— Vamos celebrar, senhoras e senhores. Hoje é um dia mais que especial.

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Foi cansativo para um caralho ficar acordada até às cinco da manhã respondendo perguntas, agradecendo elogios e dançando com velhos cheios de observações indiscretas mas nem toda a movimentação foi suficiente para me fazer relaxar e dormir.

É pouco depois das seis da manhã, os raios de sol vão surgindo aos poucos enquanto eu rolo pelo colchão.

Christian dorme tranquilamente ao meu lado, alheio a minha ansiedade. Me levanto da cama e caminho até o berço do Teddy, me abaixando para acariciar a bochecha gorducha dele.

Meu bebê suspira e chupa a chupeta com determinação, os bracinhos sutilmente envolvendo a pelúcia de coelho que Adriano trouxe para ele de Roma.

Eu queria deitar a cabeça no travesseiro e descansar finalmente — coisa que não tenho feito muito nos últimos meses — mas me sinto agitada demais para isso.

Marcelo está aqui finalmente e isso já é motivo suficiente para que eu fique um pouco mais tranquila, mas ainda não é suficiente.

Eu quero mais.

Eu preciso de mais.

Preciso descontar nele toda a raiva que senti quando ele me sequestrou.

Fazer ele sentir o medo que eu senti, provocar as mesmas dores e medos que ele me causou.

E então acabar de uma vez com a existência de merda dele.

— Sem sono, dea? — me assusto com a voz do Christian e olho sobre o ombro.

Ele me fita da cama, os cabelos bagunçados enquanto coça os olhos.

— Não consigo dormir, estou ansiosa demais. — Christian ri e dá um tapinha no colchão.

Olho uma última vez para o nosso bebê e volto para a cama, me deitando no peito quente dele. Ele me envolve num abraço apertado e beija a minha cabeça, os dedos desenhado círculos nas minhas costas.

— Ele já está aqui, Ana. Você vai poder fazer o que quiser mas para isso é essencial que você esteja relaxada e descansada.

— Não podemos ignorar isso e ir direto para a parte da tortura? Quando eu tiver a certeza de que ele está morto vou ficar mais tranquila.

— Não, dea. Primeiro algumas horas de sono, depois um café da manhã reforçado e então você pode brincar Não quero que desmaie de cansaço antes de mostrar todas as suas habilidades assassinas. Preciso saber com que tipo de mulher eu me casei.

Rio da eloquência dele e assinto, esfregando meu nariz na pele quente do meu marido.

— Tudo bem, senhor Grey. Vou tentar dormir um pouco mas não ouse começar a diversão sem mim. — ele assente com um sorriso e beija a ponta do meu nariz.

— Eu não faria isso nem em sonho, baby.

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Vejo Christian no que parece ser uma discussão acalorada com os irmãos quando chego ao terraço.

Com muita insistência por parte dele eu consegui dormir algumas horas e comi uma salada de frutas com chia e mel no brunch. Ele saiu enquanto eu estava amamentando Teddy e sumiu por boa parte do dia.

Pensei em tomar frente e acabar de vez com essa situação com o Marcelo, mas Taylor ficou no meu pé durante a ausência dele e desconfio que o Christian preveu os meus planos.

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