4 - Folhas de Chá

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- Hoje vamos começar a estudar os Esqueletos Reanimados.

O professor Morgan explicou para a turma na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

O professor Hidward Morgan, era uma pessoa que odiava qualquer tipo de perda de tempo, em suas aulas, sempre começava com uma breve introdução sobre o assunto e já passava para a parte prática. Ex auror do Ministério da Magia, foi obrigado a se aposentar depois da Batalha de Hogwarts, na Segunda Guerra Bruxa, quando sua perna foi dilacerada por uma maldição explosiva, agora ele usa uma prótese no lugar, após o ocorrido, aceitou o cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Com seu cabelo preto sempre perfeitamente penteado, as vestes pretas e vermelho sangue impecáveis, e os olhos de um vermelho vibrante, faziam todos especularem que ele era um vampiro, fato que nunca foi confirmado, mas também nunca foi negado pelo professor. independente de qual fosse a verdade, a única coisa que Kaleb sabia, era que ele era assustador.

Por isso sempre escolheu se sentar no fundo da sala, mas assim como a professora Kloon e o professor Flitwick, o professor Morgan resolveu colocá-lo para se sentar ao lado de Foster, que se sentava na primeira mesa próximo a janela.

Se levantando de sua cadeira, o professor se apoiava em sua varinha, magicamente aumentada para servir como bengala.

- Ao contrário dos esqueletos encantados que a professora McGonagall usou para entrete-los no halloween, esses esqueletos são reanimados com necromancia das trevas, e são extremamente perigosos. - O prof. Morgan explicava enquanto andava entre as mesas dos alunos. - Normalmente feitiços ofensivos são realmente eficazes contra eles, basta que fiquem desmontados, mas a maneira derradeira de colocar um fim neles, assim como os inferi, é o fogo. Agora abram na página quatrocentos e vinte, vamos entender melhor essa arte das trevas.

Kaleb não era necessariamente ruim na matéria, ele até que era mediano, se não precisasse fazer um feitiço, ele se saia bem, a verdade era que ele tinha pouco interesse na matéria e o prof. Morgan o assustava pra valer.

Enquanto o professor explicava as principais diferenças de um esqueleto reanimado e um esqueleto encantado, Kaleb notou que Foster tomava nota de quase todo, em uma escrita rápida, a caligrafia do corvino era fina e redonda, até um pouco delicada.

- Você não deveria estar prestando atenção na aula? - Foster sussurrou, ele tinha notado que Kaleb o observava.

- Eu não gosto dessa aula. - Kaleb sussurrou de volta.

- Você gostando ou não, Borg, isso é importante. - Foster dirigiu a Kaleb seu olhar gélido e incisivo. - O que você vai fazer se encontrar um esqueleto desse?

- Fugir, sou péssimo lançando feitiços.

- Por isso me pediram para te ajudar, então é melhor você começar a prestar atenção.

- Sr. Borg, Sr. Veracruz. - O prof. Morgan chamou os dois alunos, que levantaram a cabeça. - Imagino que o que vocês estejam falando seja mais importante que a minha aula.

- Não senhor. - Respondeu Foster.

- Então Sr. Veracruz, sabe me dizer uma característica reconhecível de um esqueleto reanimado?

- Esqueletos reanimados possuem um brilho esverdeado nas cavidades oculares.

- Certo, Sr. Borg, pode me dizer diferença entre um esqueleto reanimado e um esqueleto encantado?

- Er... - Kaleb olhou para Foster que fez um leve aceno com a cabeça, encorajando o garoto a responder, Kaleb voltou a olhar para o professor. - Er... um esqueleto reanimado é enfeitiçado com necromancia, enquanto um encantado é animado por um feitiço como o Piertotum Locomoto.

O professor Morgan emcarou os dois meninos, antes de deixar escapar um leve sorriso.

- Que bom que vocês sabem a matéria, então parem de atrapalhar aqueles que não sabem, na próxima aula, vocês serão os primeiros a domonstrar a defesa correta para a turma.

O professor Morgan voltou a explicar a matéria para a turma e as formas de defesa contra os esqueletos. Kaleb olhou para Foster que tinha voltado a fazer suas anotações, sentindo uma pontada de nervosismo em seu peito, ele teria que se defender de um esqueleto na próxima aula.

Enquanto estava perdido em seus pensamentos, Foster passou um pedaço de pergaminho para o lufano.

"Depois da aula, vamos treinar aqui."

Kaleb leu o bilhete e olhou para Foster, mas ele estava focado no professor.

Quando a aula terminou, Foster e Kaleb se separaram, enquanto Foster seguiu para a aula de Runas Antigas, Kaleb seguiu para a aula de Adivinhação, Pérola esperou por ele do lado de fora.

- Agora você vai se sentar com o Veracruz em todas as aulas? - Perguntou Pérola enquanto seguiram pelo corredor.

- Não, só na aula de transfiguração, feitiços e aparentemente defesa contra as artes das trevas.

- Que chatice, a gente não pode mais sentar juntos.

- Achei que você achasse a Sally legal. - Comentou Kaleb.

- Eu acho, mas é que aquele garoto me deixa desconfortável, o irmão dele, Joseph vive dizendo que ele é estranho e que não é normal.

- Per, eu não acho ele estranho, ele só é tímido e não sabe como socializar. - Kaleb defendeu Foster sem saber muito bem o motivo.

- Se você está dizendo.

Chegando na sala de Adivinhação, a porta do alçapão já estava aberta e a escada fina já estava baixada, Kaleb subiu primeiro, com Pérola logo atrás. A sala estava quente e abafada, como sempre, com o forte cheiro de incenso de mirra extremamente enjoativo, e a professora Trelawney, estava sentada em sua poltrona surrada no meio da sala.

- Boa tarde, queridos, sentem-se, hoje vamos iniciar outro ciclo de aprendizado.

A professora Trelawney ensinou aos alunos a arte da tasseomancia, ou a arte de prever o futuro lendo as folhas de chá. Quando chegou a vez de Pérola ler as folhas de chá de Kaleb, ela abriu a enciclopédia de símbolos.

- Interessante. - Ela disse intrigada.

- O que você vê minha querida? - Perguntou a profa. Trelawney se aproximando da mesa dos dois.

- Kaleb parece ter algum tipo de felino, parece ser grande, mas não sei identificar.

- Deixe-me ver.

A professora pegou a xícara das mãos da garota, ajustando os óculos com as lentes extremamente grossas, ela parecia pensativa.

- Parece a figura de um leopardo, criaturas solitárias, habitantes da noite, da escuridão, receio que isso seja um mal agouro, meu caro. - Falou a professora Trelawney em um tom fúnebre. - Pressinto que haverá muita solidão e escuridão no seu caminho, Sr. Borg.

Kaleb estava confuso com a previsão das folgas de chá, como é que ele estava predestinado a ter solidão e escuridão em seu futuro?

A Nossa MagiaWhere stories live. Discover now