Uma pessoa que convenceria o Kim a estar em meio a uma competição sem regras conhecidas logo no caminho de Yoongi, como se fosse um aviso.

— Perdeu a língua, Kim? — insistiu. Não tinha paciência para lidar com o assustado Namjoon, muito menos com os cadarços da sua bolsa, fechando-a com um laço mal-feito depois de conferir tudo o que tinha. — Nós não temos tempo.

— O-o que é isso aqui, afinal? — Namjoon respondeu com outra pergunta. — Digo, esse lugar?

— Uma competição. Pode encarar como um jogo meio realista, um reality sem câmeras ou uma piada de mau gosto com quem quer mudar de vida — definiu da melhor maneira que pôde, mesmo que até para ele fosse incerto do que se tratava. Para Yoongi, bastava saber o prêmio que ganharia ao final.

Sua tão almejada liberdade e autenticidade de fazer o que quisesse e como quisesse.

Depois que o mundo dissolveu suas fronteiras e governos, tudo passou a se concentrar em grandes núcleos, onde diferentes povos começaram a dividir idiomas, culturas e costumes, formando novas populações muito mais diversificadas e ricas.

Não que as coisas tenham se tornado flores. Antigos hábitos permaneceram por muito tempo e era possível ainda ver certas divisões que passavam meio despercebidas pela maioria. A tecnologia deu grandes passos à frente, mas a mentalidade das pessoas continuava paralisada em algum passado difícil de mudar.

Isso dificultou muito que uma verdadeira evolução ocorresse, então era esperado que uma grande parte das pessoas continuassem tendo uma vida frustrante e sem muitas regalias.

E como pessoas desesperadas tendem a aceitar qualquer condição para terem algo melhor, viram ali a oportunidade de incitar um dos instintos mais primitivos do seres humanos, o competitivo.

Cargos importantes haviam deixado de ser considerados um posto hereditário ou mesmo uma escolha pela maioria. Muitos acreditavam ser uma maneira de não cometerem injustiças e fraudes como aconteceu em monarquias e governos democráticos.

Dessa forma, foi estabelecida uma competição para definir quem ocuparia o cargo. Sem auxílio externo ou transmissões que pudessem criar favoritismo por um dos candidatos.

Qualquer um poderia participar, independente de suas origens, crenças ou cargos. Ali todos seriam tratados como iguais, meros humanos sedentos por um poder supremo, o maior posto que qualquer pessoa poderia ocupar.

O grande problema era que não havia explicações claras sobre como a competição funcionava até que estivessem participando. O único objetivo conhecido por todos era de que o primeiro que alcançasse o Salão do Mundo seria eleito o rei por merecimento.

— Ainda não me disse o porquê de estar aqui. Você não parece alguém que colocaria a vida em risco para tentar um cargo tão difícil — Yoongi alfinetou. Seus passos pesados até a entrada fizeram Namjoon se encolher, quase tentando se fundir a parede da caverna.

A vista do exterior assemelhava-se a de uma floresta comum e intocada por mãos humanas, porém não existiam sons familiares presentes na natureza, apenas um silêncio profundo e incômodo. O ambiente estranho causava ainda mais inquietação em Yoongi.

Observando o Min examinar o perímetro, Namjoon sentiu um tremor nos lábios ao tentar explicar, mas, antes que alguma resposta fosse proferida, um som poderoso ecoou, preenchendo aquele silêncio.

O soar das trombetas, no entanto, não tranquilizou Yoongi, que colocou a mochila nas costas e foi depressa até Namjoon para segurar em seu pulso e poder puxá-lo de sua posição encolhida.

— Nosso tempo acabou. Vamos!

Não era tão difícil para Yoongi levar o outro homem, mesmo com a diferença de tamanhos. Ele tinha adquirido certa força desde que abandonou seu pequeno e simples apartamento, já que o cargo de rei do mundo não exigia apenas um cérebro inteligente, uma boa lábia e ser estrategista, como também forçava seus concorrentes a tornarem-se fortes em todos os sentidos.

O Rei do Mundo | YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora