One Minute Man

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O sol começava a se pôr ao oeste, tingindo o céu com um tom rosado incomum que iluminava uma das principais avenidas do centro de Los Angeles

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O sol começava a se pôr ao oeste, tingindo o céu com um tom rosado incomum que iluminava uma das principais avenidas do centro de Los Angeles. A cena chamou a atenção dos pedestres e moradores da região, que, fascinados, capturavam cada ângulo com suas câmeras e celulares.

O barulho das buzinas dos automóveis dominava a avenida, indicando que o horário de pico se aproximava. Em meio ao trânsito, um veículo branco parou no meio da pista para admirar o pôr do sol, provocando a irritação de um motorista em um carro cinza logo atrás. Com o rosto marcado pela impaciência, o homem gritou para que o carro à frente saísse do caminho, deixando claro que ele não compartilhava o mesmo fascínio pelo céu.

As lojas ao longo da avenida estavam mais movimentadas que o normal, as portas se abrindo e fechando com frequência enquanto novos clientes eram atraídos pelo movimento. Os vendedores, estrategicamente posicionados nas entradas, faziam uso de sua habilidade em persuadir e cativar, convidando as pessoas a explorarem os produtos em exposição.

Dentro de uma dessas lojas, Zayn Malik finalizava cuidadosamente a preparação de um cappuccino. Ele colocou uma cereja no topo da espuma, limpando as bordas da xícara para garantir que a bebida tivesse a melhor apresentação possível. Com passos firmes, mas atentos, ele fez o percurso do balcão até a mesa vinte e quatro, onde o cliente aguardava.

— Como está a leitura, Sra. Moreau?

Os óculos de leitura escorregaram pelo nariz pontudo da senhorinha, que baixou o livro com uma expressão irritada, lançando um olhar cortante ao sorridente rapaz à sua frente.

— Você acabou de me interromper, moleque atrevido. — A voz dela saiu mais áspera do que o habitual, carregada de uma impaciência que parecia crescer a cada dia.

Zayn manteve o sorriso no rosto, mesmo sabendo que, com o avançar da idade e o agravamento da doença de Alzheimer, Amélie Moreau se transformara em uma mulher ainda mais amarga e difícil de lidar, quase sempre mergulhada em silêncio ou em respostas secas.

Todos os dias, quase religiosamente, Amélie aparecia no café ao final da tarde. Ela se dirigia à mesma mesa, a qual já havia se tornado uma extensão de sua rotina diária. Vestida em seu cardigan vermelho, que parecia ser seu favorito, ela se acomodava na cadeira de maneira quase mecânica. Sempre com o mesmo livro nas mãos, um volume que ela relia incessantemente há três anos, como se a história nele contida oferecesse algum tipo de conforto ou familiaridade em meio à confusão crescente de sua mente. Enquanto lia, Amélie saboreava uma xícara de cappuccino, sempre pedindo uma dose dupla de espuma, uma preferência que nunca mudava, como se fosse uma das poucas coisas sobre as quais ainda tinha controle. Essa bebida era sua única companhia constante, um ritual que se repetia dia após dia, no mesmo horário, na mesma mesa, no mesmo café.

— Se a senhora precisar de alguma coisa, estarei no balcão — disse Zayn, mantendo um tom respeitoso, mas com uma leve tensão em sua voz, ciente de que qualquer palavra a mais poderia desencadear outro comentário mordaz.

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