𝐓𝐄/𝐀𝐍𝐆𝐒𝐓

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Chego cansada depois de uma viagem de Liyue até Mondstad, ando pelas ruas com pouca iluminação, as únicas fontes de luz eram alguns postes que ficavam sobre minha cabeça

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Chego cansada depois de uma viagem de Liyue até Mondstad, ando pelas ruas com pouca iluminação, as únicas fontes de luz eram alguns postes que ficavam sobre minha cabeça. Não tinha onde dormir, não tinha o que fazer, não tinha para onde ir.

Andei mais um pouco e avistei um bar. Bem, eu não sei o que realmente vim fazer aqui. O pobre fudido do meu pai me mandou para cá sem ao menos me dar explicações. "Você vai encontrar seu caminho..." sei lá o quê, sei lá o quê, não compreendo uma palavra do que aquele homem fala.

Entrei no bar, não tinha nada a perder, afinal. Ao adentrar o local, sentei em um banco em frente ao balcão e fui recebida calorosamente por uma mulher.

- Nunca te vi por aqui, suponho que seja uma aventureira. - Disse, com um largo sorriso no rosto, enquanto secava um brilhante copo de vidro, com delicadeza.
- Podemos dizer que sim. Sou de Liyue.
- Então, vai beber o que? Seu paladar deve ser muito sensível. Ouvi dizer que o povo de Liyue não era muito de bebida.
- Está certo em partes. - Ri. - Me dá algo bem suave. - Concluí, logo a mulher foi buscar a bebida e deixou o copo em cima do balcão.

Tomei tudo em um gole só. Depois do nosso pequeno diálogo, tive tempo de reparar o homem ao meu lado. Ele estava caído, dormindo como um bebê.
Foi então que percebi;

- Venti? O amigo do pai?
- Ele sempre fica aí.
- Como ele consegue dormir com todo esse barulho? - Perguntei, realmente curiosa.
- Eis aí uma questão sem resposta. - Nós duas demos uma gargalhada.

Logo o homem abriu os olhos.

- Ei! S/n, quanto tempo. Senti saudades. - Disse, suavemente. Dos amigos do meu pai, Venti era de quem eu era mais próxima. Ele sempre brincava comigo quando pequena, diria que ele foi o amigo que eu nunca tive.
- Mais uma, por favor! - Disse, debruçado sobre o balcão.

A atendente olhou para mim. Ela deve ter achado que eu e ele somos próximos, pelo visto. Foi o jeito que eu falei?

Venti tombou, pegando no sono novamente.

- Ele vem todos os dias, sempre dorme aí. Ele nunca saí, se não o expulsando.
- Hm. - Olhei para ele.
- Achei que fossem próximos, porém ele sempre vem sozinho.
- Sozinho? - Perguntei a mim mesma.

Antes que o azulado pudesse levantar para pedir mais uma rodada, interrompo.

- Vamos pra casa, Venti. - Me levantei e estendi a mão para ele.
- Claro! Ehe! - Ele levantou bruscamente, quase caindo, por sorte o segurei antes que seu rostinho beijasse o chão.

Saímos pra fora. Venti se apoiava em meu ombro, enquanto eu segura seu braço.

- Você cresceu bastante desde a última vez que te vi.
- Com certeza. - Parei por um segundo. - Onde é sua casa?
- Eu não tenho casa. - Disse, com um sorriso no rosto.

"Cara.", pensei.

Caminhei até fora da cidade, atravessando a ponte e andando mais um pouco até encostar em uma árvore, me sentando, com a cabeça de Venti em meu colo. O bardo não parava de cantarolar, foi assim o percurso inteiro.

- Vamos dormir aqui hoje.
- Ótimo, hoje vou ter companhia! - Sorriu, logo depois se calando e olhando para o céu estrelado.
- O que foi? - Estranhei.
- É só... eu sinto falta de gente. - Ele sorriu, como sempre fazia. - Não vá embora. - Ele ajustou um fio de cabelo que caiu em meu rosto. Pela primeira vez em tanto tempo, ao olhar em seus olhos verdes, pude enxergar um poço de solidão e melancolia em seus olhos.

Para falar a verdade, nunca pensei pelo que ele, meu pai e seus amigos já passaram. Já ouvi muitas histórias, claro. Convivi com eles a minha vida inteira e nunca pensei nisso. Como será que ele era antes da guerra? Tenho certeza que esses olhos já viram muita coisa. Talvez eu só seja um pouco arrogante demais por estar percebendo isso só agora.

- Você cuidou de mim quando eu era menor, meu pai se aborreceria se eu deixasse seu amigo só, embriagado desse jeito. - Tentei falar de uma maneira que disfarssace meus verdadeiros sentimentos naquele momento.

Passei anos longe dele, mas é como se esse tempo separados nunca tivesse existido.

- Dorme, vou ficar aqui.
- Tá certo.

Então o bardo fechou os olhos. Quando eu estava prestes a me entregar ao sono, ele disse.

- Você pode cantar pra mim? - Me assustei, olhei sem graça pra ele. - Tá bom, tá bom, já entendi. Desculpa. - Então ele fechou os olhos novamente.

Ele não sossega? Bem, se for para fazer ele dormir logo, acho que não tem problema.

Respirei fundo e comecei a cantar uma melodia calma e suave. Um tempo passou e pude ver uma expressão de paz no rosto do homem. À quantas noites ele não dormia em paz?

Não demorou muito e adormeci também.

Amanheceu, acordei com o barulho de pássaros a cantarem. Se não me engano, vi uma laguinho aqui perto, vai ser bem útil para lavar o rosto.
Quando fui tentar levantar, uma mão segurou meu pulso.

- Fica comigo. - Pude ouvir a voz ainda sonolenta de Venti.

Pensei um pouco e me sentei novamente.

- Não vou te deixar.

𝑹𝒆𝒗𝒆𝒓𝒊𝒆 | Genshin impact imaginesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora