Capítulo 5

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Acordei com os sons das gaivotas voando pelo céu por cima do mar. Afastei a cortina, me considerando a própria cinderela.- ela e a Bela adormecida são as minhas princesas favoritas, pois sempre achei elas parecidas comigo.- no momento em que um pequeno passarinho pousou na beirada da janela. Sorri o vendo voar pela imensidão azul afora. Me espreguicei bocejando e me levantei esfregando as mãos nos olhos com a cara amarrotada de sono seguindo para o banheiro.

Escovei meus dentes, penteei os cabelos prendendo-os em um rabo pra cima, retornei e apanhei um vestido rosa florido do guarda-roupa e calcei uma rasteirinha branca com uma tira no meio de pedrinhas douradas.

Meu estômago roncou, despertando a fome que aumentava dentro de mim. Cheguei na cozinha e encontrei a vovó já de pé com- literalmente- a mão na massa, o que não era nenhuma novidade pra mim.

- Bom dia vovozinha- depositei um beijo em sua bochecha.

- Bom dia minha flor. Você acordou cedo hein, achei que fosse dormir até mais tarde depois da noite de ontem.

- Que dormir que nada. O dia tá lindo demais hoje pra ficar dormindo, eu quero mais é aproveitar esse sol maravilhoso- me animo com o dia calorento lá fora.

- Olha você não é normal- estreita os olhos- As meninas da sua idade geralmente não costumam acordar tão cedo, e você ai, acessa e com a maior animação- põem a mão na minha testa medindo minha temperatura.

- E com muita fome também- esfreguei a mão na barriga- Além do mais eu já me acostumei a acordar cedo, não me importo- dou de ombros.

Acordar cedo sempre fez parte da minha rotina. Minhas aulas no colégio eram de manhã, meus curso de teatro e ballet também. Sem contar que papai e mamãe acordam cedo pra trabalhar e eu tinha mania de despertar junto com eles pra me despedir e ficar com minha babá. Adorava ver eles saindo pra trabalhar os admirando parada na porta da sala de estar junto de Kyoko, minha babá coreana. Bom... Ela era uma coreana que mal sabia pronunciar uma palavra em inglês, e era divertido vê-la maluca tentando falar nosso idioma. Mas com o tempo ela aprendeu, e eu gostava dela assim. Às vezes sinto saudade. Há tanto tempo que não nos vemos

- É verdade você sempre gostou de acorda cedo- confirma dando um sorriso de leve- Lembro de quando era criança e vinha pra cá, acordava todo dia comigo as quatro e meia da manhã pra fazer almoço pro seu avô levar pro trabalho, e ficava o dia toda na maior agitação, e não dormia depois também não. Não sei como você aguenta.

De repente a expressão de vovó mudou e seu semblante caiu ao mesmo tempo que a faca despencou de sua mão da qual ela usava para cortar a massa em rodelas, que supostamente só poderia ser de cookies, ficando séria pensativa, mas logo despertou um sorriso novamente fixando em mim com seus olhos castanho claro como de mamãe, melancólico- Mais a noite capotava cedo também- concluiu.

- Bom, essa é a desvantagem de acordar cedo. Você acorda cedo mais dorme cedo também- constatei rolando meus olhos- Não se pode ter tudo na vida né- dou de ombros rindo.

Outra vez meu estômago roncou me lembrando de comer e vovó olhou para mim por cima de seus óculos grandes e gargalhou bem alto e em seguida me indicou a mesa repleta de waffles, pasta de amendoim e café fresquinho.

- Agora vai acabar com essa fome- ordenou daquele jeito que só as avós fazem- Não quero ninguém com o estômago vazio na minha casa dizendo que está passando fome.

Não contrariei sua ordem. Longe de mim, jamais faria uma coisa dessas, e já fui caindo de boca naquele maná delicioso.

- Como foi lá na festa do Liam ontem?- indagou de costas na pia terminado sua tarefa.

Um Amor de VerãoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora