O filho da luz -Aonung&Neteyam-

The arrival

Neteyam POV💙

Não conseguia dormir, não poderia. Saber que tudo que eu mais amava estava sendo deixado para trás, sabendo que Sitkxa não me veria outra vez, isso me deixava desolado, não conseguia parar de olhar para trás, desejando que Mìpa desse meia volta, para que eu pudesse me sentir em casa outra vez..

Eu não aguentava mais ficar sentado, já estávamos voando a cerca de dois dias e uma noite, minha coluna doía, e sentia calor por estar tão coberto, implorei à minha mãe que me deixasse tirar meu capuz, mas ele disse que não me ajudaria caso tivesse alguma ferida ou queimadura, então tive que aguentar. Mìpa reclamava em rugidos e grunhidos de cansaço, e apenas a dizia mentalmente que tudo estaria bem. Olhei para Lo'ak, ele estava quase dormindo, tive uma ideia.

Subi um pouco mais, avisando meu pai que o faria, ele sorriu me observou, pedi a Mìpa que fosse mais alto, e mais alto, e quando estava a uns dez metros de Lo'ak, a mandei mergulhar, dando um rasante em ao lado do dorminhoco, que gritou alto, se agarrando ao seu Ikran com força, quase caindo dele.

— Porra, Neteyam!!

Eu ri alto, meus pais e Kiri também, Tuk estava ocupada demais dormindo para notar, Lo'ak rosnou para mim, eu fiz o mesmo, Kiri me olhou, rindo enquanto negava com a cabeça. Finalmente, um pouco de risadas depois de tanta tristeza.

A noite estava acabando, o sol estava nascendo e se fazendo presente no céu, estava bem mais quente, estávamos sobrevoando o mar no momento. Eu olhei ao longe, bem no horizonte, uma ilha!

— Pai! Olha, uma ilha! -Apontei para o lugar, não dava para ver direito, só sabia que era uma ilha.-

— Eu vi, filho, é ali, nosso destino.

Isso nos deu pilha para voarmos mais rápido, estávamos chegando, finalmente! Depois de três dias!

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Atravessamos o conjunto de piscinas naturais onde vários Na'vi estavam pescando e nadando, sobrevoando toda a água até a ilha de fato, pai nos mandou sobrevoar a ilha antes de pousarmos, e assim fizemos, voamos em círculo para que soubessem de nossa presença. Um som alto e estrondoso, quase parecido com uma corneta tocou, talvez um som de alerta para o povo dali.

Pousamos em seguida, desfiz a ligação com Mìpa, a vendo grunhir e abaixar a cabeça, pedindo carinho. Eu deixei um beijo em sua cabeça, seguindo meu pai. Respirei fundo, tantos cheiros diferentes, o cheiro do oceano enchia meu nariz e me fazia um pouco tonto, minha causa chicoteou o ar.

Minha família saíram de seus Ikrans, Tuk automaticamente foi para trás do meu pai, segurando em sua mão, minha mãe e Kiri ficaram juntas assim como eu e Lo'ak. Notei os Na'vi que começavam a nos cercar, falavam entre cochichos e sussurros sobre nós, Lo'ak resmungou algum palavrão, olhando envolta. Eles eram enormes, eram maiores mesmo que meu pai, tinham troncos fortes e cinturas retas, seus braços e pernas eram grossos e muito musculosos, suas caudas eram achatadas e curtas, suas orelhas eram bem menores e seus olhos grandes, seus cabelos eram cacheados e crespos. Fora as tatuagens em seus corpos, os faziam serem intimidantes.

Eles não me encaravam com bom interesse, tinham dúvidas em saber quem era o Na'vi encapuzado da cabeça aos pés, não os julgava. Logo, um som alto foi ouvido, um animal grande saiu do mar, não tão grande como um Ikran, mas causava medo e estranheza entre nós. Parecia um peixe gigante, com um focinho enorme e asas estranhas, um homem saiu de cima dele dentro d'água, andando até nós, pelos seus trajes, notei que era Olo'eyktan.