2.0| TakeDa

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A gola da camiseta social enforcava-me nesse exato momento.

Estava tirando as medidas do terno que eu usaria no casamento de Akiteru, mais especificamente, no casamento que acontecerá daqui a dois dias.

E apenas começaram a preparar nossas roupas nesse exato momento.

Quando eu cito a palavra atraso, eu automaticamente penso em meu irmão. Akiteru é o mestre do atraso, ele consegue se atrasar para qualquer ocasião. E em compensação, eu odeio atrasos, principalmente para comemorações importantes, porém meu irmão simplesmente não se importa com isso.

Claro, quando as coisas envolvem a mim, ele tenta ao máximo não botar esse mal costume em pratica —como em meus aniversários, por exemplo— porém, até em seu próprio casamento ele se atrasa, não sei como ele consegue viver desse jeito.

E Udai... bem, ele odeia atrasos assim como eu. Ele sempre reclama com seu noivo sobre isso, porém ele sabe que Akiteru nunca vai mudar, já que, por se conhecerem desde crianças, ele sabe muito bem que isso acontece a um bom tempo.

Quando nossa mãe morreu, Akiteru foi que mais sentiu a sua morte, e isso desencadeou vários problemas a ele —como a perda da memória recorrente, hiperfoco em filmes e etc—, porém o principal, foi a sua noção de tempo. Meu irmão simplesmente se atrasa para tudo, mantendo em sua mente a ideia de que ele ainda tem tempo, mesmo sabendo que não tem.

—oi meu bem! —uma voz conhecida e nostálgica soa em meus ouvidos, indicando que alguém veio ao meu encontro.

Takeda!

—oi tio! Quanto tempo! —desvencilho das mãos do costureiro de meu terno, fazendo-o suspirar cansado, e vou a cumprimentar meu padrinho, que deixa um beijo terno em minha testa.

—que belo você está, meu jovem... —Ukai aparece atrás dele, rodeando sua cintura com seus braços, e o dando um grande susto, recebendo um tapa na nuca por seus atos.

—vocês que estão! —sorrio a eles, que são os únicos que eu realmente me sinto feliz com— vieram fazer medidas para os ternos?

—sim! Você sabe como seu irmão é... sempre as coisas de última hora —ele bufa, coçando suas têmporas— porém tudo bem! Eu confio nos meus garotos... —ele sorri ao funcionário, que sorri em admiração de volta a ele.

Meu padrinho, Takeda, é um estilista de sucesso... ou melhor, de uma marca de grife, que carrega seu sobrenome como símbolo. Ele demorou alguns anos para conseguir gerenciar à agência da maneira que faria sucesso, porém ele conseguiu. Principalmente depois de fazer parcerias com o meu pai —já que são amigos desde a sua infância, porém ninguém sabe desse fato— em eventos de nossa família. Assim como esse, o casamento de meu irmão. Já seu esposo, Ukai, trabalhara como chefe do setor de vendas da marca TakeDa, porém, hoje em dia, ele não trabalha em nada mais, apenas segue sua vida ao lado de seu amado.

Takeda afirma que se apaixonou por ele após um dia em que Ukai o cuidou bêbado, deixando-o confortável em sua própria casa e o ajudando a ter disposição para acordar no dia seguinte. E logo após isso, meu padrinho se confessou a ele —bêbado novamente— e eles começaram a namorar. Depois se casaram, e adotaram uma criança —agora jovem-adulto— chamado Daishou, que tem a aparência de Takeda, e a personalidade de Ukai, mesmo não sendo biológicos do garoto. Isso me faz sonhar a ter uma relação igual a deles, porém é muito provável que, se não for com Yamaguchi, não será algo alegre e apaixonante, assim como a sua.

—meu bem... pode esperar lá fora um momento? Queria conversar a sós com o meu querido sobrinho!! —o menor alcança as minhas bochechas, as apertando como um senhorzinho de idade admirando seu neto. Ukai sai imediatamente do cômodo, como o grande pau mandado que é, assim como o funcionário das medidas— oh meu bem... me desculpe por trazer esse assunto agora mas... o que houve com você e Yamaguchi? Ele parece ser um bom garoto! Mas parece que você foi forçado a sair após esse escândalo. É verdade?

As rosas de um demônio || tsukkiyama [Sendo reescrita]Where stories live. Discover now