2- Medos e esperanças

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Pov Letícia

Geumho-dong, Yongsan-gu, Seul -22:00

— Não sei por que está tão desesperada... — Jimin dizia pela milésima vez enquanto surrupiava um gole do meu vinho tinto. Nada, absolutamente nada acalmava minha mente... Ele sabia.

— Minie, era segredo!!

— Que porra de segredo Netiça? EU faço pole. Já pensou se isso vaza? —Ingere outro gole frisando o pedido sobre ninguém saber que Park Jimin fazia pole dance... Imagina o inferno que seria na mídia desse país preconceituoso.

— Hhmmmrrrr. − Grunhi afundando o rosto na almofada.

— Aaaahhahahaha o problema não é a empresa saber, não é? Querida, se abre, só tem eu aqui. — A mão direita repousava em minha perna num carinho sutil enquanto sorvia mais um gole. Eu queria um terço dessa calma.

— Me abrir? Ó Deus! Aí Minie! — Meu tom mais sofrido do que eu gostaria...—Você não segura a porra da língua na boca! Ele não podia saber! Era nosso trato, ou você se esqueceu?

— Eu nem me dei conta.... Mas sabe...Você poderia estar... Sei lá... Fodendo loucamente na ilha da cozinha enquanto ele segura seu pescoço e crava os dedos na sua cinturinha... Já viu o tamanho das mãos dele? — A ênfase no "crava" me fez tirar o rosto da almofada confusa com a mudança brusca de assunto.

— Que porra você anda lendo, garoto? — Digo assustada já que compartilhávamos livros.

— Os mesmos que você, querida... Ah! Falando em livros, me ensina lap dance? — O tom zombeteiro foi embora e veio um tão sério que me fez voltar a realidade. Os olhos miúdos sendo arregalados próximos demais ao meu rosto, as sobrancelhas erguendo vez ou outra.

— Lap? Para que você quer aprender lap, Jimin?! —A feição antes quase angelical dando lugar a algo diabolicamente sexy me fazendo enfim entender a razão de seu pedido. — Deixa o coitado do Jungkook em paz! Você ainda vai fazer o garoto ter um ataque do coração! — Visualizei naquele que virou quase um irmão, gêmeos, como ele sempre dizia.

— Ele gosta, menina! — Disse dando um tapinha em meu braço. —Vai me ensinar ou não? Aí, quer saber? Deixa para a próxima, já são 22:30 e eu preciso dormir se quiser chegar inteiro amanhã. —Esvaziou a taça, levantou devagar se espreguiçando ruidosamente e pegou a bolsa no chão da sala onde tinha deixado mais cedo. − Até amanhã, Lelê.

—Cuidado no volante, maluco, e me avisa quando chegar por favor, Minie. − Finalmente estiquei as penas no sofá enquanto via Batman se agitar até a porta.

Ouvi Jimin se despedir do meu vigilante com a vozinha típica que usava com algo fofo, o barulho da porta batendo e a tranca elétrica ativando.


Já era tarde e meu corpo não dava descanso, um banho quente não aliviaria em nada, e mesmo negando, sei do que meu corpo precisa.


Pov Namjoon

Hannam-dong, Seul, 24 de agosto, 2:30

O sol brilhava diferente do normal, quase como se eu estivesse chapado. O aroma salgado, e não era apenas suor, entrava com força em meus pulmões somado a sensação surreal de paz. Como se eu estivesse onde realmente deveria estar.

O azul do mar era infinito, lindo e as ondas quebravam diante meu corpo e depois perto da areia branquinha. Eu estava diante de um paraíso e nem sabia que lugar era aquele.

Consegui discernir caminhando pela areia uma mulher, os passos lentos, a sombra do chapéu grande bloqueando a visão de seu rosto e o vestido fino tampando boa parte de seu corpo. Retribui o aceno mesmo que por educação ainda que minha mente pedisse por ter a desconhecida mais perto, muito mais perto. Então mergulhei, nadando em direção à praia, em direção à aquela mulher.

Sob controleWhere stories live. Discover now