Capítulo 08

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Antônio

Nunca me senti como estava me sentindo naquela noite. Uma sensação estranha tomava conta de mim.

Me arrumei e pela primeira vez desde que fui lesionado, estava animado pra algo. Tudo isso por culpa de uma certa doutora.

Decidi ir pela casa do Fred, motivo? Não tenho nenhum. Mas fui.

"Tô chegando aí, libera minha entrada." - Enviei uma mensagem no momento em que estava chegando já me preparando para o bullying que eu iria sofrer.

"Tá bom, cunhadão!"

"Vai se fuder"

-Ta garotão em! -Disse abrindo a porta com um sorriso sacana no rosto.

-Gostou? Gostou?

-Gostei, cara. A Amanda vai adorar também, se é isso que te importa.

-Você tá viajando, véi.

-Então tá né!

Acho que ele entendeu que não é nada que ele tá pensando. Ou decidiu se calar por alguns minutos.

Ficamos na sala conversando sobre coisas aleatórias, enquanto as meninas terminavam de se arrumar.

Era impossível não olhar pra ela com outros olhos.

Ela é extremamente linda e atraente. Mas preciso lutar contra esse desejo absurdo e entender que seremos somente amigos.

Assim é melhor para os dois.

-Você vai ficar só aí? -Se aproximou sorrindo.

-Não sou muito bom com danças. Prefiro ficar de longe só apreciando vocês.

-Ah, nem vem. Vai dançar sim. Vem comigo!

Suas mãos apertaram meu braço e me puxaram até a pista de dança.

A vibe dela chegava a ser surreal, me fazendo um bem a beça. Era logo que eu nunca tinha sentido antes.

Nos divertíamos na pista de dança, como se nos conhecêssemos a anos. Era uma intimidade e uma conexão surreal.

Passamos algumas horas dançando e conversando bastante na pista de dança. Mesmo com o som alto, não pedíamos a oportunidade de conversar sobre nossas vidas.

-Tá com sono?

-Não. To com fome.

-Vem. Vou te levar pra um lugar legal daqui. -Peguei na sua mão e a levei para o outro lado da balada onde estávamos.

-Eu vou matar a Larissa. -Falou irritada olhando para o telefone.

-Tá tudo bem?

-Seus amigos que decidiram ir embora e me deixar aqui. Que ódio desses dois.

-Se acalma mulher! Eu passo lá e te deixo.

-Nem pensar. Não quero incomodar. -Teimosa como sempre.

-Não é incômodo algum. Vamos, te levo lá.

Mesmo contra sua vontade, ela acabou aceitando.

O caminho de volta não foi muito diferente, estávamos na mesma sintonia. Mediante a conversas, risadas e confidências.

-Acho que os dois dormiram e esqueceram de você.

Comentei ao perceber que os dois não a atendia, para que sua entrada pudesse ser liberada.

-Eu vou matar os dois. Pior que a chave da minha casa tá dentro do apartamento deles.

Sua expressão não negava o quanto ela estava chateada e preocupada com toda aquela situação.

-Voce dorme lá em casa, não tem problema.

-Claro que não. Eu vou procurar algum hotel aqui perto que eu possa passar essa noite, é o jeito.

-Nem pensar. Você dorme na minha casa. Ela é pequena, mas cabe nós dois.

-Meu primeiro dia sendo sua funcionária e eu vou dormir na sua casa? É ser muito folgada mesmo.

Falava com seu jeito de transformar tudo em algo mais leve.

-Você é minha funcionária lá dentro. Aqui, você é só uma amiga e amigos servem pra salvar a gente. Vem!

- A Larisse e o Fred servem pra abandonar mesmo.

Gargalhei da sua indignação enquanto caminhávamos até o carro.

-Caralho, esqueci de um pequeno detalhe. -Disse assim que chegamos em meu apartamento.

-Sua namorada não vai gostar de me ver aqui né? Tudo bem! Eu me viro já disse. -Falava de maneira apressada.

-Não, não! Se acalma, garota. Eu nem tenho namorada. -Falei segurando seu braço. -É que aqui só tem dois quartos e um dele tá com o ar-condicionado queimado, você vai ter que dormir no meu.

-Eu durmo até na sala, não tem problemas.

-Claro que não. Dorme lá no quarto comigo, pô!

-Não. Aí já é incômodo demais, eu me viro aqui mesmo.

-Nunca na minha vida, que eu vou deixar a pessoa que vai cuidar do meu joelho nos próximos dias dormir na sala. Vem!

Se dando por vencida ela subiu comigo até o quarto.

-Toma. Acho que vai ficar um vestido em você. Melhor do que dormir com essa roupa apertada.

-Obrigada! Você tá sendo um anjo pra mim, nem sei como agradecer.

-Me agradeça devolvendo o meu joelho a tempo da luta.

-Pode deixar. -Saiu indo em direção ao banheiro.

Enquanto ela não voltava, peguei o celular e fui conferir as redes sociais. Me deparei com uma matéria que me destruir.

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Nocaute -DocShoes Where stories live. Discover now