QIN SHI HUANG 秦始皇

02

"Aquele que nunca duvida, nunca cede, nunca confia e sempre permanece como o líder de seu povo.
Isso é o que faz um rei."

China imperial;
Dinastia Qin (221 A.C. - 206 A.C.).

Primeiro imperador;
Rei de Qin.

Local: Templo desconhecido do mapa chinês.

     

FORAM TRÊS DIAS DE VIAGEM. No terceiro dia, a floresta de bambu deu um lugar a uma trilha de madeira ainda em construção. Era bom ver uma obra sólida novamente sob os pés. Depois de muito tempo em um cavalo, Qin finalmente pode descer de seu grande animal.

A jovem mulher que carregava em seu fiel escoteiro de luta, permanecia desacordada. Qin pode até ter aproveitado seu tempo perdido na natureza, vagando pela floresta e montanha, sozinho e longe do contato humano, mas era diferente ao ter uma mulher desconhecida consigo.

Qin havia partido primeiro que seu exército, o mesmo sempre gostava de ter seu momento de paz. A vista era maravilhosa, Qin pode respirar o ar limpo antes de subir em Paz — Nome do cavalo —.

O vale do Sol se estendia. As colinas subiam altas e largas, elevando-se em montanhas de ambos os lados do vale. Lá, onde era mais baixo, Qin podia ver árvores verdes, campos pontilhados de cores, homens e mulheres trabalhando neles e um lago  que brilhava com a luz do meio-dia.

Qin havia chegado em seu templo.

O barulho de água invadiu o local, o refrescante aroma de lavanda era tentador. A jovem mulher acordou de seu pequeno coma, estava totalmente nua tendo seu corpo tocado por uma velha senhora que o lavava. Com o susto, acabou se afogando no grande lago de piso que tinha no banheiro.

— Senhorita! Se acalme. — A mais velha à puxou pelos braços.

Com força colocou a jovem sentada no degrau, pegou um grande escovão e passo a esfregar nas costas da mesma. Ardia sua pele de tanto que esfregava, porém a mulher, não soltava um único gemido de dor.

Um balde de água foi jogado em suas costas que pareciam estar em carne viva, um líquido viscoso foi despejado no cabelo da jovem, que passou a ser massageado com força. A senhora parecia estar com raiva por conta de sua força, porém, ela possuía apenas mãos pesadas por conta do trabalho intenso que teve na infância.

Outro balde foi jogado, a senhora se levantou e pegou uma longa toalha de seda. Arrastou para fora da água, a enrolando na toalha e segurando sua cintura. A jovem não tinha forças para se manter em pé, fazia semanas que não colocava uma única gota de água em sua boca.

A grande porta de madeira foi aberta, duas concubinas seguraram a mesma pelos braços e a levaram para um longo corredor, andavam como se corressem, eram de extrema rapidez.

A locação a deixava enjoada, não se lembrava de ver tanto luxo em sua vida miserável. Outra porta foi aberta, havia um enorme quarto com uma cama de casal com fronhas novas de cetim rosas, uma penteadeira de madeira cheia de vestidos tradicionais e quimonos femininos com detalhes florais — dignos de uma imperatriz —.

— Levante os braços, por favor. — MeiMei sussurrou com vergonha.

A jovem levantou enfraquecida, uma cinta tradicional foi vista e amarrada com força, um longo vestido azul claro foi colocado e por cima um quimono branco. Seus cabelos foram trançados nas pontas e presos em um coque com flores de camélia.
Pó de arroz foram batidos em suas bochechas, um pincel pintou seus lábios secos com batom vermelho.

— Qual seu nome, senhorita? — a concubina mais nova perguntou.

— Kyara.

— Muito bonito, senhorita.

— Obrigada. — Kyara sorriu fraco.

— Realmente, é bastante bonito. — Uma voz masculina afirmou na porta do quarto.