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Mattheo
Que merda eu fiz porra. Não posso me aproximar dela tanto assim, não posso. Foda se. Pelo menos algo eu descobri, já posso me livrar desse castigo de merda.

Cheguei no dormitório tentando não fazer barulho, mas Tom acendeu a luz de seu abajur assim que entrei.

- Onde estava ?

- Fui tomar um ar.

- Se te pegarem de novo fora do dormitório você está ferrado cara. Toma cuidado por favor.

- O que foi em ? Não sabia que tinha ganhado uma babá.

Tom me olhou furioso, e eu apenas dei de ombros tirando minha camisa e deitando em minha cama.

- Ela não está tão próxima do pai e não parece ter algum poder especial ou sei la.

- Como sabe disso ? Porra, você se encontrou com ela ?

- Precisava descobrir algo não é ? Fale para ele. Me recuso pisar naquele muquifo de novo.

- Não sei se ele vai aceitar só isso.

- Foda se. Nós somos filhos dele Tom, não escravos.

- É isso, ou morremos. Você que escolhe.

- Que tipo de pai faz isso ? E não tenho nada a perder mesmo. Minha vida sempre foi um lixo, graças a ele.

Tom respirou fundo e apagou seu abajur se ajeitando novamente na cama.

- Tente descobrir mais alguma coisa e faça isso por mim, não por ele. E por favor, não se aproxime tanto dela. Ela não pode se tornar mais uma da suas obsessões.

Talvez seja tarde demais para essa última parte, desculpa irmão. Desde da primeira vez que vi Ivy, algo nela me chamou atenção. Talvez seja a coragem ou o jeito que ela anda por ai cheia de marra, mas eu sei que no fundo ela esconde um coração lindo, cheio de bondade. Droga, eu não podia estar vendo ela desse jeito. Eu tenho um problema de criar uma leve obsessão por garotas que chamam minha atenção. É difícil alguém realmente ter toda minha atenção, então quando isso acontece, eu faço qualquer coisa para a pessoa ser minha. Da última vez isso não acabou bem, então entendo a preocupação de Tom.

Depois desse acordo de merda que eu e Tom fizemos com nosso pai, Ivy começou a se tornar muito mais interessante para mim. Ela tem coisas escondidas dentro de si que nem imagina. Minha obrigação é descobrir isso, e se algo for interessante, preciso contar ao meu pai. Não sabemos qual é o interesse dele por ela, Tom acha que tem alguma coisa a ver com Aurora Slytherin, mãe de Ivy, que morreu por circunstâncias surpeitas a alguns anos atrás. Ele apenas disse o que devemos fazer, e se não fizermos vamos morrer da maneira mais horrível que existe. Isso também é um jeito de provar nossa lealdade a ele. Mas porra, eu só não quero morrer, não tem nada a ver com lealdade ou alguma coisa assim.

Meus olhos começaram a pesar e finalmente consegui dormir entrando em um sono profundo.

Abri os olhos vendo que já era de manhã. Me apoiei nos cotovelos observando o quarto e Tom já não estava mais aqui. Me levantei e fui direto para o chuveiro para tomar um banho quente.

Terminei de me arrumar e sai do dormitório descendo as escadas até a sala. Assim que cheguei, vi Ivy com seus dois amigos sentados no sofá. Nott e Malfoy. Os dois babacas que andam atrás dela igual cachorrinhos. Os três me olharam quando passei por eles, mas meu olhar se prendeu no de Ivy, que estava com o semblante sério e parecia estar com tanta raiva. Desviei o olhar no mesmo instante, ignorando a presença dos três ali e sai da comunal.

Estava tomando meu café sentado de frente para Tom que fazia o mesmo. Olhei algumas vezes para o final da grande mesa, que era onde Ivy estava com seus amigos, mas ela não fez o mesmo em momento algum, era nítido que estava ignorando minha existência depois do ocorrido de ontem.

Slytherin | Mattheo Riddle Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz