19. Tudo estava bem

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Harry não se lembrava da última vez em que acordara naturalmente, o tipo de despertar em que o corpo resiste e você abre os olhos com relutância, muitas vezes acompanhado de um espreguiçar satisfeito. Bem, era assim que Harry estava acordando agora, ainda era o meio do dia quando ele adormeceu, mas ele se sentiu tão em paz, tão relaxado, que acabou adormecendo quase que instantaneamente na cama de Severus.

Por falar nisso, Harry ouviu uma risada à sua esquerda e abriu um olho para olhar com desaprovação por cima do ombro para o homem. Sem os óculos, ele só conseguia distinguir o contorno de Snape na escuridão do quarto, sentado contra a cabeceira da cama, com um livro aberto no colo e a ponta da varinha acesa.

— Que horas são? — perguntou Harry, virando-se com um estremecimento, mais devido à lubrificação que grudava suas coxas do que a qualquer desconforto real.

— Quase na hora do jantar — respondeu Snape, fechando o livro e acendendo as lâmpadas.

— Então, como isso vai funcionar? — perguntou Harry, deslizando a mão quente sobre a cintura de Severus. — Provavelmente temos cerca de 12 horas até que o Profeta, sem dúvida, saiba de nossa história.

Snape pareceu pensativo por um instante.

— Suponho que vamos agir com calma, esperar para ver qual será o estrago antes de nos condenarmos.

— Condenarmos? Severus, nós não fizemos nada de errado, você sabe.

— Não estou dizendo que fizemos — assegurou Snape, colocando a mão sobre o ombro nu de Harry, que estremeceu ao toque, com arrepios surgindo na pele exposta. — Mas eu ainda sou seu professor, e isso mesmo se ignorarmos o fato surpreendente de que eu era um Comensal da Morte e que você é o maldito Harry Potter.

— Ah, eu sou? — disse Harry sarcasticamente, com os olhos apertados para Snape.

— Chega de dramatizar, você sabe o que eu quis dizer. É importante que você permaneça aqui para terminar seus estudos, você sabe disso, Harry, e depois de ter se esforçado tanto para superar suas dificuldades, não vou deixar que isso seja em vão. Então, quando você se formar, poderemos fazer o que quisermos, mas não serei eu o responsável por sua educação ser suspensa, acredite ou não, quero que você realize seu potencial, que faça algo por si mesmo.

Harry ficou surpreso por um momento com a sinceridade e a compaixão por trás das palavras de Snape.

— Mas você mesmo disse, Severus, eu sou o maldito Harry Potter, que outro potencial eu poderia ter?

— Nós dois sabemos que isso não é verdade, ser o Menino-Que-Sobreviveu, o Escolhido, não foi mais uma escolha sua do que ser parente dos Dursley. Mas a diferença é que agora é hora de começar a fazer suas próprias escolhas, e mais uma razão para garantir que você saia de Hogwarts com 9 NIEMs excelentes.

Harry bufou:

— Excelentes? A chance seria muito boa, mas, a menos que a sua avaliação inclua atividades extracurriculares, Severus, acho que não vou conseguir atingir a nota.

— Nunca se sabe, Sr. Potter, ainda há tempo antes de você fazer seus exames e eu poderia ser procurado para oferecer um pouco mais de aulas particulares, para o candidato certo, é claro.

Harry fingiu um olhar escandalizado.

— Professor, isso parece terrivelmente antiético!

— Ah, é claro, quase me esqueci de como você é rígido com as regras, Potter, então é melhor você mesmo fazer todo o trabalho, eu odiaria ser acusado de favoritismo. E tire esse sorriso presunçoso do rosto antes de chegar perto do Salão Principal! Você não poderia parecer mais como se tivesse "acabado de ganhar" se tentasse.

I mean, it's sort of exciting, isn't it, breaking the rules? | SnarryWhere stories live. Discover now